Report

WOM Report – Concurso de Bandas Vagos Metal Fest 2020 @ RCA Club, Lisboa – 08.02.20

Mais um passo dado para o caminho para o Vagos Metal Fest 2020 e um daqueles passos que revela bem a qualidade e diversividade no nosso underground. Esta é a nossa lenga-lenga, eu sei e que já nos acompanha já sabe que assim, mas quando é a realidade que temos… não faz sentido dizer o contrário apenas para apresentar um panorama refrescante para o caro editor. Considerações aparte, esta foi uma noite que colocava a concurso três bandas diferentes – 11th Dimension, God Hates A Coward e os Affäire. E para o final, ou como os próprios afirmaram, para o after party, os Beyond Strength, tributo aos Pantera que dispensam apresentações.A noite era de derby entre Porto e Benfica, pelo que este embate musical iria começar mais tarde forma a garantir que não houvessem desculpas para a falta de comparência – em abono da justiça, este dia em específico foi rico em eventos espalhados por toda a noite lisboeta.

Os 11th Dimension foram os primeiros que subiram ao palco (com ainda um público mais reduzido, algo que ia mudando timidamente ao longo da actuação e da noite.) e apresentaram-se pela primeira vez com o novo baterista Sérgio Ferreira – que teve uma estreia irreprensível. Era sabido que estas actuações teriam de ser bem curtas e intensas e foi isso que tivemos, sendo que a banda de Diana Rosa não deixou de apostar no álbum de estreia “Paramnesia”, para trazer a sua dose muito especial de peso metálico que se junta às influências progressivas.  Não sendo a primeira vez que os vimos ao vivo, não deixámos de sentir que estavam especialmente inspirados. “Leaves” e “Trust Denied” foram pontos altos de uma actuação bem sólida e que mostram que apesar das contrariedades recentes, a banda está em excelente forma.

Das três bandas a concorrer, confesso que os God Hates A Coward eram os menos conhecia. O que talvez tenha provocado que a sua actuação tivesse ainda um maior impacto. Música que, tal como Mário Fernandes, baterista, referiu, era mesmo instrumental. O vocalista não se encontrava doente e esta não era uma solução de recurso. E certas coisas funcionam muito bem tal como são. Som de difícil categorização – poderíamos dizer stoner, pós rock ou simplesmente rock instrumental e tudo faria sentido – mas de bastante fácil absorção, estavamos perante uma grande banda que urge conhecer melhor. Duelos de solos, com grande feeling esbanjado sem qualquer cuidado, toda a plataforma que seja para as guitarras brilharem e serem bem tratadas têm o nosso apoio. E apesar de poder não ser, à partida, uma banda que suscite euforias, o publico presente não deixou de vibrar.

Não poderíamos ter duas sem três, com os Affäire a fecharem o lote das bandas a concurso. Sonoridade tradicional dentro do hard’n’heavy, é inegável a classe dos Affäire (não foi de todo por acaso que considerámos ter lançado o melhor álbum hard rock em 2019). Também com muitos fãs que vibraram com uma sonoridade clássica mas que a banda consegue sempre apresentar de forma refrescante. O tempo não era muito por isso a banda não se poupou esforços para apresentar temas bem mexidos como “Nasty But True”, “Cash 4 Flesh” ou “Devil’s Cross” com um grande impacto entre os fãs que fizeram air guitar, essa arte que cada vez se vê fadada ao abandono nos concertos de hoje em dia. Energia e classe contagiantes e a não facilitar a escolha para o vencedor desta etapa. Aliás, todas as bandas estiveram no seu melhor.

Para finalizar a festa em grande, coube aos Beyond Strength terminarem a fazer aquilo que fazem melhor, meter a sala a mexer. Logo no início moshe e circle pits implacáveis. Por esta altura e estando a hora já adiantada, o ambiente era já de festa com os clássicos da banda do Texas as ser interpretada, com inúmeros momentos alts. Um deles o facto da banda ir trocando de bateristas entre João Morais e Nuno José (e por vezes ainda surgia alguém para ajudar a nos pratos ou nos timbalões. Outr sem dúvida foi a presença de Lucas Bishop dos Downfall Of Mankind para cantar a “Domination” (seguida pela segunda secção da “Hollow” e a “Walk” já no final. Confusão, mosh, walls of death, circle pits, crowdsurfing. Mais um dia no escritório, daqueles dias em que se sai como se tivesse andado a correr a maratona. Mas daquelas fazem-se por gosto.

Texto por Fernando Ferreira
Fotos por Sónia Ferereira
Agradecimentos Amazing Events

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