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Reportagem Mayhem, Dragged Into Sunlight, The Ominous Circle @ Lisboa Ao Vivo, Lisboa – 12/10/17

A noite era de grande expectativa. Não era todos os dias que se tinha oportunidade para ver um dos álbuns mais emblemáticos de todo um género, “De Mysteriis Dom Sathanas”, e de ver-se a história a ser feita. Ou pelo menos a ser encenada e representada na íntegra. A noite estava quente como que preparada para receber das entranhas do inferno os Mayhem numa das melhores salas da capital – Lisboa Ao Vivo.

A noite começou com os The Ominous Circle, que têm feito uma série de actuações demolidoras, incluindo a primeira parte para Asphyx, a actuação no VOA Fest ou mesmo o concerto que deram no Algarve, analisado nestas mesmas páginas. Trata-se de uma escolha mais que apropriada já que a banda enquadra-se perfeitamente no ambiente criado para este momento especial. A performance dos The Ominous Circle foi irreprensível, gozando de um som muito bom que beneficiou e muito o seu black metal com laivos de death. Sem dúvida, um dos grandes valores da música extrema nacional.

A segunda banda a subir ao palco foram os britânicos Dragged Into Sunlight. Apesar de fazerem uso de pormenores interessantes no cenário do palco e do seu som algo dinâmico em termos estilístico, oscilando entre o death, black, doom e até grindcore, o facto de terem tocado praticamente todo o alinhamento voltados de costas para o público fez com que houvesse uma desconexão que marcou toda a sua actuação. O resultado final foi uma performance que se sentiu como mediana e falhou em chegar ao público.

Para o final ficou o melhor. A banda norueguesa que já tinha visitado o nosso país para também celebrar este álbum na última edição do SWR de Barroselas, entou em palco com o soar dos sinos que anunciava o início da “Funeral Fog” e também o início do seu concerto. Attila foi sem dúvida o mestre de cerimónias apropriado e é sem dúvida o frontman apropriado para os Mayhem. Não faltou a homenagem a Dead (antigo vocalista que se suicidou e quem Atilla foi substituir nas gravações do álbum clássico homenageado) com Atilla a declamar “When It’s Cold, when it’s dark, the Freezing Moon can obscess you”. tal como Dead tinha imortalizado no primeiro álbum ao vivo da banda, “Live In Leipzig”.

Foi um desfilar de clássicos durante cerca de quarenta/cinquenta minutos. Todos os membros da banda demonstraram estar ao seu melhor nível. A secção das guitarras a cargo de Teloch e Ghul demonstrou estar muito bem entrosada, Necrobutcher com a solidez do costume e Hellhammer a impressionar como sempre – praticamente não dando indicação de esforço enquanto despejava blastbeats e pedal duplo em profusão. E claro, Atilla. Mesmo não tendo praticamente nenhuma interacção com o público, a sua performance altamente teatral fez com que o público estivesse totalmente rendido.

Foi uma actuação praticamente perfeita, excepção para os problemas do microfone de Atilla durante o primeiro tema que fez com que não se ouvisse a voz. Em relação à duração, como apenas tocaram os temas do álbum, houve quem sentisse, eu próprio incluído, que tinha sabido a pouco. No entanto, e reflectindo mais um pouco sobre este concerto, foi a duração ideal para que a intensidade tenha sido tão alta. Sem necessidade de gimmicks (embora tenham havido alguns) ou de tocar duas horas, o concerto foi intenso do início ao final e fez com que tivessem saído todos satisfeitos com esta noite de black metal histórica.

Reportagem por Artur Castanha, transcrita por Fernando Ferreira – Disponível no EP 16 Lore Of Metal.
Agradecimentos SWR Inc.

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