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WOM Reviews – Blind The Eye / Blaze Of Sorrow / Fatum Aeternum / Skyfall / Rituals / Lesath / Blood Thirsty Demons / Black Vatican

WOM Reviews – Blind The Eye / Blaze Of Sorrow / Fatum Aeternum / Skyfall / Rituals / Lesath / Blood Thirsty Demons / Black Vatican

Blind The Eye – “Tripolarity”

2020 – Edição de Autor

Oriundos de Santa Maria da Feira, os Blind The Eye, revelaram em finais de 2018 com o disco de estreia “Arise To The Theta State”, serem um diamante do underground lusitano e preparam-se, agora, para lançar a 30 de Setembro o seu sucessor, o EP “Tripolarity”. Constam desta nova promissora proposta, 5 temas – os originais “A Phoenix Rebirth”, “Human Rights” e “In Vino Veritas” mais “Embryos of The Monarch Project” e “Mask Of Deamon” 2 temas do album de apresentação, gravados ao vivo no Bilbaorock de Bilbao, como bónus.

Os novos temas captados, misturados e masterizados por Afonso Aguiar (Titanforged Productions), revelam um registo conciso, acutilante,  de evolução, mas acima de tudo, é uma boa amostra do caminho futuro pretendido. O vídeo-clip de estreia, “Human Rights” a rodar já por aí, é um belo cartão de apresentação com o seu Groove/Thrash musculado e melódico. A dinâmica muito própria, mantém-se nos outros dois originais numa vertente mais Death Metal Melódico, onde se destacam a aprecisão e imprevisívelidade dos riffs agressivos, intensos,  com pinceladas de harmonia e melodia.

As vocalizações furiosos e insanos seguem a premissa: Desilusão, Constatação e Ascensão, combinados em sintonia com um ambiente rítmico tenso e demolidor. Os dois temas gravados ao vivo, no País Basco estiveram nas mãos de Bruno Silva no Hanuman Studio demonstram a verdadeira identidade da banda, as experiências vivênciadas e justificam a vossa maior atenção, para não perderem a próxima aparição em palco.

Para terminar resta referir,  o não menos importante, magnífico artwork, da responsabilidade de Daniel Laureano-Music Photography. Venha o segundo álbum, porque este EP, sabe a pouco e a ansiedade positiva ficou instalada. Fiquem atentos e parem de reclamar, existe bom Som Sagrado Lusitano, apoiem as bandas e abanem o esqueleto!

9/10
Paulo Aguiar

Blaze Of Sorrow – “Absentia”

2020 – Eisenwald

Blaze Of Sorrow tem sido um nome que tem vindo a crescer em termos de popularidade, muito graças a uma qualidade elevanda quase omnipresente. A isso junta-se uma forma peculiar de fazer black metal que desafia convenções, apesar de podermos sempre tentar. As melodias têm um travo a folk mas nada de flagrante. Uma espécie de folk a la Agalloch por exemplo, para citar um nome que não tem nada a ver. Melancolia e riffs épicos que nos deixam completamente derreados. Talvez não tenha a produção mais forte ou poderosa, mas é orgânica e cristalina o suficiente para que se consigam perceber todos os instrumentos e mesmo assim ainda fique com uma aura ameaçadora e ao mesmo tempo atmosférica. Seja qual for o ângulo, todos os seus pontos fracos podem ser transformados em pontos fortes, dependerá sempre da perspectiva. No entanto, seja qual for a perspectiva, este é um álbum viciante!

9/10
Fernando Ferreira

Fatum Aeternum – “Singing Songs Of Desperation”

2020 – Edição de Autor

Poderá ser cliché, poderá até ser cheesy mas este EP, abusando dos lugares comums que abusa, soa tão bem que nos faz espécie não termos mais temas. Uma capacidade para fazer temas que se infiltram como a humidade num barco afundado no Tejo. E soam bem. Sim, déjà vú e coisas do género com fartura, mas não importa mesmo quando a conjugação das vozes (masculina e feminina) com as guitarras e o violino tem um impacto tão forte. Sem dúvida que fiquei fã e com vontade de ouvir o que está para trás  – dois álbuns e dois outros Eps.

