Report

WOM Report – Elder, Travo @ RCA Club, Lisboa – 28.10.25

Depois de várias datas em suporte da tour dos All Them Witches, os Elder tinham em Portugal os primeiros de um conjunto de concertos como headliners, que encerraria esta tour europeia da banda. Com data dupla no nosso país, a primeira noite seria em Lisboa no RCA.

Sendo dia de semana e de tempestade, apesar de os bilhetes terem esgotado, a sala demorou a encher, mas quando os portugueses Travo entraram em palco, o RCA já se encontrava muito bem composto.
Começando com uma intro com teclados a recuperar a sonoridade do space rock, a banda de Braga começou por fazer um brinde em palco com o público, antes de abrir com “You won’t see me”, seguido por “Arrow of Motion”, temas trabalho mais recente “Astromorph God”, que estaria em destaque ao longo do concerto. Por entre texturas psicadélicas, e riffs carregados de groove, o Heavy Psych praticado pela banda, foi criando um grande ambiente na sala que agarrou o público, totalmente focado em palco, e que para o final do concerto protagonizou mesmo o único momento de moche da noite inteira. Foi uma enorme demonstração de qualidade da música dos Travo, bem como da execução e entrega da banda ao vivo, desde o primeiro tema até ao fim com “Turn to the Sun”.

Com a sala já na lotação máxima, foi a vez dos Elder entrarem em palco. A banda originalmente formada no Massachusetts, e agora sediada em Berlim, começou por ter uma sonoridade centrada no Doom/Stoner Metal, mas rapidamente começou a incorporar elementos psicadélicos e progressivos. Numa noite em que com a excepção do primeiro álbum, a banda passou por toda a discografia principal, “In Procession” foi o tema escolhido para abrir. Sobressaiu logo a boa qualidade de som na sala, onde os vários instrumentos podiam ser ouvidos na perfeição, com força nos momentos de peso, e clareza nas fases em que o psicadelico e o progressivo tomavam conta da música, criando um ambiente etéreo.

Depois da abertura, épicos como “Thousand Hands” e “Merged In Dreams – Ne Plus Ultra”, foram pintando uma imagem sonora com longos períodos instrumentais, onde ficaria em destaque Nick DiSalvo na guitarra principal com melodias intrincadas, e o groove do baixo de Jack Donovan. Na discografia dos Elder, um álbum que deixou marca foi “Lore”, sendo representado aqui por “Compendium”, tema que contém um riff que trouxe muito headbang, e pôs o público a cantar a melodia em coro. Seguir-se-iam a groovy ”The Falling Veil” e a progressiva “Catastasis”.

Numa banda onde os teclados têm vindo a ter um maior destaque, ao vivo o espaço que ocupam acabou por ser atribuído à dupla de guitarras. O resultado é uma sonoridade mais crua mas que mantêm o mesmo sentimento e espírito prog da versão de estúdio. Para terminar a noite, regresso ao tom mais Doom/Stoner com o peso de “Gemini”, em que o público se juntou em coro para cantar o refrão, num dos momentos da noite. Concerto tremendo dos Elder perante uma recepção bem calorosa do público português.

Texto por Filipe Ferreira
Fotos por Filipa Nunes
Agradecimentos Amplificasom


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