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Raios e Trovões – Top Tuga: Porquê?!

Por Lex Thunder (Midnight Priest / Toxikull)

Chegámos a Dezembro. O mês em que balanceamos e filtramos o que de melhor e pior aconteceu ao longo destas aspas temporais a que chamamos “ano”. Consequentemente a altura em que as webzines, e magazines fazem os chamados “TOPs álbuns do ano” para valorizar e eleger as melhores obras-primas metálicas que saíram desde o dia 1 de Janeiro. E muito bem, eu próprio o irei fazer muito brevemente, um assunto que me esta a dar imensas dores de cabeça (positivas) pela enchente de álbuns bons que foram lançados em 2019. Mas isso é outro assunto.
O que quero falar hoje é de um facto que me passa ao lado e que na minha opinião não faz sentido.

Porque que razão as zines portuguesas fazem os seus TOPs internacionais e TOPs nacionais, sendo que estes nunca se misturam?

É que afinal de contas, isto não é um chart de quem vendeu mais numa localização num determinado espaço de tempo. O objetivo destas listas é salientar os trabalhos que mais nos tocaram e sensibilizaram, e se geograficamente estamos em Portugal faz todo o sentido que cheguem mais bandas portuguesas aos nossos ouvidos, mas isto não quer dizer que não sejam tão bons ou melhores que não possam ser comparados aos álbuns de bandas estrangeiras.

Com todo o respeito a muitas dessas zines, e reforço, que isto não é um ataque mas uma opinião e sugestão, pois muito vos devemos nós (bandas e músicos) pela vossa dedicação e exposição do nosso trabalho. Mas não consigo compreender esta categorização. O factor nacionalidade nada tem a ver com qualidade musical.

Isto até dá a entender uma certa desvalorização da música que se faz por cá comparativamente á que se faz por outras fronteiras. Concordo plenamente quando existe uma opinião e listagem de melhores músicos nacionais, isto porque as pessoas tem nacionalidade, mas a música e a arte não.

Atenção, Compreendo o vosso lado em querer dar mais hipóteses e protagonismos a bandas que não conseguem furar sem ser no underground Português e assim ser mais fácil aparecer em alguma lista, mas esses mundos diferentes não existem mais, temos boa musica e vivemos numa aldeia global, estamos em 2019.

Para não falar que assim tem o efeito oposto e apenas desvalorizam as bandas que andam por cá mas que tocam para o mundo.

Enquanto não compreendermos a música enquanto linguagem universal estaremos sempre limitados á desvalorização da arte nacional.


 

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