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Pain – “Coming Home” Review

Parece que ainda foi ontem que ouvimos falar de um novo projecto de Peter Tägtgren, um projecto industrial paralelo aos Hypocrisy que nos seus primórdios era bastante rudimentar – como qualquer projecto que misturava música electrónica com música na década de noventa – mas aos poucos foi-se tornando algo a ter em conta até chegar ao ponto em que reunia a total atenção e devoção pelo influente músico e tinha mais sucesso que a sua banda de sempre – um facto que irritou bastante muitos fãs die hard dos Hypocrisy. Do nosso lado, apesar de preferirmos a milhas de distância os Hypocrisy, sempre conseguimos separar bem as coisas e verificar que estes Pain são apenas mais uma extensão das capacidades como compositor e intérprete de Peter.
Assim sendo, sempre achámos alguma piada aos Pain pelo que passados cinco anos desde o último trabalho de originais, já tínhamos uma certa curiosidade com o que vinha por aí e podemos dizer que não ficámos nada desiludidos. Se antes a intenção era ter um projecto que misturava industrial e batidas electrónicas com guitarras pesadas, enquanto os Hypocrisy se dedicavam ao death metal, esses campos já se diluíram há muito tempo e é o que podemos confirmar agora aqui com muitas músicas que poderiam estar num álbum (ou pelo menos equiparar-se aos momentos mais melódicos) dos Hypocrisy. Falamos de temas como “Call Me”, “A Pain In The Ass” (o momento Rob Zombie de “Coming Home”) e “Final Crusade”.
É o sinal da criatividade a falar mais alto e das criações seguirem o seu próprio caminho e soa tudo bem assim. Flui naturalmente como este álbum, que além de pormenores electrónicos, orquestrações, coros e refrães melódicos conta com uma arma imbatível: grandes músicas. Independentemente do estilo que estamos a falar, no final tudo se resume a isso quando estamos a falar de música, boas canções. Seja de que estilo for. Tudo bem, é melódico, tudo bem é mais comercial, tudo bem (o argumento muitas vezes decisivo) não é Hypocrisy. Não é, nem quer ser. É “apenas” bom. Com músicas imediatas, melodias peganhentas. E não há nada de errado com isso, mesmo que daqui a uns tempos estejamos a pegar novamente nos álbuns clássicos de Hypocrisy.
1. Designed to Piss You Off
2. Call Me
3. A Wannabe
4. Pain in the Ass
5. Black Knight Satellite
6. Coming Home
7. Absinthe-Phoenix Rising
8. Final Crusade
9. Natural Born Idiot
10. Starseed
Duração 41:29
Nota 8/10

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