WOM Report – Faro Alternativo @ A.R.C.M – Faro – 04 e 05.10.19
A nona edição do Faro Alternativo realizou-se no passado fim de semana de três a cinco de Outubro com um cartaz de luxo só com nomes nacionais. Mais uma vez o F.A. primou pela diversidade sonora e tivemos sons que foram do Reggae até ao Grindcore, passando pelo Black Metal, Hardcore, Industrial, Rock’n’Roll e Death Metal. É de salutar o público que mostraram que misturar de tribos não é um erro, pois mantiveram um fraterno convívio. Este ano o festival apostou num formato com dois palcos em duas salas diferentes, pelo que o intervalo entre bandas nunca ultrapassou os cinco minutos. Enquanto tocava uma banda numa das salas, na outra procedia-se à preparação e checksound da banda que actuaria a seguir, pelo que se cortou o tempo de espera entre bandas que acaba por desmobilizar o público e atrasar os horários previstos das actuações. Esta foi uma excelente ideia e uma melhoria por parte da organização.
Infelizmente não pude estar presente no primeiro dia devido a compromissos profissionais, pelo que só assisti aos concertos de sexta e de sábado mas podem ler aqui o report do primeiro dia.
Na sexta feira tivemos nos dois palcos do festival, VIL, Galvana, Patrulha Do Purgatório, Redemptus, Steal Your Crown, Gaerea, Process of Guilt, Capitão Fantasma. No sábado actuaram Shadowmare, Cicatriz, Cranky Geeks, Dollar LLama, Villain Outbreak, Sacred Sin, Serrabulho, Bizarra Locomotiva. Quero aqui destacar algumas da actuações destes dois dias do festival apesar de todas as bandas terem estado todas em grande.
O primeiro destaque vai para os Patrulha do Purgatório, banda de punk inspirada nos primórdios do punk nacional encabeçada pelo carismático Miguel Newton (Mata Ratos) e Hugo Conim, qualidade que está ao nível do que Conim já nos habituou com outras bandas como Dawnrider, Dragons Kiss e Clockwork Boys. Os Patrulha meteram o público ao rubro com temas como “Bolinhas de Sabão”, um original dos Tilt, lançado em 1981.
Outros destaques de sexta feira vai para Redemptus e Gaerea. Redemptus era uma das bandas que eu há muito queria ver ao vivo e que não gorou as minhas expectativas com o seu Sludge/Post Metal/Doom atmosférico, uma miscelânea de sons que tornam o seu som único, o Rui Paulo é um animal de palco como nunca conheci outro e apesar de em Redemptus estar um pouco limitado em movimentos, porque além da voz assume as quatro cordas da banda, mesmo assim conseguia passar para o público a sua paixão e sentimento.
Sábado destaco as actuações de Sacred Sin e Serrabulho. Sacred Sin presentearam-nos com uma actuação irrepreensível que agora contam com Luís Coelho na guitarra a fazer parelha sonora com o Marcelo Costa, e ao vivo é uma diferença brutal. Foi um regresso ao passado ao ouvir temas como “Mordid” (a abrir logo a actuação), “Chapel of The lost Souls”, “The Shades Behind” e “Darkside” entre outras.
Serrabulho foi uma surpresa agradável, pois nunca os tinha visto ao vivo e nem conhecia bem o seu som, numa única palavra foi um concerto insano. A energia do vocalista Carlos Guerra é incrível, não parou um único segundo e conseguiu pôr o publico a dançar, a fazer um comboio em fila que até para fora fora da sala foram enquanto o resto da banda continuava a tocar, enfim momentos de pura e saudável insanidade.
Bizarra Locomotiva é Bizarra Locomotiva e pouco mais há a dizer, pois as suas actuações energéticas já são uma lenda. Resumindo, mais uma vez toda a organização esteve de parabéns, sendo que o Rafael Rodrigues dá o que tem e o que não tem pelo panorama musical alternativo em Faro. Agradeço a todo o pessoal das bandas e staff pelos dois dias que me proporcionaram e por me terem confiado a cobertura fotográfica do evento e por terem mais uma vez feito a projecção das minhas fotos no ecrã gigante durante toda a duração do festival. Para o ano estaremos lá para a décima edição.
Texto e fotos Roberto Raposo
Agradecimentos Faro Alternativo
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