WOM Report – The Pineapple Thief, Randy McStine @ LAV Lisboa Ao Vivo, Lisboa – 03.03.24
Foi já com muita gente no Lisboa ao Vivo que Randy McStine entrou em palco. O músico que acompanhou os Porcupine Tree como guitarrista na última tour, apresentava-se aqui para um concerto intimista, estando sozinho em palco acompanhado de uma guitarra acústica e de sintetizadores.
O ambiente começou a formar-se com uma intro em modo de improviso, a consistir em teclados atmosféricos, e várias camadas de vocalizações que iam sendo adicionadas criando um ambiente etéreo. Seguiram-se dois temas lançados em nome próprio, “Before” e “Who to Avoid”, aqui tocadas numa versão mais despida apenas em guitarra acústica, funcionando especialmente bem em “Before” que perdeu nesta versão bastante do seu som prog, mas surgiu como um tema muito melódico e delicado.
Depois de um momento para agradecer a presença do muito público que estava presente, seguiram-se mais dois temas, “Activate” e “Big Wave”, desta vez saídos do projecto com o baterista Marco Minnemann. Mais uma vez foi uma oportunidade de ouvir estes temas com uma roupagem diferente, com “Activate” a ganhar uns tons quase funky. Uma boa forma de iniciar a noite e aquecer o público que se manteve bastante focado durante toda a atuação.
Liderados pelo vocalista e guitarrista Bruce Soord e já com mais de 20 anos de carreira e uma discografia longa, os The Pineapple Thief estrearam-se agora em Portugal como headliner. Um dos nomes de destaque na cena progressiva inglesa, o som da banda pende mais para um lado mais ambiental do prog e com sensibilidades pop. Com “It Leads to This” o novo álbum acabado de sair, a revelar-se um trabalho muito sólido, a banda mostrou-se confiante no novo material e viria a tocar o álbum na íntegra ao longo da noite.
Recebidos com muito entusiasmo pelo público que já enchia o Lisboa ao Vivo, a banda abriu com “The Frost”, um dos singles do novo trabalho, seguido por dois temas mais calmos “Demons” e “Put it Right”, um tema forte que acaba por lembrar bastante Steven Wilson. O primeiro momento de comunicação com o público acabou por ser com Bruce Soord a dizer algumas palavras em portugues e a pedir desculpa pelo momento antes do início do concerto em que o aviso para não filmar foi transmitido em espanhol, sendo depois passado o mesmo aviso em inglês. O vocalista foi sempre bastante simpático e comunicativo, apresentando as músicas e cada elemento da banda ao longo da noite.Do álbum “Versions of the Truth” saíram as músicas seguintes, “Our Mire”, e o tema homônimo, um dos nossos preferidos. Foi também um dos muitos exemplos onde se destacou a bateria de Gavin Harrison, um nome incontornável do prog atual fazendo também parte das formações de nomes como Porcupine Tree ou os lendários King Crimson, e com passagem pelo supergrupo OSI. O foco prosseguiu no novo trabalho, com exceções para “Dead in the Water”, o tema mais antigo tocado no concerto, ou “Fend for Yourself” uma música dominada pela guitarra acústica que rapidamente se tornou numa espécie de hino sentiu em toda a sala.
A banda estava a funcionar de forma perfeita, o que aliado à boa qualidade de som na sala, ia tornando esta noite numa excelente experiência musical em que tudo soava cristalino. As músicas com momentos mais intensos ficaram a ganhar bastante quando ouvidas ao vivo, tendo uma dose extra de energia e poder, sendo dois exemplos disto “All That’s Left” ou “Rubicon”, dois dos melhores temas do novo álbum. O público ia mantendo-se quase hipnotizado com os olhos no palco, fazendo-se sentir mais presente nos momentos em que iam acompanhando músicas com palmas.
Para o fim ficaria um regresso ao passado que funcionou muito bem, começando com “Give it Back”, que trouxe alguns dos momentos mais pesados e memoráveis da noite. “The Final Thing on My Mind” contou com o público a acompanhar o ritmo da música com palmas, num grande ambiente e para o encore estava reservado um dos temas recebidos com mais entusiasmo, “In Exile”, um clássico que foi claramente uma das músicas preferidas da noite. Acabaria tudo em grande forma com “Alone at Sea” com um refrão a pedir para ser cantado em coro, e que deu uma despedida em apoteose. Os The Pineapple Thief assinaram um concerto inspirado e uma grande noite de rock progressivo no Lisboa ao Vivo.
Texto por Filipe Ferreira
Fotos por Filipa Nunes
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