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Brujeria – “Pocho Aztlan” Review

Houve sempre para estes lados uma dificuldade em levar os Brujeria a sério. Por um lado sempre tivemos a nata da música pesada juntas com outros nomes o que nos leva a pensar que todos os antigos e actuais membros estão presentes em cada música (desde Billy Gould dos Faith No More até Dino Cazares dos Fear Factory, passando por Shane Embury dos Napalm Death e Nick Barker, ex-Cradle Of Filth e actualmente nos Ancient, tendo pelo meio mais uma dezena de músicos), até porque a identidade dos músicos não é revelada, levando a sério a mística de que são estão todos envolvidos com cartéis de droga e como tal, têm que ocultar a sua identidade. E este “gimmick” sempre nos pareceu mais interessante que a música em si.
Independentemente da nossa opinião, “Matando Güeros” e “Raza Odiada” fazem parte da história da música extrema que entretanto foi evoluíndo. Mais de vinte anos depois desses dois álbuns (e já com um terceiro álbum pelo caminho, “Brujerizmo” em 2000), o quarto álbum sai sobre a forma deste “Pocho Aztlan” que é capaz de ter o dom de nos converter à causa dos narco-traficantes. Causa musical, claro. Apresenta-nos piscadelas a vários campos, desde a Napalm Death a Terrorizer, passando pelos primórdios de Carcass ou até um cheirinho a Asesino ou Fear Factory antigo – curiosamente ou não, tudo bandas cujos membros participaram aqui – uma mistura que é como se tivessemos uma enciclopédia da música extrema.
Sem dúvida que este quarto álbum assume a tarefa de comprovar que o seu lugar na história da música extrema é merecido e apesar das suas limitações (a voz vociferada em castelhano acaba por cansar mas este é um defeito nosso, admitimos, que temos desde que ouvimos os atrás mencionados primeiros álbuns da banda) é um petardo que qualquer fã de death/grindcore (e até de experimentações de música extrema com industrial, como a “Bruja” demonstra) não ficará indiferente. Claro que o bom humor ajuda a que tudo flua bem melhor com a ajuda de faixas como “México Campeón”, “Isla De La Fantasia” (paródia à mítica série de televisão “A Ilha da Fantasia”) ou a versão do clássico dos Dead Kennedys, “California Über Alles”, com outras letras e rebaptizada “California Über Aztlan”. Um bom regresso.
1. Pocho Aztlan
2. No Aceptan Imitaciones
3. Profecía Del Anticristo
4. Ángel De La Frontera
5. Plata O Plomo
6. Satongo
7. Isla De La Fantasía
8. Bruja
9. México Campeón
10. Culpan La Mujer
11. Códigos
12. Debilador
13. California Über Aztlan (Cover dos Dead Kennedys)
Duração 46:12
Nota 8/10

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