WOM Report – Skunk Anansie, So Good @ Sagres Campo Pequeno, Lisboa – 01.03.25
Os Skunk Anansie regressam este ano aos lançamentos de originais com “The Painful Truth”, que deu mote a esta nova tour que começou no Porto na noite anterior. Em Lisboa, a banda britânica encontrou um Campo Pequeno cheio e a borbulhar com entusiasmo. Antes, coube aos So Good a missão de aquecer o ambiente. Um guitarrista e um baterista vestidos de cor de rosa com máscaras de ski a condizer, e a vocalista Sophie, acompanhada por um duo que assumia os coros e as coreografias, formaram uma visão sui-generis que não deixaria ninguém indiferente. Temas como “If I Had a” ou “I rewrote the fucking bible” deram a mostrar o Brat Pop cheio de atitude da banda, com uma irreverência e um som bastante influenciado pelo punk.
Na sala, ecoou uma melodia assobiada, evocando uma marcha marcial, antes de explodir no pesado riff de ‘This Means War’, com a figura encapuzada de Skin entrar em palco. Uma entrada energética que deu o tom para todo o concerto mantendo a intensidade com o clássico “Charlie Big Potato”. Podemos falar numa banda com duas vidas, uma que engloba os três álbuns lançados nos anos 90, que deixaram marca e tornaram os Skunk Anansie numa das bandas essenciais do rock “alternativo” da altura, e outra no regresso ao activo em 2010. A setlist acabaria por ser um bom equilíbrio entre a nostalgia e o material mais “recente”. Como seria de esperar não faltaram clássicos como a já referida, “Charlie Big Potato”, “Weak”, “Secretly” ou “Intellectualise My Blackness” que proporcionaram alguns dos melhores momentos da noite, mas estes misturaram-se de forma perfeita com músicas pós 2010 onde se destacaram “My Ugly Boy”, “Love Someone Else”, ou “Piggy” um dos grandes momentos de peso da noite.
Do novo “The Painful Truth”, que será editado em Maio, houve o primeiro contacto com “An Artist Is an Artist” e “Animal”, dois temas que mostram bem a vitalidade atual da banda. Impossível falar da prestação dos Skunk Anansie sem começar pela vocalista Skin que mostrou uma forma vocal impressionante, e uma presença que dominou todo o palco. Sempre muito simpática e comunicativa com o público, a vocalista trouxe alguns momentos memoráveis como saltar para junto do público em “I Can Dream” indo até ao fundo da sala para acabar a fazer crowdsurf até ao palco. Para além da icônica Skin, foi uma excelente prestação da banda em conjunto, com as músicas a ganharem bastante com a sonoridade mais crua e menos produzida ao vivo, com o guitarrista Ace a puxar um som pesado e riffs cheios de groove.
O público ia-se mostrando muito receptivo e fez tudo para ajudar a festa, a saltar, dançar ou simplesmente a cantar em coro. O set principal terminaria com “Yes It’s Fucking Political”, dando direito a um encore com mais um clássico, “Hedonism (Just Because You Feel Good)”, o novo single da banda “Cheers”, e “Little Baby Swastikkka” em que Skin voltou a saltar para junto do público. Depois de uma pausa houve um segundo encore com “You’ll Follow Me Down” tocado em versão acústica e cantada por toda a sala, terminando em grande uma excelente noite de rock.
Texto por Filipe Ferreira
Fotos por Filipa Nunes
Agradecimentos Everything Is New