Reportagem The Haunted, Norunda, The Descent, Revolution Within @ RCA Club 18-02-2018
A Trilogia. Noites de Metal em Lisboa no RCA Club: Na anterior sexta, sábado e este domingo, o clube acolheu três eventos seguidos de grande metal, com a passagem de 11 bandas pelas três noites. A World Of Metal reportou a trilogia, neste fim-de-semana intenso (reportagem aqui e aqui), a prova que a cena Underground está muito viva!
Com o seu mais recente trabalho ‘Strength In Numbers’, editado pela Century Media em 2017, a banda mítica de Thrash / Death Metal da Suécia The Haunted regressa a Portugal, no âmbito de uma digressão Ibérica com uma dezena de datas. O dia 18 de Fevereiro é a data exclusiva de passagem da banda pelo nosso país, trazida pela mão da Notredame Productions, com sala marcada no RCA Club, Lisboa. Com eles trazem a companhia e todo o peso de Norunda (Portugal / Espanha), The Descent (Espanha) e Revolution Within, os convidados especiais para abrir o concerto em Portugal.
Rui ‘Raça’ Alves bem anunciou que esta seria a ‘A’ noite do thrash. Os Revolution Within foram a nossa banda portuguesa, vindos do Porto, os convidados especiais para abrir as hostilidades da noite. Após uma introdução, abrem a rasgar ao som de ‘Suicide Inheritance’, uma malha retirada do último disco ‘Annihilation’ (Rastilho Records, 2016). Como banda de abertura, e devido à hora, temos ainda uma sala tímida, mas as pessoas vão chegando e simplesmente é impossível ficar indiferente ao som agressivo e consistente dos Revolution Within, eles marcam grande presença no palco, com dignas descargas de energia e atitude de thrash metal, e estão sempre a puxar pelo pessoal.
Seguem-se os temas ‘Silence’, ‘From Madness To Sanity’, ‘Until I See The Devil Dies’ e ‘Pull the Trigger’ (este último com a participação de Hugo Andrade dos Switchtense). Mais uma vez o som do RCA estava muito bom, e sem dúvida que a banda deixou a sua marca ao agitar o pessoal. Ao apresentarem a canção ‘Pure Hate’, que seria a sua penúltima para a noite, convocaram uma Wall of Death, e ao chegar ao último tema, ‘Stand Tall’, que regressa ao primeiro disco da banda, ‘Collision’ (Rastilho Records, 2009), despedem-se cheios de groove nos compassos finais desta última malha. Agradecem e despedem-se com um até breve, sob os aplausos dos presentes.
The Descent vieram de Espanha, e esta é a sua primeira vez a tocar em Lisboa. Com eles trazem Death / Thrash Metal técnico, agressivo, muito a rasgar, e cheio de atitude, com assumidas influências de Death Metal da Suécia, em bandas como At the Gates, Dimension Zero, e os próprios The Haunted. Após introdução instrumental, abrem com grande poder, ao som de ‘The Warrior Within’, com possantes batidas de bateria, guitarras brutais e guturais profundos. O som estava forte, pesado, do melhor.
Eles trazem uns acessórios porreiros, duas grades com o logotipo da banda cravado, que colocam na frontal do palco. Por vezes sobem-nas e essa pose confere ainda mais agressividade, atitude e rebeldia no manifesto da banda. Neste concerto, tocaram quase na totalidade o último disco ‘The Coven Of Rats’, lançado em Novembro de 2016 pela Suspiria Records. Seguem-se os temas ‘Falling From Grace’, ‘New Millennium Spawn’, ‘Dead City Gospel’ e ‘Seeds of Madness’.
A prestação ao vivo de The Descent, só veio reforçar a capacidade técnica desta banda formada em 2006, em Bilbao, Espanha, assim como a brutalidade que emana deste recente álbum. A adesão do público foi boa na linha da frente, já se notando uma casa bem composta. Seguem-se os temas ‘Ten Times Stronger’, ‘At the Foot of the Monolith’, e a fechar, ‘The Coven of Rats’, que dá o título ao disco. A sublinhar o poder que nos apresentaram nesta noite, The Descent, uma experiência que a própria banda adorou, e referiu, após uma breve troca de palavras: “The first time in Lisbon was a Blast, hope we can make it to your beautiful country again”.
