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WOM Reviews – Blaze Of Perdition / God Dethroned / Forlorn Citadel / Nattverd / Sammas’ Equinox / Emanating Void / Summon / Vaeok / Vananidr

WOM Reviews – Blaze Of Perdition / God Dethroned / Forlorn Citadel / Nattverd / Sammas’ Equinox / Emanating Void / Summon / Vaeok / Vananidr

Blaze Of Perdition – “The Harrowing Of Hearts”

Metal Blade Records

Já sabíamos que este álbum dos Blaze Of Perdition iria ser surpreendente, seguindo a tradição da banda de continuar um caminho de evolução sem medos – algo que requer sempre coragem tendo em conta que os fãs do género são um dos mais ferverosos de todos. A apesar de ser mais melódico, a essência da banda continua toda cá. “The Harrowing Of Heats” tem toda uma carga melódica que se assemelha ao que os Rotting Christ fizeram na década de noventa, com um pouco mais de peso e com um carácter mais épico. É neste ponto que talvez alguns fãs encontrei mais dificuldades de absorção, já que estes temas não são, de todo imediatos, ainda que se revelem rapidamente cativantes. Por isso mesmo este é um álbum que nos vai puxando a si, sabendo que estamos cercados e rodeados por malhas como “Suffering Made Bliss” ou a “What Christ Has Kept Apart”. Poderá passar ao lado à primeira, mas posteriormente, acreditamos, a justiça será feita. Destaque ainda para a “Moonchild”, tema bónus que é uma cover dos Fields Of Nephilim, comprovando a aproximação a sonoridades mais góticas.

8.5/10
Fernando Ferreira

God Dethroned – “Illuminati”

Metal Blade Records

Regresso. Quando começamos assim, quer sempre dizer que é aguardado, por nós ou por alguém. Ou por ambos. Acreditamos que seja por ambos. Os God Dethroned conseguiram ao longo da sua carreira ter vários crescendos apesar da instabilidade na formação e até na manutenção da banda. Na sua terceira vida, eles mostram que estão mais fortes que nunca, sendo que “Illuminati” é já o segundo álbum desta fase e podemos dizer que é mais melódico que “The World Ablaze” e traz-nos uma maior dinâmica. Acaba por ser uma boa surpresa, embora possamos compreender aqueles que digam que é demasiado. Na nossa opinião é uma aposta ganha, algo que acrescenta valor e variedade à carreira da banda. Sem dúvida que este é um trabalho que não irá gerar tantos consensos, mas ainda assim, ou talvez por isso mesmo, é mais que recomendado da nossa parte.

8.5/10
Fernando Ferreira

Forlorn Citadel – “Asphen Dirge Of Kingslain”

Northern Silence Productions

Últimamente os austríacos Summoning têm andado muito no meu pensamento. Não por terem um trabalho novo ou por andar a ouvir os seus clássicos, mas por termos tido algumas bandas que se propõem a fazer algo na sua linha. Já falámos aqui dos Belore, que nos pareceram como uma proposta semelhante mas com um som distinto. Pois bem, os Forlorn Citadel não se distinguem assim tanto embora consigam mostrar uma apetência para sonoridades mais festivas dentro do espectro do medieval. Temos aqui temas bem conseguidos e é uma alternativa interessante aos mestres e, arriscamos dizer, um bocadinho melhor.

7.5/10
Fernando Ferreira

Nattverd – “Styggdom”

Osmose Productions

True Norwegian Black Metal. Um rótulo? Um estigma? Um fardo para todos aqueles que soem a Aou a B? Let’s find out…

Formados em 2010, os Nattverd são originários de Bergen, na Noruega, e não podiam estar mais no centro do som que tocam! Este “Styggdom” é o 2.º álbum depois de “Vi Vet Gud Er En Løgner”, de 2017, e de “Skuggen”, um EP editado ainda este ano, e tem como data de edição 31 de Janeiro de 2020, pela Osmose Productions. Uma boa forma de iniciar o ano!

Como questionado logo no início, até que ponto soar a algo tão escrutinado pode ser positivo?! Para o ouvinte: de imediato consegue associar a banda a uma linha musical como um decalque imenso, e que como bastante facilidade consegue ser identificada. Ok, aceito. Mas, ao mesmo tempo, tais similaridades sonoras podem limitar o espectro de influência da banda. Explain: eu, como ouvinte de Música, “fujo” de certos rótulos; eu, como ouvinte de Música, arrisco-me a perder bandas de imensa qualidade, ao associá-las a A ou B. Simples. Estes Nattverd, soam a TNBM?! Há, neles, toda uma força impregnada de melodia, tremenda! Não fogem, atenção, de momentos tresloucados de blast-beats e riffs de guitarra aceleradíssimos! Soam a Noruega, soam a Black Metal, soam bastante bem!

