Review

WOM Review – God Is An Astronaut / Anticreation / Daedric Armour / Amon Amarth

God Is An Astronaut – “The Beginning Of The End”

2022 – Napalm

Se foi natural termos discos “ao vivo” durante a pandemia, registados em formato “teletrabalho”, também foi natural aproveitar a ocasião para fazer algumas experiências que se calhar anteriormente não passariam de ideias atiradas para o ar. Mais concretamente os God Is An Astronaut decidiram pegar no seu álbum de estreia e regravá-lo “ao vivo” (em estúdio, portanto) de acordo com as alterações e evoluções que foram incorporando de conviver há tanto tempo com os temas. Uma espécie de revisitar orgânico, onde as canções literalmente cresceram e adaptaram-se (ou foram adaptadas) aos seres humanos que as tocam, seres esses que também passam eles por processos evolutivos. É assim portanto um ideia interessante com um resultado igualmente interessante – eufemismo, porque na realidade é brilhante. Não só para eles próprios mas como também para os seus fãs mais antigos.

9/10
Fernando Ferreira


Anticreation – “From The Dust Of Embers”

2022 – Sentient Ruin Laboratories

Estreia discográfica deste pedaço de podridão vinda da Grécia. Um death metal bastante enegrecido e caótico tal como mandam as leis primitivas da coisa e o resultado até é bastante memorável, apesar de todas as memórias de projectos semelhantes que levanta. E este facto não impede que se sinta que há por aqui algo minimamente original ou pelo menos refrescante. Boas atmosferas sufocantes e claustrofóbicas e um álbum que é para ouvir de uma assentada, principalmente quem precisa de ter aquela dose macica de neblina metálica, densa como uma parede a martelar na cabeça.

8/10
Fernando Ferreira


Daedric Armour – “Daedric Armour”

2022 – Bitter Loss

Segundo a informação que recebemos, Daedric Armour é o único projecto de black metal mais raw (não tão raw assim) que se inspira no universo Elder Scrolls, algo que me escapa completamente ao conhecimento mas que após uma rápida investigação conclui que se trata de um jogo de vídeo RPG que começou na primeira metade da década de noventa. Daedric Armour é uma armadura do quinto jogo, se não estou em erro. Algo que à partida até poderia não ser particularmente interessante para o universo black metal no entanto a coisa, musicalmente, resulta muito bem, com temas normalmente uptempo mas com uma sonoridade onde os instrumentos são bem perceptíveis e onde temos variedade suficiente (e interessante) para que se tornem minimamente memoráveis. Para os fãs do género e do jogo (acredito que seja um nicho bastante reduzido) acredito que ainda seja mais memorável.

8/10
Fernando Ferreira


Amon Amarth – “The Great Heathen Army”

2022 – Metal Blade

Os Amon Amarth são o tipo de banda que facilmente caem num beco sem saída e do qual é sempre difícil sair. Bandas como Rhapsody (qualquer uma das versões), Therion e Children Of Bodom, são bandas que se apresentaram com uma fórmula ou identidade diferente e muito própria e que depois viram-se forçados a fazer mudanças. Forçados por receio do seu público se fartar ou simplesmente por eles próprios se fartarem. Não vou dizer que os Amon Amarth ou sequer alguma das bandas atrás tenham feito isto, mas é o que se sente. E no caso destes suecos, sentiu-se que havia uma tentativa de mexer numa fórmula muito bem definida e que tentava a todo custo transcender as fronteiras já estabelecidas há muito tempo. O problema é que criativamente os trabalhos têm vindo a enfraquecer. Depois de um “Berzerker” mal recebido pela crítica e alguns fãs, “The Great Heathen Army” é o álbum apaziguador que recupera algujma da força mas mantém a tentativa de tornar o seu som mais acessível. O que tendo em conta os resultados, não há nada de errado com isso, quando o resultado é um álbum ao qual se ouve muito bem. Daqui apenas alguns temas vão saltar para cima dos palcos e nesse tipo de gestão em que a fase da carreira da banda se encontra nem é preciso mais. Convida-se pessoas como Biff Byford dos Saxon para um tema como “Saxons And Vikings” e junta-se mais uma série de temas que apelam à melodia cativando algum do peso e está feito. Antes assim.

7.5/10
Fernando Ferreira


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