Review

Máquina do Tempo – Jalayan / Tank / Dimmu Borgir / Pest

Jalayan – “Floating Islands”

2022 – Soundeffects Records label / Adansonia Records / (R)esisto Distribuzione

Que som mais janado. Os Jalayan são uma banda de rock progressivo mas não encaixam de maneira nenhuma em qualquer tipo de estereótipo que tenham. Aliás, é de tal forma tão fora (sem o ser realmente, apenas um dos adoráveis paradoxos em relação ao seu som) que poderá até irritar. Na sua base é rock progressivo, instrumental, onde depois tem uma série de arranjos electrónicas por cima (e parece que são mesmo por cima, metidos à cão, sem qualquer tipo de sentido – reforço a palavra “parece”) que aparentemente só servem como distracção. E no meio disto tudo, antes de acabar a primeira música, já estamos completamente agarrados por uma abordagem tão estapafúrdia e talvez por isso genial. Diversão que acreditamos que só poderá acontecer caso calhem a absorver a coisa bem. Caso contrário poderá ser uma trip desagradável.

9/10
Fernando Ferreira


Tank – “This Means War”

1983/2022 – High Roller

Terceiro álbum pouco depois de um ano após o primeiro. Andamento alto e em termos de qualidade, a coisa também não baixo. Aliás, em relação ao anterior “Power Of The Hunter”, este não só é mais esclarecido como também aventureiro, compensando os riscos tomados com temas que expandem o alcance do hard’n’heavy mais primitivo. Não é que seja muito mais sofistificado em relação aos trabalhos anteriores, mas nota-se uma evolução digna de nota e que o faz envelhecer com alguma graciosidade e justificar em plenitude esta reedição.

8.5/10
Fernando Ferreira


Dimmu Borgir – “Puritanical Misanthropic Euphoria”

2001/2022 – Nuclear Blast

Parece mentira que já tenham passado mais de vinte anos desde o lançamento deste álbum, que terá sido provavelmente o último grande álbum por parte da banda norueguesa. Ou pelo menos o mais consensual até agora. Se uma reedição de um álbum assim até se compreende, uma remasterização e remistura já nos deixa a questionar porquê, já que o álbum original tinha uma produção poderosa, talvez aquela que melhor potenciou as músicas que já por si são excelentes. Então porquê? Já sabemos que temos poucos exemplos de remasterizações que alterem significativamente o original mas com remisturas o caso muda de figura. E neste caso muda bastante. Não é que tenhamos um álbum completamente diferente mas não é tão bombástico como o original. Basicamente é quase como se tivessemos um álbum gravado na mesma altura do “Enthrone Darkness Triumphant” mas sem a produção de Peter Tägtgren, onde os graves não estão tão fortes e a música está mais sóbria com as guitarras e a bateria a perderem protagonismo. Os fãs já terão o original, portanto esta reedição servirá para os que agora chegaram e poderão ser cativados, embora eu acho que o original tem uma hipótese maior. Incompreensível é também a opção de dividir o álbum e dois cds de pouco mais de trinta minutos, com os “tesouros” a ficarem reservados para o terceiro disco (tirando a faixa bónus “Devil’s Path”), onde temos uma série de temas de pré-produção da banda que têm mais interesse de curiosidade e histórico do que propriamente pelo prazer auditivo que provocam. No geral é uma reedição que apenas vai interessar aos fanáticos da banda que querem ter tudo. Se é para começar a ouvir a banda, comecem pelo original.

7/10
Fernando Ferreira


Pest – “Ära”

2000 / 2022 – Nuclear War Now! Productions / Heidens Hart

Um álbum que se tornou um clássico ao passar dos tempos e que tem sido reeditado com alguma regularidade e que agora em 2022 foi outra vez. Temos então uma abordagem primitiva e cru ao black metal e que apesar de soar tosca, não deixa de ter os seus méritos sobretudo na ambiciência que possui. No meu gosto pessoal não se assume como um trabalho apetecível para ter em vinil mas percebo para quem pense e sinta o contrário. Tem, todavia, uma abordagem melódica estranha e pouco comum ao estilo que acho que os torna algo únicos e esse é sem dúvida o maior ponto positivo.

6/10
Fernando Ferreira


 

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