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WOM Reviews – Beneath The Massacre / Wolfheart / Voorhees / Ephemeral / Pagan Reign / Blåådpalt / Black Rabbit / Deem Index

WOM Reviews – Beneath The Massacre / Wolfheart / Voorhees / Ephemeral / Pagan Reign / Blåådpalt / Black Rabbit / Deem Index

Beneath The Massacre – “Fearmonger”

2020 – Century Media Records

É tão bom quando uma banda fica tanto tempo ausente que quando os ouvimos outra vez pensamos que se trata de algo completamente novo. Não estou a ser irónico, é mesmo bom, refrescante. Numa altura em que temos quinhentos mil lançamentos por mês, o peso de algo ser refrescante é muito importante. Neste caso, os canadianos regressam com um álbum oito anos depois de “Incongruous”. E demonstram também que não querem ter tempo a perder. Mais death metal técnico do que propriamente deathcore (tirando alguns breakdowns que andam por aqui à paisana), este é um álbum cheio de garra e com vontade de nos partir pelo meio. Por pouco não o consegue – se conseguisse também seria difícil escrever o quer que seja. As guitarras a debitarem escalas à velocidade da luz não são coisa para agradar a todos, mas no nosso caso até nos soa muito bem e fica muito mais do que apenas admiração pelos executantes – não esquecer também a versatilidade rítmica da bateria e do baixista. Um bom regresso que vai crescer a cada audição.

8.5/10
Fernando Ferreira

Wolfheart – “Wolves Of Karelia”

2020 – Napalm Records

Não há como negar a forma como os Wolfheart têm vindo a conquistar cada vez mais espaço no mundo da música extrema. E para aqueles que já viam (e continuam a ver) o death metal melódico como algo há muito moribundo, só digo para atentarem neste “Wolves Of Karelia”. Talvez seja algo tradicional na sua abordagem e até mais in your face, pequenas mudanças que servem para manter o ouvinte interessado. Confesso que comigo resultou, acabando por fazer mais headbang do que esperado, com alguns momentos de nostalgia a fazer lembrar os tempos em que o black metal melódico dominava – isto sem haver propriamente uma mudança de estilo. Fresco e dinâmico e com aquelas melodias marcantes que tanto gostamos. Quanto mais se ouve, mais se gosta.

9/10
Fernando Ferreira

Voorhees – “Chapter Two”

2020 – Great Dane Records

Até parece que já nem se usa disto. “Chapter Two”, o primeiro álbum dos franceses Voorhees, é um death metal com groove, poderoso, mas longe dos parâmetros pelos quais se entendem hoje em dia poder e groove. Ou seja, faz-nos recuar até uns bons anos (25?), até a trabalhos de bandas como os seus compatriotas Loudblast. Não que seja nostálgico, não o é. Pelo menos não intencionalmente. É esse o seu encanto. Death metal sem grandes rodriguinhos mas ainda assim longe de ser tosco. Aliás, muito longe mesmo. Um meio equilíbrio em vários pontos que faz com que inesperadamente este trabalho seja uma verdadeira lufada de ar fresco no panorama do death metal actual. E se estão intrigados por este ser o primeiro álbum e ser o segundo capítulo, o primeiro foi o EP da banda lançado em 2017. Fiquem de olhos neles.

8.5/10
Fernando Ferreira

Ephemeral – “VII”

2019 – Edição de Autor

Os gregos Ephemeral causaram aqui uma excelente impressão na nossa “auditório”, com este EP onde o death metal melódico é bem tratado. Correcção, os nossos ouvidos é que são bem tratados com temas que são claramento do género atrás citado mas que também são frescos o suficiente para que causem logo um bom impacto à primeira. Este é um EP que deixa as portas escancaradas para o álbum, pelo menos na nossa opinião. Boa produção, boas ideias, não é preciso mesmo mais nada.

9/10
Fernando Ferreira

Pagan Reign – “Art Of The Time”

2019 – Yarko Music Production

Mais um excelente álbum que chega até nós um todo nada tarde para entrar nas nossas listagens dos melhores trabalhos de 2019 mas que tem impacto suficiente para que nós digamos categoriamente que se tivesse sido lançado um pouco mais cedo definitivamente que estaria entre o nosso top 20. Temos uma banda que nos traz aquela mistura irresistível do death metal melódico, com os elementos de folk que dão um colorido bastante marcante a músicas como a “Cult Of Blizzard And Fire”, um dos grandes destaques deste álbum, ligeiramente épico. Poderá até ser uma proposta que é previsível, mas sendo esta identidade da banda e aquilo que se sente em que são mesmo bons (e sente-se isso muito bem) porquê mudar isso? Não há nada a mudar mesmo neste reino pagão, nada mesmo. Bem, talvez apenas lançar álbuns antes de Dezembro…

9/10
Fernando Ferreira

Blåådpalt – “Sliced to Perfection”

2020 – Inverse Records

Blåådpalt são uma banda Finladesa de death metal muito específico (daquele que provavelmente promete porrada a toda a gente apesar de não ser tão rebelde quanto a mistura original) formada em 2017 que apresenta o seu trabalho de estreia – o álbum “Sliced to Perfection”. O álbum oscila principalmente entre duas fases, a fase mais melódica que vem de solos curtos ocasionais e a fase mais “in your face” que domina o álbum com vocais que não são bem guturais mas que para lá caminham, bateria agressiva mas que apesar de começar motivadora acaba por cansar com muita facilidade e a guitarra mais presa com riffs repetitivos mas, mais uma vez, agressivos. Não foi nada por ali além, aliás não é uma experiência para mim definitivamente, já que, apesar de conter vários momentos diferentes, este álbum, a mim, pareceu-me ser sempre mais do mesmo sem momentos altos em que uma pessoa começa abanar a cabeça. Por menos palavras, foi uma experiência cansativa e muito mediana para mim.

5/10 
Matias Melim

Black Rabbit – “Warren Of Necrosis” 2020

2020 – Edição de Autor

Interessante estreia discográfica dos holandeses Black Rabbit cujo logo e (espera-se que seja) mascote impõem mais respeito do que propriamente o nome. Sem grandes surpresas, este é um death/thrash que escorrega bem mas não deixa de soar a muitas outras propostas. E nem são de agora as referências que invocam, fica a curiosidade para se ouvir mais nos próximos tempos.

6/10
Fernando Ferreira

Deem Index – “Vain // Void”

2014 – Edição de Autor

Vamos viajar até 2014 e visitar o primeiro trabalho dos holandeses Deem Index, que aqui trazia até aos nossos ouvidos uma sonoridade mais crua dentro do death metal melódico. Sem ser propriamente esse death metal melódico que estão a pensar. Uma forma de composição que se aproxima mais do underground do início da década de noventa assim como ao mesmo tempo se aproxima de algumas das opções mais modernas e mais recentes. A mistura é interessante e o resultado também apesar de ser algo genérica.

6/10
Fernando Ferreira

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