A festa continua, ao som dos Norunda, que começam a atuar ainda 5 minutos antes do horário previsto. Planeamento impecável entre trocas das bandas. Durante uma atuação de cerca de 50 minutos, tiveram o tempo para deixar a marca do disco ‘Irruption’, editado pela Suspiria Records, 2017.
Apesar de ser uma bada recém-formada com apenas dois anos, os seus membros, músicos experientes colocam um bom show em palco, ao trazer o som de thrash metal clássico com melodias eficientes e influências old-school. Muito divertidos, sempre muito comunicativos com o público e sem nenhumas asneiras a conversar ora em português, ora espanhol… a destacar o momento em que o vocalista/guitarrista Rubén Cuerdo sai do palco e vem tocar para junto do público, e o solo do baterista Marcelo Aires (também em The Ominous Circle, W.A.K.O) que cativou toda a audiência.
A casa prepara-se ao seu melhor nível esta noite para receber The Haunted. Não estando casa cheia, estava ainda assim bem composta com mais de metade da lotação numa noite de Domingo. A banda entra em palco a abrir com dois temas do novo álbum ‘Strength In Numbers’ (Century Media, 2017), com a introdução do tema ‘Fill The Darkness With Black’, logo seguido de ‘Brute Force’, que tem uma entrada de peso monumental, e logo aí, a banda solta de imediato toda a sua fúria e não há alma parada na casa. O vocalista Marco Aro canta furiosamente e percorre todos os cantos do palco. Sim, ele vem cantar junto aos pilares nas laterais para lançar o caos. É tempo de Mosh. Mosh, mosh! Logo nos primeiros minutos, qual bomba a detonar, a sala está no auge e é impossível ficar quieto ao som dos The Haunted!
O Som está no ponto, típica qualidade da casa, e a banda avança para temas de álbuns mais antigos entre 2000 e 2006, pela ordem de ’99’, ‘Trespass’, ‘The Flood’ e ’The Medication’. A plateia é neste momento uma zona de guerra! Com Wall of Death, Stagediving, por altura destas canções… é tempo de todas as hostilidades!
Após um breve regresso ao novo álbum com o tema ‘Preachers of Death’, seguem-se temas dos discos ‘Exit Wounds’ (2014) e ‘Revolver’ (2004), pela ordem de ’Trendkiller’, ‘Time (Will Not Heal)’, ‘All Against All’, ’No Compromise’. A banda estava imparável, e a prestação foi crescendo de tal modo que assistimos a um banquete do metal extremo Death / Thrash técnico, por vezes melódico, servido pelos veteranos da Suécia.
Nova viagem ao passado, com uma remessa de temas que percorrem os álbuns da época de 2000 a 2006, com ‘Hollow Ground’, ‘D.O.A.’, ‘The Guilt Trip’, ‘Dark Intentions’ e ‘Bury Your Dead’. É um autêntico e extenso portefólio, que conferiu à banda cerca de uma hora e meia de atuação, que no mais puro espírito de celebração underground tornaram esta noite um espectáculo memorável, que tão cedo não será esquecido. As palavras que Marco Aro dirigia ao público diziam tudo, fruto da emoção:
“Portugal this is so f*cking amazing! Thanks!! Here’s the deal, one more song and you lift the f*cking roof out of this room tonight. We’re in this together!!
Neste momento, já ele tinha saltado para cima do público e cantado a fazer crowdsurfing pelas mãos dos fãs de uma ponta à outra da sala, a banda simplesmente estava fortíssima, e a audiência no auge.
Tocaram ‘Hate Song’ do seu álbum de estreia, (Earache Records, 1998), e quando por momentos saíram do palco, Nem os fãs os deixavam ir embora, nem eles queriam. Para o Encore, guardaram ‘Eye Of The Storm’, e a finalizar, momento de culto com ‘Bullet Hole’ de 1998.
Em conclusão: RCA totalmente possuído pelo som dos The Haunted, que trouxeram o seu imenso poder para deixar todos os presentes ao rubro, numa atuação memorável, furiosa, brutal.
Texto e Fotografia por Hélio Cristóvão para a World of Metal
Agradecimentos ao RCA Club e Notredame Productions
Ver a galeria de fotos The Haunted
Ver a galeria de fotos Norunda
Ver a galeria de fotos The Descent
Ver a galeria de fotos Revolution Within
Support World Of Metal
Become a Patron!
New WOM Android APP – Read All Our Issues for free!
World Of Metal Magazine – Out Now
Download It Here!