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Os Filhos do Metal – Do Metal Ao Digital – Labirinto De Formatos

Por Duarte Dionísio
(Filhos do Metal – À descoberta do Heavy Metal em Portugal)
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Dei por mim a pensar nos formatos que hoje são mais utilizados para a audição de música. Estabeleci um paralelo com o passado e cheguei à conclusão que tudo é uma questão de quantidade na oferta. Quando o Heavy Metal conquistou a minha devoção, decorriam os anos 80. Nessa altura, imperavam dois formatos de áudio – o vinil e a cassete. As edições discográficas eram, na sua generalidade, lançadas nesses dois formatos. As cassetes virgens serviam para copiar os originais, ficando a despesa mais acessível, em detrimento da qualidade. As cópias através dos gravadores de cassetes perdiam sempre o brilho sonoro do vinil ou cassete originais. Ainda assim, representavam uma boa forma de ouvir e conhecer mais bandas e edições, sem gastar fortunas. Existiam diferentes tipos de cassetes, as de Cromio, Ferro Puro ou Metal. Essas opções conjugadas com leitores evoluídos, utilizando tecnologias como o filtro Dolby Noise Reduction, influenciavam a qualidade de audição. Resumindo tínhamos à disposição o vinil e a cassete. Aquele em 7”, 10” e 12” com algumas edições especiais e limitadas e a última com as suas diversas camadas magnéticas. Não mencionei o CD (Compact Disc), porque só se massificou no final dos anos 80, princípio dos anos 90. Mas como descobríamos as bandas e os álbuns? Através de programas de rádio e por vezes um ou outro raro programa de televisão.

Passadas dezenas de anos e transformações constantes, na incessante evolução tecnológica, entramos numa nova década com uma imensidão de formatos, que tornam difícil a escolha e ainda mais o conhecimento da existência de alguns deles. Atualmente temos de começar por distinguir entre formato físico e formato digital. Aqueles que ainda são possíveis de agarrar (vinil, cassete e CD) perderam terreno para os que repousam em servidores e discos rígidos. Estes formatos digitais existem em tantas configurações, que não é prático mencioná-los nesta rubrica. Mas convém referir que o digital se subdivide em ficheiro para armazenar e streaming apenas para ouvir. Por sua vez estas subdivisões existem em muitos formatos e plataformas. É deveras confuso! Mas quando pensei no assunto, equiparei os formatos digitais em ficheiro armazenável às cassetes virgens. É possível escolher o formato, assim como podíamos selecionar o tipo de cassete a comprar. No fundo, ambos servem para gravar as músicas e guardá-las. A diferença é que as cassetes virgens serviam para fazer cópias mais ou menos ilegais, enquanto os ficheiros são vendidos online pelas próprias bandas e editoras. Mas como descobrimos as bandas e os álbuns? Através de plataformas digitais gratuitas, que também podem ser pagas, beneficiando de mais qualidade e melhor serviço e ainda de alguns programas de rádio que persistem. Confusão? Talvez sim, talvez não! É que todo este universo tecnológico do áudio, já é muito banal para os adolescentes que começam a ouvir música com mais dedicação.

Então as bandas e editoras? Como gerem todo este infindável labirinto áudio-tecnológico? Tentam não se deixar ultrapassar pelo consumidor e subjugam-se às plataformas de streaming. Mas afinal, o objetivo não é maximizar as vendas? No caso das pequenas editoras independentes, as mais underground, parecem optar pela exclusividade do colecionismo. O complemento é a edição, em números extremamente limitados, de vinil e cassete com cores. Sendo que o CD ainda é o formato físico principal, mas cedo passará a obsoleto e rapidamente a item raro de coleção. Enquanto muitas bandas optam pelo lançamento de discos em formato digital, suprimindo a fase da maquete e tornando as demo-tapes um item da era jurássica. O que se seguirá já está há muito em estudo. Acredito em algo ainda mais surreal do que milhões de músicas num mega servidor para ouvir num smartphone. O nosso cérebro será chamado a intervir!

P.S.: este é um assunto demasiado extenso. Esta é apenas uma pequena dissertação sobre o assunto. Por isso, tenho a consciência que muito fica por dizer e aprofundar. Talvez numa próxima oportunidade!


 

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