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WOM Reviews – Black Magnet / CNRJ / King Solomon Hicks / A Forest Of Dreams / Hadewych / Bob Katsionis / Pulse / Idiot Robot

WOM Reviews – Black Magnet / CNRJ / King Solomon Hicks / A Forest Of Dreams / Hadewych / Bob Katsionis / Pulse / Idiot Robot

Black Magnet – “Hallucination Scene”

2020 – 20 Buck Spin

Industrial nostálgico. Sempre me fez confusão o som electrónico antigo, por ser inofensivo em termos agressivos, mas Black Magnet consegue ir capturar todo aquele espírito do início da década noventa onde o industrial começa a aparecer como algo de impor respeito para quem gosta de peso. Apesar de curto – e de não conseguir perceber se isto é um EP ou um álbum por não ter mais de meia hora – “Hallucination Scene” é daqueles trabalhos que rapidamente nos perdemos em loops contínuos. Portanto, industrial especial.

9/10
Fernando Ferreira

CNJR – “I Can See The Church Burning Through The Binoculars”

2020 – Future Archive Recordings

Boa surpresa. Com o chamariz “Experimental /Dark Indie” a não ser propriamente esclarecedor em relação ao que podemos encontrar. Nas minhas próprias palavras, o que CNRJ nos traz é uma espécie de chillout onde, como seria de esperar, a componente electrónica tem uma enorme palavra a dizer, não deixamos também de apreciar que há por aqui algum peso. Não é um peso metálico mas uma opressão e um ambiente criado que nos é muito familiar. Apesar de não ser instrumental, a voz surje (quando surge) como uma parte indissociável do todo. E temos cheirinho de guitarras por aqui, o que só dá mais classe à coisa. Não sei bem como classificar isto mas se tivesse que colocar nalguma prateleira, iria colocá-la na do ambient. Seja o que for que é, é excelente!

9/10
Fernando Ferreira

King Solomon Hicks – “Harlem”

2020 – Provogue Records

King Solomon Hicks é um prodígio. Prodígio do blues que nos traz muito feeling e muita alma, muita soul com este “Harlem”. Este poderá ser o seu álbum de estreia mas ele demonstra tudo isso com mestria. Nesta estreia opta não só por apresentar o seu próprio estilo como também fazer a rendição de alguns clássicos – um deles “Every Day I Have The Blues” do mestre B.B. King e mete lá pelo meio um riff que tresanda à “Crossroads” dos Cream de Eric Clapton. E também temos músicas instrumentais onde o feeling ainda é superior. Para quem andava a ressacar de um bom álbum do blues está aqui a resposta às preces.

9/10
Fernando Ferreira

A Forest Of Dreams – “A Forest Of Dreams”

2020 – Edição de Autor

Projecto a solo de Mário Rodrigues (dos Karbonsoul e Cavemaster), que se embrulha no misticismos de Sintra para nos apresentar um ambient atmosférico, muito bem conseguido. Este não é um género fácil de cativar o interesse, principalmente quando é feito de forma tão simples. Neste caso a simplicidade é mesmo a sua principal arma, é por aqui que nos consegue conquistar, com os ambientes a puxar ao black metal e ao dungeon synth. Bom início.

8/10
Fernando Ferreira

Hadewych – “Welving”

2018 / 2020 – Tartarus Records

Reedição em vinil do segundo álbum de originais de Hadewych, “Welving”, um trabalho que é uma dor de cabeça para tentar definir mas que traz algum prazer, de forma surpreendente. Electrónico e com soluções estranhas para as canções, há um efeito de surpresa e espanto que se vai instalando desde o primeiro momento. Não é um álbum que se recomende a qualquer pessoa nem tanto dá para qualquer estado de espírito mas para aqueles que gostam de música desafiante, poderão ficar agradavelmente surpreendidos. E hipnotizados.

7/10
Fernando Ferreira

Bob Katsionis – “Amadeus Street Warrior”

2020 – Symmetric Records

Sou fã de Bob Katsionis. Acho não só um músico multifacetado como também talentoso o suficiente para se meter em inúmeras bandas e projectos e conseguir dar sempre um contributo positivo e muitas vezes decisivo. A solo também tenho a mesma admiração, mas devo dizer que este “Amadeus Street Warrior” é um desafio. A premissa é interessante, a banda sonora para um jogo fictício. O problema mesmo é termos a música a 16-bits, algo que embora nostálgico (não só para quem acompanhou a época dos video-jogos a despontar como também para quem gosta das bandas sonoras de inícios da década de oitenta) não é propriamente algo que me fascine. Ainda assim avancei e fui agradavelmente surpreendi pela forma como os temas estão construídos e conseguem mesmo alcançar o objectivo – ou seja passar por uma banda sonora de um video-jogo. No entanto, não creio que seja algo que me veja a voltar a ouvir. Isso diz logo tudo, não é verdade?

4/10 
Fernando Ferreira

Pulse – “Adjusting Space”

2020 – NRT Records

Cyber metal. Foi assim que me foi vendido este “peixe”. Tinha logo ideia que pelo rótulo que era pescada com três meses de congelador a ver se passava por sardinhas. A parte do metal deverá estar confinada a uma voz mais agressiva (mas que não é incomum no espectro do gótico ou até EBM) e a uma batida (electrónica) mas frenética mas não propriamente ameaçadora. As guitarras não se conseguem ouvir pelo que o termo cyber metal não faz qualquer sentido. Podemos dizer antes que se trata de música electrónica retro – sim porque este tipo de coisa já não se deve fazer desde a década de noventa. À volta disso.

2/10
Fernando Ferreira

Idiot Robot – “Idiot Robot”

2020 – Dead Games Records

Rock tem as costas largas. E é um cesto muito grande. Tão grande que podemos lá colocar confortavelmente um álbum como este auto-intitulado dos Idiot Robot. Podemos dizer que é noise rock, que é alternativo, podemos até aceitar a descrição death pop que nos é impingida no comunicado de imprensa. A especificidade do som assim como da música do som aponta para vários sítios ao mesmo tempo pe para nenhum na realidade. Nada que importasse muito se estivessemos perante músicas que nos marcassem. Não é o caso, infelizmente. É melhor passar ao lado.

2/10
Fernando Ferreira

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