Review

Máquina do Tempo – Scars / Múspellzheimr / BLKLST / Ancient Moon / Prosternatur / Deinonychus / Edguy / The Crown / Luca Turilli

Scars – “Trust No One”


2018 – Mechanical Warriors

Interessante EP editado o ano passado por parte dos noruegueses que ora anda pelos campos do heavy metal musculado, ora anda pelos campos do thrash metal letárgico, mas sempre com raça e feeling adequado. Sem ser extraordinário, o resultado final entretém e cativa. Não lhes é exigido muito mais.

Nota 7/10
Review por Fernando Ferreira


Múspellzheimr – “Hyldest Til Trolddommens Flamme”


2015/2019 – Amor Fati Productions /  Lunar Apparitions

 

Primeiro álbum do projecto dinamarquês Múspellzheimr que se tem notabilizado bastante no underground do black metal. Apesar de hoje em dia, devido às facilidades tecnológicas, este tipo de coisa seja tudo menos exótico, não deixamos de ter por aqui um reconhecimento de que há uma aura de qualidade extra nos Múspellzheimr – que não sabemos se é uma one-man band ou se é uma banda a sério já que as informações são praticamente inexistentes. Este álbum de estreia, originalmente em 2015, é sem dúvida algo que merece ser conhecido, o que se justifica completamente esta reedição. Não bastasse isso e temos um segundo CD que apresenta versões demo para quatro temas deste álbum assim como três do mais recente, lançado no ano passado, “Raukn”. Recomendado, portanto.

Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira


BLKLST – “Hard To Swallow”


2018 – Edição de Autor

Abrasivo e potente, este EP dos australianos BLKLST até pode ir buscar muito ao metalcore e a outras tendências modernas, mas há realmente algo aqui digno de nota. Sete temas que vivem à custa da intensidade e desse elemento especial que consegue mesmo marcar a diferença perante toda a concorrência.

Nota 7.5/10
Review por Fernando Ferreira


Ancient Moon / Prosternatur – “Secretum Secretorum”


2018 – Edição de Autor

Split que juntou em 2018 o misterioso projecto Ancient Moon e os não menos misteriosos (ou misterioso, vá-se lá saber) Prosternatur que se complementam de forma curiosa. Os primeiros são mais adeptos de uma abordagem mais épica, não dispensando a dinâmica que os faz alternar entre explosões de violência e momentos mais compassados enqunto os segundos fazem uso da mesma fórmula mas de uma maneira mais condensada e dividida entre três faixas. As duas resultam em cheio mas os Prosternatur acabam por ser mais eficazes. Saldo extremamente positivo.

Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira


Deinonychus – “Ark Of Thought”


1997 – Supernal Music

Depois de ouvir este álbum repetidas vezes não consigo me lembrar porque é que o comprei em primeiro lugar. Olhando para o logo ele parece-me familiar. Então lembro-me de um catálogo perdido da Cacophonous Records (Cradle Of Filth, Primordial, Sigh, Dimmu Borgir, Bal Sagoth) e lembrei-me que eles lançaram os primeiros dois álbuns pela editora britânica. Eu devo ter olhado para o logo, e levado pelos ex-companheiros de editora pensei que seria uma banda interessante. Este álbum marca o primeiro depois do fim do contrato com a Cacophonous Records e… não há nada de interessante por aqui. É uma seca descomunal, para ser directo. Uma espécie de Doom/Death/Black Metal que quer ir a todo o lado mas não chega a lado nenhum. A voz irrita particularmente, nunca passando de uma choradeira o tempo inteiro e a produção suja também não ajuda a que a coisa melhore no lado instrumental. Este álbum, pelo que sei, até é visto como um dos melhores da banda (banda se calhar é um termo que não se pode aplicar aqui, já que se trata na prática de uma one-man band tendo apenas a colaboração na composição da música e letras e na gravação de alguns teclados) e muito bem cotado noutras critícas. Lamento pessoal, mas no que me diz respeito, não há pachorra para isto.