8.5/10
Fernando Ferreira

Skyfall – “Sleeping Forest”

2020 – Trüllpantor Productions

Gostamos de coisas invulgares. É positivo porque serve não só tomarmos contacto com algo para quebrar a rotina, como também nos permite ampliar o nosso conhecimento. Ora, no caso deste projecto instrumental, o que temos não é nada revolucionário, mas desvia-se o suficiente da norma para que se fique agradavelmente surpreendido. Metal sinfónico a ir beber muito do black e death metal melódico da década de noventa (principalmente death metal) e que consegue agarrar o ouvinte de forma eficaz. Se calhar a comparação mais próxima que temos será com Therion ali por alturas do “Theli”, principalmente pelos arranjos de teclados. E soa sempre bem. No final podemos ter alguma dificuldade em apontar esta ou aquela faixa, mas como um todo é um trabalho bastante sólido.

8.5/10
Fernando Ferreira

Rituals – “Invicta”

2020 – Sleeping Church Records

Short but sweet. Os Rituals voltam a dar ar de sua graça depois de dois anos calados, mas também aquilo que apresentam é mais um EP, com dois temas apenas. É o suficiente para se ficar agarrado e interessado em mais. Os dois temas seguem a vertente mais melódica do death metal mas fazem-no de forma bastante interessante, sem ter medo dos lugares comuns. Bom, mas queremos mais.

7.5/10
Fernando Ferreira

Lesath – “Sacred Ashes”

2020 – Casus Belli Musica

Black metal atmosférico sempre foi um rótulo que me causou interesse. Aliás, qualquer coisa com atmosférico no nome sempre teve um grande impacto. Escusado será dizer que esta estreia discográfica da one-man band Lesath partiu logo em vantagem. A questão daquilo que era considerado atmosférico se convencionou chamar de pós-black metal não me preocupava. Ironicamente “Sacred Ashes” encaixa-se perfeitamente em ambos os estilos. É contudo uma proposta desequilibrada na medida em que as melodias nem sempre são memoráveis e os momentos mais intensos também não são particularmente brilhantes. Consegue-se retirar bom proveito dos temas individualmente mas como um todo é um álbum que não flui da melhor maneira.

6/10 
Fernando Ferreira

Blood Thirsty Demons – “…In Death WeTrust “

2019 – The Triad Rec / C.M.

Confesso que o apetite não era muito grande para este álbum. Nada contra o chamado horror metal mas tinha um presentimento de que este não seria um disco para me encher as medidas. E estava certo. A produção não é brilhante, a lembrar aquelas que nos surgiam do underground da década de noventa – e será também por aí que se inserem as influências da banda, nomeadamente aquilo que os Death SS faziam – e as músicas não são memoráveis. A haver uma comparação escusada, fez-me lembrar os primeiros trabalhos dos Gloomy Grim, mas menos memorável. O comunicado de imprensa diz que é recomendado a fãs de Death SS e não está muito longe da verdade. É pena é que esse seja mesmo o seu principal atractivo.

5/10
Fernando Ferreira

Black Vatican – “Arcana Lament”

2020 – Edição de Autor

Temos tendência a dourar a pílula quando olhamos para trás. Para nós próprios, para o que vivemos. É inevitável. Até que há um certo agente catalisador que nos mostra que nem tudo era perfeito. O romantismo com certas propostas dentro do black metal melódico e nas suas incursões por terrenos mais góticos da década de noventa faz-nos esquecer que havia muitas bandas que simplesmente não tinham a qualidade ncessária. No caso dos Black Vatican logo à primeira audição parece que nos volta tudo. A forma e o estilo é mais valorizado que o conteúdo, que se espremermos bem nestes nove temas, é muito pouco. Produção caseira (assim parece) e estéril, com vocalizações meio spoken workd a tentar um maior impacto dramático, interlúdios enormes e aborrecidos (“The Vistas”), uma versão tenebrosa da “Scarborough Fair” aqui transformada em “Witch Of Scarborough Fair”, e por aí fora. Não resulta. Não resultaria na década de noventa e definitivamente não resulta agora (embora, admito, que pudesse ter mais impacto que tem hoje em dia).

4/10
Fernando Ferreira

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