Review

Máquina do Tempo – Sonisk Blodbad / Type O’Negative / Phlebotomized / Factory Of Art

Sonisk Blodbad – “The Shores Of Oblivion”

2022 – Apollon

Quarto álbum dos Sonisk Blodbad, uma entidade norueguesa que tem prazer em levar-nos para paisagens electrónicas que não ficariam desfasadas da década de oitenta, com o rigor das suas camadas de sintetizadores. No entanto, esta seria uma abordagem muito simplista à sua música. Há todo um potencial psicadélico que se vai descobrindo e desenvolvendo conforme o álbum vai progredindo, com esta música a ser ideal para uma viagem intemporal ao nosso próprio interior. Juntando à electrónica algum noise, poderá parecer fácil abstrair-nos do que estamos a ouvir, mas há sempre ganchos com fartura – ainda que totalmente invulgares – que nos puxam novamente para a música. E depois temos algumas paisagens ambient que são totalmente irresistíveis, como o tema-título. E ainda uma faixa bónus com quase vinte cinco minutos de duração na forma de “Blue Triptych”, que é em si um mundo aparte.

9/10
Fernando Ferreira


Type O’Negative – “Dead Again”

2007/2022 – Nuclear Blast

Reedição do álbum final de Type O’Negative que fica sempre com aquele peso extra já que nenhum álbum seria apropriado para ser o álbum final de uma banda como Type O’Negative. Este teve de ser e se na altura foi recebido como um excelente trabalho e como um dos mais inspirados entre os mais recentes lançamentos, passados estes anos todos, constatamos que o mesmo envelheceu como um belo vinho. Recapturando algum do impacto melódico do “Bloody Kisses” com o peso doom de “World Coming Down”, temos aqui alguns grandes temas que podem ser adicionados à galeria de clássicos como a ultra catchy “Halloween In Heaven” ou a épica “September Sun”. Para tornar a reedição mais interessante, temos um segundo disco de com prestações ao vivo. Ora, tirando o falso álbum ao vivo “The Origin Of Feces (Not Live At Brighton Beach)”, não há um registo da banda e provavelmente a razão para isso seria dos seus concertos serem lendariamente maus e podemos presenciar um pouco disso aqui pelo menos na forma como a voz de Steele desafina muitas vezes, algo que a captação de som também não ajuda, perdendo-se a mística original. Ainda assim, não deixa de ser um documento importante de uma das mais interessantes bandas que misturou doom e gótico de uma forma fascinante.

8.5/10
Fernando Ferreira


Phlebotomized – “Devoted To God”

1992/2022 – Hammerheart

Encanto old school é cada vez mais uma poderosa arma, apetecível para todos os desencantados com a música moderna e/ou apaixonados por aquilo que se fez no passado. Os Phlebotomized são um dos nomes clássicos da música extrema neerlandesa principalmente pela forma como começaram a misturar elementos estranhos ao metal extremo, o que nesta demo originalmente editada em 1992 foram os teclados que era o lado mais evidente de um death metal que se assumia como arrojado e até avant garde. Algo que hoje em dia não é assim tão arrojado e avant garde, mas que continua a soar muito bem, o que é o raro caso de termos uma demo de 1992 que se sustenta melhor hoje em dia do que alguns álbuns da mesma altura.

8/10
Fernando Ferreira


Factory Of Art – “Point Of No Return”

1997 – AFM

Regresso um ano depois da estreia dos alemães Factory Of Art com um EP composto por apenas três temas onde a questão da bateria em relação ao seu som se mantém, mas a mesma também está mais discreta na mistura o que ajuda à apreciação destes três temas que trazem a faceta mais progressiva de forma mais declarada e o que faz com que consigam resultados mais consistentes, não deixando de apresentar algumas fragilidades em relação à concorrência da altura que era bastante forte.

6.5/10
Fernando Ferreira


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