Reportagem The Ominous Circle, Enlighten @ Marginália Bar, Portimão 23 Setembro 2017
O Marginália Bar, em Portimão, já é um espinho negro no mapa do Metal por terras algarvias. É sempre bom andar de olho no cardápio para estar ao corrente de concertos com sons mais pesados e alternativos. No passado 23 de Setembro calhou a vez aos portuenses The Ominous Circle, e aos algarvios Enlighten, num serão black/death que trouxe adeptos de todo o Algarve ao centro de Portimão numa noite amena de Sábado.
Da mente de BKD dos In Tha Umbra e do multifacetado Artur que destrói peles em Prayers of Sanity e Fungus, Enlighten apresentam um black/death mais black que death, e que em palco também tem o apoio da guitarra de Tião dos Prayers e das quatro cordas de Alexandre dos Grog. Introdução épica e arrancaram com “Phosphorous Lvithn”, tema já de 2015 mas que nos fez recuar ainda mais no tempo com a sua sonoridade black mais retro. Com uma qualidade de som de palco sofrível, baixou o tempo com o início de “Pallor” mas a velocidade foi retomada sabiamente no mesmo tema. Retro. A mesma fórmula foi usada em “Devourer of Stars” com mestria e, quando menos se espera, somos apanhados pela explosão sonora. “Shroud of Ash” foi exactamente isso, um metafórico manto de cinzas que se espalhou pelo bar.
Primeiras e únicas palavras do palco para o público a agradecer a comparência, e término com o primeiro single, “Sulphur Bread”. Impressionante barragem de som, quase a antever o que se seguiria… The Ominous Circle é a “next big thing” no underground luso? Relembramos que a banda portuense, que por trás das máscaras esconde elementos de Holocausto Cannibal, Pitch Black e Legacy of Brutality entre outras bandas, assinou pela infame editora Osmose e andam com datas agendadas pela Europa, incluindo a abertura para Mayhem em Espanha e Portugal em Outubro. Demorado acerto de som, mas assim que os cinco encapuzados começaram a debitar “To En” do seu álbum Appaling Ascension, verificou-se que valeu bem a pena a longa espera, ficando toda a gente em sentido.
Ao contrário de Enlighten, The Ominous Circle tem muito mais de death do que black, e é curioso concluir que é um casamento perfeito. “Poison Fumes” foi a bomba seguinte a nos fustigar e, logo de seguida, “From Endless Chasms” não nos deixou respirar tal não foi a deliciosa violência acometida aos ouvidos dos cerca de cem presentes na sala portimonense. O início da sequência “Ateh Gibor Le-olam Adonai”/“A Gray Outcast” permitiu uma ténue tentativa de recuperação. Todo o aparato visual da banda também foi muito fascinante, transmitindo não só mais mistério, como também um receio barra respeito por toda aquela monumental barragem sonora a ser debitada em palco. Sem direito a uma despedida oficial mas com um fenomenal trabalho de guitar wah wah, “As the Worm Descends” foi o prego final no caixão. Quando os músicos se retiraram de palco, ficamos a olhar para o vazio a tentar perceber que género de camião nos tinha acabado de atropelar com tanta intensidade. Se tiverem oportunidade, vão vê-los ao vivo. Não serÁ do death metal mais fácil de digerir, é denso, é um pouco Morbid Angel, Immolation, mas é uma excelente experiência.
Reportagem e fotos por Nuno Bacharel
Agradecimentos ao Marginália Bar
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Com muita pena nao estive presente… Espero que voltem e que tenha a oportunidade de ir!