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Filhos do Metal – Discotecas

Por Duarte Dionísio
(Filhos do Metal – À descoberta do Heavy Metal em Portugal)
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Foi com satisfação que soube da abertura da loja Motörllica, uma iniciativa do António Francisco Melão, conhecido no meio do Metal por Cameraman Metálico. O António sempre foi uma pessoa com iniciativa e vontade de apoiar e divulgar os sons pesados, quer como fotografo ou a escrever artigos em jornais e revistas. Por isso, aí está mais uma atividade em prol da causa. Embora a loja não venda apenas produtos ligados ao Metal, sabemos que a tendência é essa. Uma loja para venda de fonogramas e merchandising relacionado com a música é uma aventura que acarreta riscos. As vendas de CDs, discos em vinil e cassetes já não são hoje o que foram nas décadas de 80 e 90. As quantidades reduziram drasticamente. Há, no entanto, uma vaga de interesse em formatos colecionáveis e um revivalismo crescente relativamente ao vinil e até à cassete. O que justifica a abertura de espaços onde esses formatos estejam à disposição dos potenciais clientes, que eventualmente procuram contato direto com os produtos e não apenas digitalmente. A Motörllica abriu portas em janeiro no Miratejo, concelho do Seixal, no Centro Comercial local. Excetuando as lojas FNAC, numa pesquisa rápida, apenas encontrei uma outra loja de venda de discos em todo o distrito de Setúbal, a Drogaria Central, em Almada. Esta não é dedicada ao Heavy Metal, mas é possível encontrar algumas peças em vinil dentro do género. Há ainda o Atelier Concept Store, em Azeitão, mas é muito mais abrangente, não se limitando a discos, tendo diversos produtos relacionados com a cultura Pop. Para um distrito com uma população com quase 900 000 residentes, sem contar com visitantes e turistas, parece justificar-se a abertura de uma loja de discos.

Para quem gosta de vasculhar vinil e CD; sentir o cheiro característico dos álbuns dentro de proteções plásticas; dar dois dedos de conversa com quem está na loja; ou até ser surpreendido pelo som ambiente, nada melhor do que visitar uma loja. Este é um imaginário que se mantém na memória dos mais velhos e que deve ser descoberto pelos mais novos. Quando o digital não existia ou era apenas uma novidade a ser descoberta, muitas horas eram passadas nas “discotecas” (era assim que se denominavam as lojas de discos), a passar um a um, os discos que estavam à disposição. De vez em quando abria-se um sorriso mudo nas nossas faces, por encontrarmos aquele disco que procurávamos. Outras vezes arriscávamos sem conhecer, apenas porque a capa era apelativa. Os mais cobiçados, aqueles de maior sucesso, eram encomendados para garantir que não perdíamos a edição. Lembro-me de ter adquirido desta forma o “…And Justice For All” de Metallica, na discoteca Bimotor em Lisboa.

Felizmente existem diversas lojas físicas, principalmente em Lisboa e Porto. Algumas delas têm o Heavy Metal como género de eleição. São poucas, mas são boas. É de louvar a resiliência dos mentores de tais espaços em manter um negócio que entrou em declínio nos últimos anos, ou até décadas. A MOTÖRLLICA junta-se assim a outras. Também a recente inauguração da SOCORRO, vem aumentar a oferta a Norte. Esta fica na Rua Guedes de Azevedo, nº. 44 no Porto. Sem pretender ser exaustivo, aqui ficam algumas lojas que têm opções de discos dentro do Heavy Metal e derivados. No Porto: PIRANHA, no Centro Comercial Parque Itália, Praceta Engº Adelino Amaro da Costa, 752. BUNKER STORE, no Centro Comercial Invictos – Rua Passos Manuel, 219. TUBITEK, Praça D. João I, 31. SCRAPE NEEDLE, na Rua Antero de Quental, 330. VINYL DISC, na Rua Ramalho Ortigão, 34, 3º esquerdo A – sala 1. Em Lisboa: CARBONO, na Rua do Telhal, 6 B. CLUBE 33, Rua Poiais de São Bento, 33. TUBITEK, na Rua do Crucifixo, 79. VINIL EXPERIENCE, na Rua do Loreto, 64. Outras há direcionadas para outros géneros musicais desde o Jazz, ao Fado, passando pela música eletrónica. Há oferta suficiente de diversos géneros entre novos e usados. Numa nota menos positiva, é pena que nem sempre se consiga encontrar uma verdadeira diversidade de edições que abarquem um número elevado de editoras. Refiro-me ao Heavy Metal, claro. Há editoras, até com dimensão mundial, que não têm as suas edições disponíveis nestas lojas. Visitem!


 

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