WOM Report – Kamelot, Reverent Tales @ Hard Club, Porto – 16.06.19
Quando o Vagos Metal Fest e a Amazing Events anunciaram no Facebook “últimos bilhetes à porta”, confesso que pensei que era uma estratégia de marketing para atrair público. Mas quando cheguei ao Hard Club, cerca de um quarto de hora antes da abertura de portas, e a fila já dava a volta no longo corredor, percebi que os tais últimos bilhetes deviam ser uma realidade (o que me deixou bastante contente, uma vez que Kamelot não é propriamente “banda da moda” e esta afluência de pessoas, que gritaram as letras a plenos pulmões, é prova que o proverbial termo “carneirada” não se aplica).
Às oito e meia em ponto subiram ao palco os lisboetas Reverent Tales. Não se sintam mal se nunca ouviram falar neles, pois a banda foi fundada apenas o ano passado e o álbum de estreia “Visceral” ainda está para ser editado. É uma das apostas da Amazing Artists Agency, que aproveitou este evento para dar um empurrãozinho à promoção da banda. Raquel Nunes tem um growling forte, mas as partes limpas, de um tom grave, soaram-me algo inseguras. Admito que também podia ser do som, que na maior parte do tempo esteve inconstante. Em todo o caso, temas como “Above Me” (o primeiro single, que roda no YouTube há cerca de quatro meses), “Enclosure” ou “The Era Of Witches” foram aplaudidos com entusiasmo.
Seis álbuns e dezasseis anos depois, os Kamelot regressaram às margens do Douro – não ao Porto, conforme Tommy Karevik disse, pois o concerto em questão (26 de Maio de 2003, com At Vance e Oratory – sim, estive lá!) ocorreu no Hard Club original e este ficava em Gaia. Mas ainda íamos no segundo tema e já o ambiente era de tal euforia que ninguém se atreveu a corrigir o vocalista.
O alinhamento não foi muito diferente do de Vagos o ano passado, uma das duas alterações sendo a balada “Here’s To The Fall” (dedicada a todas a pessoas próximas que perdemos na vida) que proporcionou fortes emoções – e um exército de telemóveis erguidos no ar. Esta iluminação foi a pedido de Karevik, mas algo me diz que teria acontecido de qualquer maneira. E ainda a propósito de telemóveis, e já que se tem falado tanto da reacção de Rob Halford dos Judas Priest a um em particular, Karevik fez exactamente o contrário: a meio de uma música, sem parar de cantar, fez sinal a alguém da primeira fila para lhe entregar o telemóvel e filmou-se a ele próprio e ao resto da banda antes de o devolver à dona (que nem devia acreditar no que acabara de acontecer).
Essa incredulidade parecia comum aos Kamelot relativamente à recepção que estavam a ter. Por mais que uma vez Karevik elogiou o público do Porto por este ser “loud” e Thomas Youngblood (“Mr. Kamelot Himself”) usou o mesmo adjectivo mais tarde. A “prova final” seria em “Forever”, quando fizemos os exercícios vocais da praxe que Karevik nos propôs, e ainda um por iniciativa própria em resposta às batidas de “We Will Rock You” que o baterista Alex Landenburg iniciou – achámos que gritar “KA-ME-LOT” em vez do hino dos Queen seria mais giro. Teria sido uma forma perfeita de terminar o concerto, mas ainda tivemos direito a ouvir “Liar Liar (Wasteland Monarchy)” antes de regressarmos a casa com um sorriso de orelha a orelha.
Texto e fotos Renata Lino
Agradecimentos Amazing Events
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