 

Nota 5/10
Review por Fernando Ferreira


Edguy – “Kingdom Of Madness”


1997 – AFM Records

Primeiro álbum de Edguy. Edguy não são uma das bandas que explodiu com a nova vaga de heavy/power metal melódico na segunda metade da década de 90 mas que foi conquistando uma considerável base de fãs com o seu segundo álbum e realmente explodindo com o terceiro. Mas voltando a este primeiro álbum, apresenta uma banda já demonstrando uma certa identidade, boas ideias mas que não chega que o álbum resulte plenamente e em grande parte pela produção demasiado crua. A bateria está seca, o baixo não enche suficientemente o som e a guitarra, ou melhor, as guitarras têm um som fraquíssimo sendo mesmo o ponto mais fraco do disco. Mas este álbum tem tudo o que faz parte da identidade que conhecemos dos Edguy, a balada temperada com azeite (na forma de “When A Hero Cries”), os refrões manhosos (“Deadmaker”) e o épico da praxe (“The Kingdom” com 18 minutos). Apesar das boas ideias, tanto o som bera e o inglês da calçada da barroca do pequeno Tobias dominam por completo esta estreia. Juntando a isto as letras algo infantis… pode-se dizer que o primeiro é realmente para os pardais.

Nota 5/10
Review por Fernando Ferreira


The Crown Of Thorns – “The Burning”


1995 – Black Sun Records

Os The Crown. Aqui ainda The Crown  Of Thorns. Para mim é, ou melhor foi, uma das bandas mais subestimadas do metal extremo de sempre, nunca conseguido alcançar o nível de reconhecimento que mereceram e continuam a merecer com a obra que deixaram. Sempre gostei de músicas com melodia que ficam coladas na nossa cabeça e se essa melodia é acompanhada por ritmos e solos alucinantes que nos obrigam a abanar o carolo, ainda melhor. É este o caso, a melodia está cá, mais presente numas músicas que outas, mas a brutalidade, o groove e os solos também, fazendo com que este álbum seja um tiro em cheio naqueles que gostam de bandas como da brutalidade de uns Dismember e da melodia thrashante de uns At The Gates. A produção está simplesmente impecável, límpida onde se percebem todos os pormenores – cortesia dos estúdios Berno e do seu dono/produtor Berno Paulsson. Outro dos elementos que me faz adorar os The Crown é a voz. Sempre vi as vozes guturais ou gritadas apenas como mais um instrumento, algo para acentuar o peso da música em si. Aqui é totalmente conseguido e consegue transmitir a emoção de raiva que se torna contagiante. Os temas abordados são os do costume: depressão, luta bem-mal, anti-catolicismo, suicídio e uma surpresa na faixa chamada “The Lord Of The Rings” que fala sobre… adivinhem. Clássico do death metal sueco e do metal extremo em geral mas que raramente é reconhecido como tal.

Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira


Luca Turilli – “King Of The Nordic Twilight”


1999 – Limb Music

Álbum a solo de Luca Turilli, guitarrista, na altura um dos principais compositores de Rhapsody (que na altura ainda não tinha o sufixo “Of Fire”). Por isso, como devem calcular, este álbum soa imensamente a Rhapsody e tal como na sua banda principal da altura, este álbum é conceptual, sendo a primeira parte de três, num conceito que irá trazer 3 histórias diferentes, em época e local, mas com um denominador comum: Amor universal capaz de ultrupassar todas as barreiras e todo o mal existente que se atravesse no seu caminho. Grande parte dos truques, que depressa se tornaram tiques, de Rhapsody estão aqui presentes, com algumas ligeiras diferenças, afinal a composição em Rhapsody é dividida entre ele e Alex Staropoli. Mas soa tudo a déja vú e por momentos até se espera/gostava que fosse Fabio Lione e não Olaf Hayer na voz. Mas foi uma boa aposta, com uma voz perfeita para este tipo de música. Turilli também teve a ajuda da dupla Sasha Paeth (ex-guitarrista dos Heavensgate e experiente produtor), que tocou o baixo, partes acústicas e guitarras adicionais, e de Miro, conhecido também por diversas colaborações noutros projectos, toca teclados nos arranjos dos coros de ópera que foram conduzidos por si. Em certos aspectos, acaba por se afirmar a sua diferença, em pequenos pormenores mas que o ouvido menos atento pode não notar. Sem dúvida que para os apreciadores de heavy metal melódico e sinfónico, este é um prato em cheio. Para os fãs de Rhapsody também. Para os outros, se calhar não vão achar tanta piada, possivelmente como também não acham a Rhapsody. Pessoalmente, gostei. Principalmente da voz da Rannveig Sif Sigurdardottir  que é de morrer. Ouçam a arrepiante “Princess Aurora” e vão ficar a perceber o que quero dizer. O artwork está bem ao estilo Rhapsody, como não podia deixar de ser, e inclui, além das letras, várias notas a explicar a história de cada canção, dando uma perspectiva muito interessante da maneira como Turulli compõe e quais as suas intenções com este álbum, as homenagens ao seus estilos e compositores preferidos. Nota negativa para a história que é infantil demais. Mas de resto, perfeito.

Nota 8/10
Review por Fernando Ferreira


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