Filhos do Metal – A Idade do Metal
Por Duarte Dionísio
(Filhos do Metal – À descoberta do Heavy Metal em Portugal)
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É frequente as redes sociais lembrarem os aniversários de diversos músicos. Tenho reparado que muito deles estão já bem acima dos 70 anos, principalmente aqueles que são hoje as verdadeiras referências do Heavy Metal mundial. Apesar da idade continuam a compor, a lançar música nova e a atuar ao vivo, numa persistência admirável. Só para dar alguns exemplos: Ozzy Osbourne está quase com 74; Tony Iommi já tem 74; Geezer Butler tem 73; Ian Gillan tem 77; Roger Glover tem quase 77; Ian Paice tem 74; Jimmy Page tem 78; Robert Plant tem 74; Rob Halford tem 71; Glenn Tipton tem 75; K.K. Downing tem 71; Klaus Meine tem 74; Rudolf Schenker tem 74. Estes senhores foram pioneiros e inovadores na arte de compor música, de tal forma que marcaram para sempre a perceção da criatividade no que à música diz respeito. Misturaram influências Rock, Blues e carregaram na densidade e irreverência, criando um género que nos dias de hoje tem centenas de ramificações e sub géneros. Por isso mesmo Black Sabbath, Led Zeppelin, Deep Purple, Judas Priest, Scorpions e outras menos conhecidas definiram o que viria a ser uma avalanche de música cada vez mais extrema, mas sempre diferente. Um dia deixarão de produzir música, como já aconteceu com outros ícones do Metal, caso de Ronnie James Dio ou Lemmy Kilmister. Ficarão as memórias e acima de tudo o legado fabuloso de música.
Em Portugal também já temos a nossa dose de músicos com idades “bonitas”. Ainda abaixo dos 70, mas já a merecer respeito pela perseverança, como é o caso de Paulo Barros (59), Luis Barros (54), Jorge Marques (55) e José Aguiar (68) dos Tarantula. Também João Carlos dos Ferro & Fogo mantém atividade ao vivo, apesar de apresentar apenas covers. Assim como João Sérgio a mostrar uma vitalidade incrível com os seus Ibéria. Não esquecendo a família Parente (Juca, José e Pedro) com os Jarojupe. E ainda Xico Soares, Joaquim Fernandes (65) e José Queirós dos Xeque-Mate que estão prestes a lançar novo álbum. Há que aproveitar toda esta capacidade de manter a chama acesa e procurar ver estes músicos ao vivo. Eles que tiveram a coragem de fazer música pesada em Portugal, contra ventos e marés, continuam a apostar na arte e no género que os apaixonou. Eles lançaram as primeiras pedras do edifício que é hoje o Heavy Metal em Portugal. Outros estão hoje a construir cidades e a expandir-se para além fronteiras. Mas foram aqueles que começaram e por isso merecem toda a nossa reverência. Diria que o legado ficará, mais ainda podemos aproveitar as novidades que vão surgindo com maior ou menor frequência. Ao contrário dos grandes nomes internacionais mencionados no início, estes nossos músicos não vivem da música que produziram, salvo raríssimas exceções.
Por tudo isto, é sempre oportuno celebrar aqueles que iniciaram o Heavy Metal por cá e a nível global. É um enorme privilégio ainda os poder ver ao vivo, sempre que possível. No futuro, os que se seguirão não terão essa oportunidade, por isso nós somos hoje uns favorecidos. Não deixem de adquirir as pérolas discográficas destas bandas nacionais. Vão aos concertos, aplaudam e disfrutem de boa música. Que durem ainda muitos anos a fazer o melhor que sabem com alma e coração. Nós estaremos cá para aplaudir.
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