Standards vocals e linhas de guitarra. Assentes em líricas em noruguês, a fluidez presente em cada malha/tema, não as deixa enveredar por um caminho “monocórdico”. Temas relativamente longos, com a já referida fluidez e variações de ritmo, vão alimentando o ouvinte, levando-o de embalo das melodias. Nem sempre nos embala. Muitas vezes nos esmaga, qual cilindro, tal é a fúria impressa nas malhas! E aqui, e repita-me once again, o álbum ganha muito: há fúria e paz, há velocidade de ritmos lentos. Tem N elementos das mais variadas tonalidades… é Black Metal bem feito! Norwegian Style… i guess! Hey, há Rock n’ Fuckin’ Roll em certos apontamentos…

Em jeito de conclusão: o ano de 2020 terá um excelente arranque para estes noruegueses. Aguardem e verão!

7/10
Daniel Pinheiro

Sammas’ Equinox / Emanating Void – “Temples Of Ice”

Signal Rex

Split EP que junta os finlandeses Sammas’ Equinox e Emanating Void. Split finlandês de black metal mas com duas personalidades distintas, apesar dos óbvios pontos em comum. O tema dos Sammas’ Equinox traz-nos aquele lado mais primitivo do black metal mas depois vai desaguar a uma bela secção (até ao final do tema) de ambient, que resulta de forma perfeita. Já os Emanating Void começam no ambient movido a guitarras (se é que lhe podemos chamar assim) mas depois partem para a agressão pura, ultrapassando em nível de selvajaria os parceiros. Dois bons temas de black metal primitivo, split recomendado.

7.5/10
Fernando Ferreira

Summon – “Helios”

Godz ov War Productions

Os misteriosos Summon estão de regresso e desta vez com este EP Helios que nos traz três temas onde o death/doom cavernoso se juntam ao black metal mais claustrofóbico especificamente para nos deixar no chão, esmagados. Esmagados e exauridos de qualquer força. O facto de não termos qualquer informação a esse respeito – a não ser a música que fazem e já fizeram – liberta-nos de nos distrairmos. Por outro lado aposto que muitos bem precisariam de uma distracção porque isto é mesmo a banda sonora para o apocalipse. Negro e sujo como poucos, os Summon abrem a filial do inferno em Portugal e “Helios” é o seu mai recente cartão de visita.

8.5/10 
Fernando Ferreira

Vaeok – “Vaeok

World Terror Committe

Há bandas que tomamos como casos de qualidade assim que vemos o nome dos membros envolvidos. Este caso específico?! Crimson Moon, Sargeist, Demoncy, Kult ov Azazel, Nightbringer. Tudo nomes sobejamente conhecidos e com créditos mais que firmados. O duo, formado por VJS e MS, vê assim ser editado o seu 1.º EP pela World Terror Commitee – mais um ponto a ter em atenção.

Após uma primeira audição, sentimos a presença de vários elementos da cena Black Metal norueguesa, especialmente no que ao recurso a teclado se refere. Uma abordagem bastante melódica em termos de trabalho de guitarra e, como já referido, uma belíssima abordagem às teclas. Dimmu Borgir ou Limbonic Art, tudo se congrega neste EP. Aquilo que temos aqui é uma excelente criação de atmosferas, colocadas de um modo preciso e eficaz! Mas não, não o reduzamos a somente isto! O resultado é gélido e assustador. Poderoso! As teclas, sempre as teclas. Sou acérrimo fã de Black Metal que recorre a teclas… desde que o faço com peso e medida. Neste caso sim, a execução é bastante acima da média, tornando-se no background da música criada.

A bateria está executada a um nível altíssimo! As vocalizações são imensas, fortes. Há melodia, há raiva, mas há também momentos mais calmos, mais lentos, onde se consegue ter uma perspectiva distinta das capacidades vocais do Sr. MS. No geral, o ritmo da música é bastante consistente, não havendo grandes variações de uma passagem acelerada para uma passagem lenta, e em muitas dessas transições temos, mais uma vez, o auxílio das teclas, que as tornam mais… suaves. As guitarras proporcionam-nos aquela viagem nostálgica à Noruega, e o acréscimo do já mencionado teclado, ainda mais.

São somente 4 malhas, 4 malhas que sim, mostram bastante do que o duo é capaz de fazer, apontam muito da qualidade da sua música. Esperamos para ver que mais nos proporcionam, e que mantenham o trabalho de teclas, por favor.

8/10
Daniel Pinheiro

Vananidr – “Damnation”

Purity Through Fire

Os suecos Vananidr estão numa verdadeira torrente de lançamentos ou não fosse ‘Damnation’ já o seu terceiro álbum de originais, e isto em apenas 2 anos. O trio Sueco aposta num Black Metal melódico e variado com inusitadas influências do mais icónico Black Metal Escandinavo. ‘Damnation’ tem talvez como maior virtude a sua variedade e amplitude musical entre as faixas dissimulando assim a repetibilidade tão comum em bandas do mesmo subgénero. Se são notórias as simetrias com Dimmu Borgir em ‘Distilled’, Mayhem em ‘Damnation’ ou Immortal em ‘Hunter’ já em ‘Tides Of Blood’ por exemplo é distinguível a analogia com uns Enslaved. ‘Damnation’ apresenta ainda uma impressionante fluidez entre mudanças de ritmo, temporização e diversidade de riffs ao longo dos seus cerca de 45 minutos de duração. ‘Damnation’ esta longe de ser perfeito no entanto prefigura-se desde já como um dos bons apontamentos de Black Metal de 2020. 

7/10
Jorge Pereira

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