WOM Reviews – Atreyu / Reject The Sickness / Yattafunk / Dead End Scene / Octane / No:ir / Eskimo Callboy / 808 Haze Machine
WOM Reviews – Atreyu / Reject The Sickness / Yattafunk / Dead End Scene / Octane / No:ir / Eskimo Callboy / 808 Haze Machine
Atreyu – “Baptize”
2021 – Spinefarm
Atreyu são um dos nomes pioneiros do metalcore, que surgiram quando o nu-metal ainda era “the shit”, juntando as explosões hardcore com o peso do metal e um sentido melódico infeccioso. A descrição que ainda acenta que nem uma luva no que podemos ouvir aqui. Confesso que estes níveis de melodia e do seu teor pop por vezes me apanharam desprevinido, mas ao contrário de outros casos, é um sentido de melodia longe de ser descartável, bem explorado e construído. Também não admira, estamos a falar de uma banda veterana e experiente que apesar da vitalidade de “putos” que o seu som transparece, não deixa de ser um álbum poderoso que os fãs vão adorar. Apesar de serem quinze temas, não temos fillers nenhuns. Ou seja, no geral, este é um álbum que trama todas as vossas previsões e preconceitos. São mesmo desses que gostamos.
9/10
Fernando Ferreira
Reject The Sickness – “While Our World Dissolves”
2021 – WormHoleDeath
Muitas vezes falei das limitações do metalcore enquanto género – embora tenha que admitir que há muitas formas de fazer metalcore. Também tenho apontado formas inteligente de contornar a questão e a dos Reject The Sickness é sem dúvida uma delas. Juntar um lado mais tradicional, mais death metal com o metalcore é mesmo algo que, aliado a bons temas (claro, sempre indispensável), dá-nos invariavelmente bons resultados. É o caso do terceiro álbum dos belgas que é uma jarda que além dos lugares comuns esperados, traz também o gozo que é indispensável a qualquer álbum de metal. Unidimensional por um lado mas eficaz por outro, uma boa surpresa para quem tem medo do rótulo “metalcore”. Não há mesmo motivos para ter medo, recomendado.
8.5/10
Fernando Ferreira
Yattafunk – “Escape From Funkatraz”
2020 – Ghost Record Label
Uma pequena pérola que tinha ficado para trás no ano passado mas que nunca é demais recordar. Imaginem um cruzamento entre os Red Hot Chili Peppers da era “Sex Blood Sugar Magic” e o lado mais moderno e alternativo do metal actual. O que se tem é algo que até se poderá estranhar, até poderá torcer o nariz mas não por muito tempo. É que torna-se viciante. Por soar minimamente original e por ser mesmo bom. Até uma improvável cover da “Ghostbusters” de Ray Parker Jr. com direito ao riff da “Smooth Criminal“ de Michael Jackson resulta bem. Tudo corre bem e quando é assim, é porque não é acaso nenhum. É pena é ser curtinho.
8/10
Fernando Ferreira
Dead End Scene – “Lockdown Archives”
2021 – Edição de Autor
Primeiro contacto com a banda finlandesa Dead End Scene, uma banda que, tal como muitas outras, estava numa fase ascendente na sua carreira e que de um momento para o outro se viu com as pernas cortadas. Os últimos meses foram feitos de singles e de vídeos a tentar de alguma forma salvar aquilo que já não tem salvação. Sem concertos é complicado mas a perseverança é aquilo que poderá fazer a diferença entre sobreviver ou cessar funções. Agora eles juntam todos os singles lançados em 2020 e 2021 e juntam-no neste apropriadamente intitulado “Lockdown Archives”, um EP com quatro temas que mostram metal moderno e catchy e uma banda ávida de vôos mais altos que merece. Potencial e a talento têm. Esperemos que não fiquem por aqui.
8/10
Fernando Ferreira
Octane – “The Life I Choose”
2021 – M & O Music Label
Não existem muitas informações acerca desta banda francesa a não ser que a banda dá alguns concertos por França e Bélgica (acredito que agora serão em menor número) e que já andam na luta há dez anos. O grande destaque é duo vocal e é algo que realmente enaltecemos ao ouvir este “The Life I Choose”. Instrumentalmente é rock/metal alternativo com raça e que consegue entusiasmar sem grande esforço. Genuíno é mesmo o melhor elogio que se poderá fazer, visto quando temos hoje em dia muita coisa artificial. Energético e entusiasta, este é um álbum curto mas que consegue tocar nos botões ideias para nos prender.
7.5/10
Fernando Ferreira
No:ir – “Are We Really Alive”
2021 – Edição de Autor
Sei que as coisas são cíclicas mas a força da passagem do tempo não deixa de me impressionar, principalmente quando temos em 2021 uma banda intutilar-se como nu metal sem qualquer pudor. Em defesa do seu som, há por aqui muito mais que nu metal, aventurando-se por vezes por caminhos pós-hardcore ou até mesmo metalcore. Ritmos modernos mas também formas criativas de usar a guitarra. Sem grandes expectativas para “Are We Really Alive” até que foi uma boa surpresa, ainda que fora da minha habitual zona auditiva de conforto.
7/10
Fernando Ferreira
Eskimo Callboy – “MMXX Hypa Hypa Edition”
2021 – Century Media
Como diz o título, este é o EP “MMXX” lançado no ano passado – quando a pandemia estava no auge e as bandas tiveram que fazer pela vida (e ainda têm) para tentarem suster o impacto de não poderem tocar ao vivo, algo que é o seu principal sustento hoje em dia. Então como tal temos os seis temas do EP original aos quais se juntam sete versões do tema “Hypa Hypa” quer tocado por outros artistas quer por ter outros artistas como convidados a participar. Primeira coisa, não conhecendo o EP original, isto para mim é tudo novo. Não quer dizer que seja tudo novo. Até porque a toada “electro alegre” que por aqui temos custa a entrar. Não nego que algumas das melodias são muito bem cansadas mas ir de breakdowns pesadões num segundo para melodias que poderiam estar nos desenhos animados do Pókemon noutro não é bem material vencedor para os meus ouvidos. Confesso que o toque folk dos Saltatio Mortis até resulta muito bem neste conceito assim como a toada country dos Boss Hoss. O resto será coisa por vos fazer queimar como um vampiro em contacto com o sol. Interessante ainda assim mas consumir com moderação. Não vá pegarem fogo.
6/10
Fernando Ferreira
808 Haze Machine – “Proof Of Concept”
2021 – Edição de Autor
Segundo a banda, este é um crossover entre death metal e rap. Sinceramente… longe disso é o que se pode encontrar por aqui. Seria uma melhor descrição se dissesse que se trata de uma mistura entre death metal e industrial. Uma mistura que não é nova e muito menos inédita mas que ainda assim consegue apresentar alguns pontos… interessantes. A parte death metal não é omnipresente em todos os temas sendo que é a componente industrial que se ergue para monopolizar os ambientes aqui contidos. Nota para a final “Hush, Hush”, que é uma versão do original do tema composto por Jim Mclean, que fica com um ambiência meio creepy meio retro devido aos sinths. No geral, nem sempre resulta mas para quem gosta de coisas fora da caixa, poderá experimental.
5/10
Fernando Ferreira