Review

WOM Reviews – Signs Of The Dying Summer / Baal / Minnesjord / Teufelsberg / Ancient Mastery

Signs Of The Dying Summer / Baal / Minnesjord / Teufelsberg /
Ancient Mastery

Signs Of The Dying Summer – “Oto Jest Pustka”

2021 – Godz Ov War Productions

Há nomes na música pesada que me tiram do sério. Signs Of The Dying Summer ou simplesmente SotDS – como se pode ver é a designação da banda – é um nome que não lembra ao diabo. Literalmente, porque estamos a falar de black metal. E contrário ao que se possa pensar, até nem é do mau. Aliás, é bom. É cru, certo, e primitivo também, todavia consegue injectar variações e dinâmicas suficientes para que esta meia hora fique a saber a pouco. É um resultado bastante interessante e até um exemplo para os outros. Temos um trio onde um dos membros está encarregue exclusivamente da programação da bateria. Apesar do som de bateria não variar muito do que sabemos haver disponível, a programação e a mistura está perfeita para passar um som orgânico, um componente essencial para que isto soe tão bem como soe.

8.5/10
Fernando Ferreira

Baal – “Epitaphion”

2020/2021 – Nekrogoat Heresy

Baal é o nome do mais recente projecto de Arcanus presente em muitas bandas de metal extremo nacionais (Inner Helvete e Vómito na Cruz só para citar duas) e este seu álbum de estreia editado em nome próprio no ano passado vai agora ser reeditado pela Nekrogoat Heresy. As expectativas era de encontrar, obviamente, black metal cru e elas não foram defraudadas no entanto temos aqui muito mais que isso. Temos uma toada melancólica que salta aos ouvidos especialmente em temas como “Wolves Gathering For The Hunt”, e um sentido de atmosfera bem palpável que distingue a proposta das restantes. Apesar de alguma limitação das citadas atmosferas, não se perde o impacto, ajudado também pelo facto do álbum não chegar a atingir a marca da meia hora. Boa estreia e uma one-man band que não chocará se se tornar a prioridade de Arcanus.

8/10
Fernando Ferreira

Minnesjord / Teufelsberg

2021 – Signal Rex

Durante anos pouco crédito demos ao que se fazia em Portugal em termos de Black Metal… admitam! Imensos projectos eram ignorados e rotulados de fracos e desinspirados. Quão longe se estava da presente realidade? Muito. Felizmente o Artista, quando cria com convicção, ignora o ruído que o rodeia, e segue em frente. A cena Black Metal nacional cresceu e extrapolou as fronteiras nacionais, e Minnesjord é somente um dos mais recentes exemplos da diversidade da mesma. Minnesjord não é, de forma alguma, mais uma cópia reciclada de Ildjarn. Guia-se por premissas similares? Sim, mas também há 4315 clones de Mayhem e não vejo o pessoal a pegar fogo às mesmas. Sem vi Ildjarn como um metafórico pontapé da boca! Controvérsias e o Diabo a quatro, à parte, o músico norueguês construiu uma obra que se aguentou estes anos todos, e a dupla portuguesa viu-se infectada pelo mesmo virus, destilando o som que aqui nos apresentam. Do outro lado temos uma outra dupla, desta vez polaca, que por sua vez se mostra muito mais apegada ao Black Metal dos anos 90, clássico, melódico q.b., agressivo quando a música pede, e imensamente bem estruturado! Pfff… a par do Split de Necrobode, este será talvez dos melhores Splits do ano. Com estas duas bandas temos duas perspectivas deveras distintas, do Black Metal: a loucura controlada dos Minnesjord, lado a lado com a agressiva melodia de Teufelsberg. Quiçá a contribuição de Minnesjord seja mais difícil de assimilar. Não que não tenha qualidade, que tem, mas a abordagem ao género é muito mais caótica, mais solta e descontrolada, a faceta Punk remete-nos para esse descontrolo (controlado), e é completamente overwhelming. Teufelsberg: Black Metal polaco é deveras especial. À margem de todas as polémicas, os polacos são mestres no Black Metal. Assim sendo, mergulhem neste Split.

8/10
Daniel Pinheiro

Ancient Mastery – “The Chosen One”

2021 – Northern Silence Productions

Mais uma interessante one-man band que nos chega a atenção por parte da Northern Silence Productions. E nem é o primeiro lançamento da sua discografia, tendo também lançado este ano uo seu álbum de estreia. É black metal primitivo mas com alguns pormenores melódicos muito interessantes que no início até parecia levar a coisa para o campo do pagan/folk metal. Tal não se chega a concretizar, pelo menos na totalidade mas não deixa de ser uma aura que fica a pairar sobre ele. Confesso que o desejo de conhecer mais música deste projecto não se instalou logo mas depois de apreciar o tema-título algumas vezes, o mesmo revelou-se insaciável. Esta edição em CD tem a particularidade de trazer dois temas extra, que podem revelar o futuro próximo da banda, com uma sonoridade não tua crua mas ainda mais impactante. Recomendado.

8/10
Fernando Ferreira

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