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Reportagem Amon Amarth, Testament, Grand Magus @ Coliseu do Porto – 10/11/16

Numa noite não muito gelada e com alguma gente à espera para entrar, as três bandas anunciadas prometiam aquecer o palco do Coliseu do Porto, trazendo todas álbuns a fervilhar editados neste ano de 2016, com um cartaz digno de festival: Amon Amarth, Testament e Grand Magus.

Com a casa sem chegar a estar a meio gás, e certos na hora, os suecos Grand Magus entraram em palco dispostos a fazer um aquecimento para a noite que se seguia. Fazendo uma viagem pelos álbuns mais antigos, o power-trio abriu as hostilidades com “I, The Jury” de “Hammer Of The North”, seguido de “Sword of the Ocean” do álbum “The Hunt”. Com o público mais vigoroso, apresentaram a única música que faz parte do novo trabalho “Sword Songs”, “Varangian”. Incentivando o público e com uma pequena brincadeira que antecedeu “Steel Versus Steel”, o público notava-se mais quente, e já enchia à volta de meia sala. Recuando ainda mais na discografia da banda, ouviu-se o tema-título de “Iron Will” e ainda “Like the Oar Strikes the Water” do mesmo álbum, acabando com uma música de “Hammer of the North”. Apesar de um ligeiro problema com feedback resolvido prontamente durante duas músicas, evidenciaram solos limpos e consistentes, capazes de conquistar a atenção de um público entusiasta e ávido daquilo que se seguia.

Já com uma quantidade de público considerável e um palco também já mais preenchido, ansiava-se por ver Testament em palco, segunda banda convidada, mas digna de cabeça de cartaz. E para abrir em grande, começaram com o tema de abertura e que dá nome ao novo álbum “Brotherhood of the Snake”, seguido logo de “Rise up” de “Dark Roots Of Earth”, tendo o público desperto totalmente e tendo sido posto à prova com inúmeros circle pits. Depois da brutalidade se ter instalado entre banda e público, o ritmo super sónico de passagem de clássicos tornou-se evidente, havendo alguns momentos de interacção com o público e apresentação do alinhamento da banda, um dos mais sólidos de sempre. Mostraram “The Pale King” do novo trabalho, seguindo directamente “The New Order” de onde foi retirado “Disciples of the Watch” e tema-título para os fãs mais antigos da banda. O épico “Dark Roots of the Earth” levou o público ao rubro, intercalado com o novo tema “Stronghold”, e aproximando-nos cada vez mais do fim, retornou-se novamente aos primórdios da carreira da banda onde não poderiam faltar temas como “Into the Pit” e “Over the Wall”, dando  por terminada a sua actuação robusta e agressiva com a apresentação dos músicos e com o tema “The Formation of Damnation”.

Agora sim, a banda por que todo o público ansiava: Amon Amarth! Fazia-se prever uma festa viking como nunca antes vista, e o abrir dos panos sobre todos os elementos que estavam em palco, era uma visão capaz de impressionar qualquer um, mesmo que não fosse muito fã da banda. Mas claro que esses não estavam presentes. Um palco com grande espaço frontal para as surpresas que se seguiriam: um capacete nórdico gigante que emanava luzes pela parte dos olhos e que suportava em cima de si toda a bateria, uma estrutura de escadas que permitia aos músicos uma locomoção por toda a parte, e panos de fundos com três suportes (frontal e dos dois lados) era de facto impressionante.

Com uma pequena intro de celebração nórdica, os músicos foram-se instalando nos seus postos e com
um pano de fundo totalmente a preto, Johan Hegg irrompeu pelo palco com a sua energia habitual e “The Pursuit of Vikings” e “As Loke Falls” foram tocadas sem intervalo, tendo a máquina de fumo vertical começado a trabalhar na segunda música. A primeira abertura do vocalista ao publico louco e bárbaro nacional foi feita não só com um olá e um obrigado, mas com com uma tentativa bem conseguida de falar português, onde perguntou e passo a citar: “Está tudo bem com vocês?”, “Como estão esta noite?”, “Estão preparados para esta noite?”, entre outras interrogações, deixando o ambiente ainda mais familiar onde punhos serrados e copos de cerveja se impuseram no ar.

Com o pano preto a cair, vê-se como fundo a capa do novo álbum “Jomsviking” e soam os primeiros riffs da “First Kill”, com uma ligeira falha nos graves a meio da música, de onde se seguiram também do novo álbum “The Way of Vikings”, com uma cena da luta em palco e, “At Dawn’s First Light”. Retornando a “With Oden on Our Side” com “Cry of the Black Birds”, e passando por “Deceiver of the Gods” com o seu tema-título, onde a reacção do público foi instantânea e apreciável. Mais circle pits se instalaram no meio da plateia do Coliseu, e com eles também surgiram mais personagens em palco, segurando lanças com bandeiras, terminando mais uma parte com música do novo álbum, “On a Sea of Blood”.

Com nova mudança de pano, “Destroyer of The Universe” foi tocada seguida da música mais antiga tocada em palco nesta noite “Death in Fire”, de Versus the World””, onde apareceram arqueiros em palco para dar um sentido ainda mais literal à “One Thousand Burning Arrows” do novo trabalho. Com o apagar das luzes, surge uma nova personagem em palco, que pelos chifres do seu capacete, remete-nos para a personagem de Loki. Posteriormente, mais uma mudança de pano é necessária para a sequência de músicas “Father of the Wolf”, “Runes To My Memory”, e um pequeno incentivo em português com “Borá lá caralho!” por parte do vocalista no inicio de “War of the Gods”, fazendo com que a agitação da sala aumentasse.

Foi assim que se entrou, sem querer propriamente que a noite chegasse ao fim, na recta final do concerto onde novamente com personagens em palco se fez uma saudação e brinde a todos os presentes com os copos em forma de chifres, um lugar comum dos Amon Amarth que todos os fãs gostam, dando assim o mote para mais uma música do novo álbum “Raise Your Horns”, sendo sucedida por mais guerreiros em palco com machados e escudos em punho para dar mais vida à “Guardians of Asgard”. Com um término cada vez mais próximo, e estando o público ainda nada cansado, efeitos de luzes sobre um novo pano e sons a conjugar com efeitos de strobe a simular trovoada, um dragão insuflável é mostrado e com ele irrompe novamente em palco Johan com um martelo em punho e dando a despedida da noite com a música “Twilight of the Thunder God”, criando sem dúvida um ambiente de verdadeiro Ragnarok.

Num concerto onde todos os presentes queriam apenas pedir mais e mais, os Amon Amarth fecharam o concerto cerca de quinze minutos antes da hora prevista mas com um sentimento de conquista feita. Apesar de algumas questões de som, onde as guitarras e a voz poderiam em certos momentos estar mais equilibradas, o somatório geral foi de um concerto ímpar e digno de ter sido gravado para um posterior lançamento de um DVD, para que a memória do mesmo se mantivesse viva!

Reportagem por Rui Silva

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