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Especial Iberian True Black Metal Fest: Entrevista – Balmog

No passado dia 8 de Abril, o porto foi invadido pelo black metal, fruto da primeira edição do Iberian True Black Metal Fest, organizado pela True Black Metal Spain: Media & Promotion. O cartaz reuniu dois nomes nacionais (Espectro Beastanger) e três bandas espanholas (BalmogHate Legions Lóstregos) num cartaz bastante forte dentro do espectro do underground do black metal.
Os Balmog são uma das grandes forças do underground do nosso país vizinho e até a nível europeu. Com uma carreira já longa e com uma split tape às costas com os Nakkiga, a banda galega destila black metal de qualidade que o Porto teve a oportunidade de provar no passado dia oito. O que se segue é a entrevista reveladora registada na noite do concerto do festival Iberian True Black Metal Fest 
WOM Balmog é uma banda que resgata o Black Metal clássico e faz uma revisão  (do género) digamos assim. O que eu gostaria de saber está relacionado com a cultura pagã local da vossa região, a origem do nome e se isso influenciou no nome e nos álbuns?
Balmog Acho que não. O nome, o começo foi circunstancial. Foi uma ecisão dos três mas foi totalmente circunstancial. O nome significa algo assim como, guerra obscura. Mas não tem uma origem pagã, simplesmente consideramos que era um nome bom, e já está. Tu falas do paganismo. Na Galiza há uma cultura pagã muito estendida, muito espalhada. De facto, o cristianismo está muito da cultura pagã que existia antes da romanização. Mas acho que nós não estamos influenciados por essa cultura pagã.
WOM – Isso não passa então pelo vosso álbum nem pela vossa filosofia?
Balmog Não. Nós temos uma filosofia muito mais encaminhada para o ocultismo, esoterismo, também o satanismo, mas não o paganismo.
WOM –  Em relação ao novo álbum – vocês fizeram um split recentemente mas eu refiro-me ao “Svmma Fide” –  ele possui uma grande atmosfera ritualística e uma densidade forte. Considera que é uma sequência do “Testimony of the Abominable”?
Balmog Sim. De facto é uma continuação, desde o ponto de vista musical e também filosófico, procuramos uma espécie de segunda parte do “Testimony”. Essa era a ideia para ser um disco mais básico, muito mais rock and roll, mais directo, músicas ao vivo, tocar no palco que é algo que gostamos muito.Foi um disco pensado para isso, uma continuação do “Testimony” mas, muito mais directo, pensando no tocar ao vivo. Músicas muito directas, mais curtas, mais rock and roll, mais heavy metal de certo modo.
WOM  – O novo álbum, já falaram anteriormente significa fé cega, também citaram anteriormente que isso tem a ver com as crenças, e não só as crenças religiosas como também as crenças modernas. Gostaria de saber qual o tipo de crenças modernas que se referem e que passa na vossa música e que estão presentes na obra de Balmog?
Balmog Nós consideramos que a principal crença é a religião. A nossa banda é uma banda religiosa. No sentido de que para nós. É algo muito importante para nós, é uma crença, uma espiritualidade, cremos nisso. Não é dizer Satan seissentas e seis vezes. Não, é muito mais complexo que isso. Então estamos influenciados obviamente pelas religiões monoteístas principais, pelo fundamentalismo que essas religiões têm. Mas obviamente desde uma perspectiva ocultista, esotérica. Essa é um pouco a ideia que temos como banda. O nome do disco representa essa ideia. A ideia da fé cega, intransigente, fundamentalista e que te leva até ao precipício.

WOM – Alguma influência dessas filosofias modernas, essas novas pseudo-religiões criadas pela modernidade ou refere-se apenas há religião clássica monoteísta?
Balmog Se calhar estamos um bocadinho influenciados pelo espiritualismo e o esoterismo de Aleister Crowley. Mas fundamentalmente o judeo-cristianismo é fundamental, para nós, entender o judeo-cristianismo e dar a volta a isso. É dizer crer em deus é cuspir-lhe na sua cara, essa é a ideia. É como cuspir a um pai.
WOM –  A banda possui forte presença em direto, isso é importante para o crescimento da cena do Black Metal e claro da divulgação da banda. Já passaram no Metalpoint há alguns meses. Gostaria de saber em relação à apresentação anterior, têm alguma coisa que vocês vão apresentar nova?
Balmog O set list é o mesmo, um bocadinho mais longo, mas basicamente o mesmo são músicas do “SVMA FIDE” e uma música do “Testimony”. A ideia é uma permissa.Isto que vou dizer este Verão vamos gravar um novo álbum e a ideia é hoje pôr fim em Portugal à apresentação do álbum. É a última vez que vamos apresentar estas músicas do “SVMA FIDE”. E provavelmente a próxima vez que tocarmos em Portugal serão músicas novas, álbum novo.

WOM – Os projectos para 2018 já estão encaminhados?
Balmog Sim. Agora mesmo, em 2017 temos a ideia de editar um novo split com uma banda da Galiza que se chama Sartegos e gravar o álbum no Verão, em finais do Verão em Agosto.Editar o álbum no próximo ano.No próximo ano começar um novo caminho, novos concertos, novos tours.
WOM – Em relação à música “Der Fluche, A Maldição” poderias falar um pouco sobre esse tema?
Balmog Nós temos relações com bandas de outros países, bandas que consideramos amigas. Estamos em contacto com o vocalista de uma banda alemã Andreas que é muito nosso amigo. Falamos da possibilidade de que fizera uma letra para uma canção.Então fez toda a letra e decidimos como homenagem que o título fora em alemão, essa é a razão do título.
Entrevista e fotos por Jhoni Vieceli
Transcrição, tradução e edição das fotos por  Sónia de Almeida Lopes Molarinho Carmo
Agradecimentos à True Black Metal Spain: Media & Promotion e Lord Mazarbul
Reportagem do evento Iberian True Black Metal Fest estará disponível na edição de Junho da World Of Metal

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