Review

Máquina do Tempo – Lacuna Coil / Trouble / Therion / Michael Fulkerson

Lacuna Coil – “Comalies XX”

2022 – Century Media

Regravações, volta e meia estamos a falar delas. Desta vez estamos perante o terceiro álbum dos Lacuna Coil, “Comalies”, provavelmente aquele que fez com que a banda explodisse um pouco por todo o lado e consolidasse a sua carreira. Vinte anos depois e muita coisa mudou, pelo que até é interessante tentar perceber como a banda reinterpreta estes temas aos olhos/ouvidos de hoje e não posso dizer que seja algo ofensivo. Sim, porque este tipo de reinterpretações tem sempre o dom de deixar os fãs mais acérrimos ofendidos. Existem mudanças sim – a “Heaven’s A Lie” por exemplo demonstra uma troca de voz com a Cristina a dar espaço a Andrea que aqui surge com vocalizações bem mais agressivas. Aliás, essa foi uma surpresa interessante e que até funcionou muito bem. A opção de colocarem estas regravações lado a lado com os originais também é o ideal, podendo o fã escolher aquela que preferir. Não sendo este tipo de coisas que recomende para alguém que já tem o original, neste caso até vejo o interesse dos fãs de Lacuna Coil, porque há mérito nestas reinterpretações em trazer algo novo e por uma vez na vida, as regravações não tiram poder aos temas originais que continuam intocáveis.

8.5/10
Fernando Ferreira


Trouble – “Plastic Green Head”

1995/2022 – Hammerheart

O final de uma era. Embora a banda não tenha tido oficialmente um hiato, este álbum foi o último durante um longo período (mais de uma década). A banda apresentou-se na década de noventa de forma bastante distinta em relação ao ano anterior mas para mim esta fase não se fica atrás. Mais imediato mas ao mesmo tempo mais psicadélico e cheio de groove. “Plastic Green Head” costuma ser renegado pelos fãs do material mais antigo, mas este mesmo não sendo tão influente, não se fica nada atrás com uma forma de fazer canções mais concisa e apesar da diferença, bem interessantes.

8.5/10
Fernando Ferreira


Therion – “Deggial”

2022 – Hammerheart

Expectativas bem altas para este disco que na altura acabaram não ser totalmente preenchidas. Não só Vovin tinha deixado a fasqui bem elevada como eu, como fã, ainda tinha esperança que voltassem um pouco mais atrás e colocassem mais metal na sua música. O que até acabou por acontecer, com este álbum a aprofundar as dicas power metal do seu antecessor – isto já sem falar no riff gamado à “Mother Russia” dos Iron Maiden na “Eternal Return”. Também não ajudou o facto da tão aguardada cover de “Fortuna” de “Carmina Burana” de Orff ter sido demasiada próxima do original para que pudesse ser algo excitante. No entanto, com o tempo a ajudar a um maior discernimento, é fácil ver este álbum como um seguimento lógico de “Vovin” e que mesmo sem conseguir trazer um conjunto de temas tão forte e memoráveis ainda tem aqui alguns que se tornariam obrigatórios na sua setlist nos anos seguintes.

7.5/10
Fernando Ferreira


Michael Fulkerson – “Full Metal Pitbull”

2021 – Edição de Autor

Só tenho uma coisa a dizer: Medo! Raramente nos aparecem coisas assim, ou se aparecem, temos tido sorte de terem ficado de parte. A sorte acaba quando vamos à pilha dos discos que ficaram para trás para esta Máquina do Tempo e quando surge este amigo Michael que faz, nitidamente, loops de rock/metal e que mete-se a falar por cima. Literalmente. A falar. Com uma voz que não sabemos se é verdadeira (e nesse caso até há remorso em falar mal) ou se é uma paródia ofensiva. São dez temas, ou seja são dez loops, sendo que o loop de bateria é o mesmo para todas as músicas. Isto é, literalmente, a pior coisa que ouvi em muito tempo e parte do meu ser morreu perante a única vez que ouvi isto. Mais seria também masoquismo.

1/10
Fernando Ferreira


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