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WOM Reviews – Black Foxxes / Killer Be Killed / Four Stroke Baron / Dislaze / Prodigium / Steve Hughes Eternum / Scream At The Sky / Tommy Lee

WOM Reviews – Black Foxxes / Killer Be Killed / Four Stroke Baron / Dislaze / Prodigium / Steve Hughes Eternum / Scream At The Sky / Tommy Lee

Black Foxxes – “Black Foxxes”

2020 – Spinefarm Records

Os Black Foxxes chegam ao seu terceiro álbum após uma revolução no seu departamento rítmico com saída de Tristan Jane e Ant Thornton (baixo e bateria respectivamente) e as mudanças não parecem terem afectado a banda na hora de compor já que estes temas não só nos soam como clássicos instântaneos como também nos trazem melodias memoráveis. O rótulo indie e alternativo já não são a garantia de sucesso que eram duas décadas e meia atrás mas é fácil olhar para temas como o épico “Badlands” e perceber que os mesmos teriam poder para marcar uma geração. Não digo agora porque este mundo está demasiado fragmentado e demasiado ocupado com músicas de treta para deixar que algo assim tenha impacto. É só o pessimismo a falar, lamento. “Black Foxxes” é um trabalho auto-intitulado e é aquilo que se espera dele, assim como o que se espera de um terceiro álbum, um álbum especial e clássico.

9/10
Fernando Ferreira

Killer Be Killed – “Reluctant Hero”

2020 – Edição De Autor

Os Killer Be Killed surgiram em 2014 com o seu álbum homónimo e são o que vulgarmente se designa por superbanda dado o prestígio dos seus elementos, nada mais, nada menos do que Max Cavalera (Sepultura/Soulfly), Greg Puciato (The Dilinger Escape Plan), Troy Sanders (Mastodon) e o actual baterista Ben Koller (Converge) substituindo Dave Elitch (The Mars Volta). Tal como no seu álbum de estreia os Killer Be Killed continuam em ‘Reluctant Hero’ a sua aposta num Groove Thrash Metal orelhudo de técnica bastante apurada, intensificado por uma magnífica e intocável produção. Se em faixas como ‘Deconstructing Self-Destruction’, ‘Inner Calm From Outer Storms’, ‘From A Crowded Wound’ e ‘Comfort From Nothing’ é evidente toda a destreza e capacidade de compor da banda já nas outras faixas sobressai de algum modo uma notória carência criativa. Não estando em questão a sua intrínseca qualidade, penso que talvez devido à reputação dos seus elementos ainda não foi com ‘Reluctant Hero’ que os Killer Be Killed atingiram todo o seu enorme potencial.

7.5/10
Jorge Pereira

Four Stroke Baron – “Monoqueen”

2020 – Prosthetic

Não se trata de um novo álbum dos Four Stroke Baron mas quase parece. É composto por seis covers que surgem quase irreconhecíveis (de nomes tão díspares como The Beatles e Death Grips) e por cinco regravações do álbum de estreia. E apesar destas diferentes proveniências, soa tudo muito uniforme. Como se fosse música bastarda da década de oitenta com toneladas de distorção afinada em tons mais graves e filtros abrasivos para lhe dar um toque mais pessoal. O rótulo heavy pop soava-me parvo mas depois de andar aqui a chafurdar alegremente, faz todo o sentido.

7.5/10
Fernando Ferreira

Dislaze – “Zero”

2020 – Edição de Autor

Para um álbum de estreia, o impacto que os brasileiros têm com “Zero” é impressionante. Na forma não apresentam nada de novo mas é o conteúdo e a atitude que faz toda a diferença. Não só juntam o melhor groove do metal moderno assim como aquela raiva incontida que até é própria da juventude com sangue na guelra mas não deixam de colocar alguns detalhes de extremo bom gosto na sua música. Podendo ser mais do mesmo em relação à proposta de música contemporânea pesada, é um álbum que consegue deixar uma óptima primeira impressão. A acompanhar estes Dislaze.

7.5/10
Fernando Ferreira

Prodigium – “Prodigium”

2020 – Edição de Autor

Com as referências a serem Pantera e Machine Head, não esperava algo assim tão sinfónico. E as referências até nem estão muito erradas. Temos o groove dessas duas bandas, embora esse groove não vá muito além de uma simplicidade ritmica que depressa se tornaria desinteressante – não fossem as melodias orquestrais e o poder vocal, com um gutural a fazer lembrar os saudosos Gorefest. Esta mistura de elementos que à partida soam pouco coesos entre si dá um resultado que até consegue convencer minimamente. Pelo menos um bom ponto de partida para algo ainda melhor num futuro próximo.

7/10
Fernando Ferreira

Steve Hughes Eternum – “Alone But For The Breath Of Beasts“

2020 – Dinner For Wolves

Como o nome poderá indicar, esta é uma one-man band por parte de Steve Hughes onde junta uma série de estilos diferentes com alguma personalidade própria. Ritmos compassados que encaixam no doom assim como no industrial com uma voz que me relembra a de Godkiller (outra one-man band). A intensidade está lá, já a eficácia é que não foi tanta, pelo menos não comigo. Curiosamente e por falar em eficácia, é o groove aquilo que mais fica deste conjunto de temas mas no geral é uma estreia discográfica que não convence.

5/10 
Fernando Ferreira

Scream At The Sky – “Scream At The Sky”

2020 – Edição de Autor

É uma mistura de dois mundos. De um lado o nu-metal que ainda mexe por aqui, por outro uma espécie de peso com o groove do metalcore. A coisa resulta, mais que não seja por nos trazer, nem que seja remotamente, alguma nostalgia. Principalmente a nível vocal, nas vozes limpas uma mistura de Korn com Linkin Park. Entusiasmo juvenil com fartura mas o problema é que não há muito mais do que apenas isso.

4/10
Fernando Ferreira

Tommy Lee – “Andro”

2020 – Better Noise Music

As experimentações de Tommy Lee com a música electrónica não vem de agora (infelizmente ainda se tem na memória os Methods Of Mayhem) mas ainda assim não deixa de ser uma faca no coração ouvir álbuns como este “Andro”. Obviamente que enquanto artista, é importante que o mesmo se sinta realizado e que tenha sucesso e senha reconhecido por isso. Fico contente por ele, a sério. Agora a música em si é que não é minimamente interessante. Nada que não seja diferente de qualquer coisa electrónica que ande por aí. Estou a ser injusto, eu sei, mas não tenho culpa, eu vivo para o rock, para o metal, e por muito que goste dos ambientes frios do industrial, tem de haver algum peso, algo que nos remeta para o universo de peso. Algo que não se tem aqui. Tommy Lee, volta lá a fazer coisas de jeito, sim?

2/10
Fernando Ferreira

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