Review

WOM Reviews – Alan Parsons / Soonago / Ghost Toast / Athemon

Alan Parsons – “Live in Tel Aviv”

2022 – Frontiers Music

Alan Parsons são daquelas bandas míticas que mantêm um estatuto inigualável na indústria da música, quase tocando a intocabilidade artística. A realidade oferece-lhes um sucesso tremendo com vários álbuns e temas que se tornaram obrigatórios no rock progressivo e até no rock/pop, ao longo dos anos e décadas. Alan Parsons é um dos engenheiros tornado músico mais inauditos da sua era e de sempre, tendo dado à música não só canções que ficarão para sempre nos autos mais estonteantes da indústria, mas também uma produção impecável ao trabalhar com bandas como The Beatles, Pink Floyd, Wings ou até, mais recentemente, no trabalho a solo de Steven Wilson, em 2013. Isto não chega para Alan Parsons, pois, em pleno 2022, lança mais um álbum ao vivo recordando uma boa parte da sua carreira a solo e com o The Alan Parsons Project. É uma bela execução num palco inusitado, em Telavive, onde os grandes sucessos são retocados e recordados, desde a lendária “Sirius”, à belíssima “Old and Wise” ou à complexa “Time”, demonstrando que, quem sabe, sabe. Ao longo de quase duas horas, o público é transportado para um mundo do rock progressivo e sinfónico, sendo recebido com baladas intensas e melódicas, ao mesmo tempo que recorda os tempos mais complexos e progressivos do artista. Um álbum ao vivo obrigatório!

10/10
João Braga


Soonago – “Fathom”

2022 – Kapitän Platte

Mais uma banda instrumental que nos deslumbra. Quatro temas, uma ambiência fantástica que traz para cima da mesa a simplicidade como maior arma, algo que consegue fazer deixando o ouvinte imediatamente rendido. Música altamente cinematográfica e com mensagem – e sim é possível não ter voz e ainda assim conseguir transmitir uma mensagem. Nem que seja ajudados por samples, como é feito no tema-título épico que encerra o álbum. Magia em forma de pós rock que por vezes chega a entrar nos domínios do metal. Mais um álbum apaixonante dentro de um género que tem como principal missão fazer-nos viajar. Este faz isso de forma magistral.

9/10
Fernando Ferreira


Ghost Toast – “Shade Without Color”

2022 – Inverse 

Seguimento natural do anterior álbum “Shape Without Form”, este “Shade Withou Color” é algo difícil de definir. Aliás, a capa estranha também é uma boa pista do sentimento que vamos encontrar aqui. Não é transcendentemente esquisito mas definitivamente que não sabemos muito bem em que ponto encaixá-lo. É quase totalmente instrumental – embora se possa considerar talvez totalmente instrumental porque a  “Let Me Be No Nearer” e a “Reaper” não têm propriamente letras ou pelo menos não parece dessa forma. Progressivo, algures entre o rock e o metal com aquele espírito de jam que viciam rapidamente para quem gosta de usar a música como forma de viajar sem sair do espaço físico. Interessante banda e já agora interessante conceito, adaptado de um poema de T.S. Eliot, “The Hollow Men”.

8.5/10
Fernando Ferreira


Athemon – “Athemon”

2021/2022 – WormHoleDeath

Athemon é um duo musical que se estreou no ano passado como um álbum auto-titulado. Este último é um trabalho moldado pelo prog metal que pretende ser digerido como uma faixa enorme de 50 minuto – uma estratégia que pode ter resultados mistos. Infelizmente, devido à natureza mais lenta som de Athemon, a minha experiência não foi a melhor e não me motivou a esperar pelo novo álbum que virá a ser lançado este ano. No fundo, é um trabalho que tenta imbutir o seu som com uma veia mais “dark” mas que o faz na maioria dos casos através da adoção de um ritmo mais lento e tonalidade mais melancólica, provavelmente devido ao tema mais psicológico do álbum. No fundo, o objetivo é juntar a vertente melódica do género com uma energia mais “depressiva” e com isso o que se tem é uma combinação de um vocal em grande parte limpo e um trabalho instrumental um pouco mais modesto/calmo do que de costume. Por mais que deteste estar por aqui a “estragar a festa” seja de que banda for, a sinceridade obriga-me a dizer que este foi um álbum que não me motivou em nada. Existiram uns momentos melhores (o mais evidente sendo o da quinta faixa), mas apesar disso foi uma experiência de prog feita à minha “desmedida”. Contudo, relembro sempre que ninguém é especialista de “gosto musical” portanto, se prog é a vossa praia, experimentem.

6/10
Matias Melim


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