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WOM Reviews – Bulb / Inception Of Eternity / Then Comes Silence / Setoml / Dethlehem / Reawacan / Bishop Of Hexen / Winterblade

WOM Reviews – Bulb / Inception Of Eternity / Then Comes Silence / Setoml / Dethlehem / Reawacan / Bishop Of Hexen / Winterblade

Bulb – “Archives: Orchestral”

2020 – InsideOut Music

Confesso que estava bastante curioso para ouvir este volume orquestral. Para quem não sabe, Bulb é a designação que Misha Mansoor dos Periphery assumiu no início da sua carreira, tendo um vasto arquivo de temas que foi criando. Aqui está reunidas as peças de cariz mais sinfónico. Eu acrescentaria sinfónico e cinematográfico, já que elas suscitam inúmeras imagens que podemos associar a batalhas épicas ou momentos de intensidade dramática e de acção. Temos alguns elementos de electrónica old school – daquela do final do século passado – e no geral é um mais uma representação da genialidade do senhor Mansoor.

8/10
Fernando Ferreira

Inception Of Eternity – “Into Darkness”

2020 – darkSIGN-Records

Mistura interessante entre a sonoridade gótica, com pitadas de electrónica, e as melodias folk. Apesar de ambas já terem sido exploradas até à exaustão, esta fusão revela-se bem interessante. Não concordo com o rótulo de metal sinfónico – acho que gothic metal encaixa perfeitamente – mas este conjunto de temas é mesmo fantástico, inesperadamente fantástico para um céptico como eu. Apesar da voz ser bem genérica (a fazer Lacrimosa), “Into Darkness” é um bom trabalho de estreia, com qualidade para nos chamar a atenção e mais importante que isso mantê-la.

8.5/10
Fernando Ferreira

Then Comes Silence – “Machine”

2020 – Oblivion / SPV

E depois veio o silêncio. Em forma de pós-punk. Os Then Comes Silence encontram aqui um novo fôlego com “Machine” após a instabilidade de entradas e saídas de membros. Ainda é cedo para dizer que esta nova fase será duradora mas a avaliar pelo resultado, parece que a lufada de ar fresco que a banda sentiu transmitiu-se para este conjunto de temas. O que são boas notícias para todos os que gostam do belo do rock gótico, aqui especialmente mais melancólico e até um bocado macabro.

7/10
Fernando Ferreira

Setoml – “Reincarnation (Перевтілення)”

2020 – Satanath Records

Mais uma estreia discográfica, patrocinada pela sempre atenta Satanath Records. Desta feita são os ucranianos Setoml que trazem um black/death metal melódico mas bem agreste. Parece uma contradição mas sem dúvida que é uma boa descrição do que podemos encontrar aqui. Apesar de algum sentimento de déjà vú (que aliado a alguma falta de dinâmica) que faz com que não nos sintamos muito impressionados por estes temas, não deixamos de sentir a obrigação de dar o valor a este trabalho. Sendo o primeiro álbum, há sempre o espaço e tolerância para esperar mais do futuro. Não que seja um mau álbum. De todo, mas efectivamente acaba-se por se ter uma sensação contínua do mesmo sentimento, que não muda de tema para tema. Mais umas nuances – como as que se encontram na doomy “Thousands Shimmering Souls” e na “By The Dark Lake” – também não lhe fariam mal nenhum.

7/10
Fernando Ferreira

Dethlehem – “Maelstrom Of The Emerald Dragon”

2020 – Edição de Autor

A capa abonecada poderá não nos deixar levar a sério a música que encontramos aqui. Death metal melódico, de acordo com as velhas regras mas com uns traços ocasionais de algo mais moderno. Ainda existem por aqui detalhes que não se percebem muito bem a sua razão de existir – como os pormenores 8bits da “Mind Flayer”. No entanto no geral, trata-se de um trabalho que facilmente vai ao encontro de quem procura por algo de qualidade superior neste estilo de som. Existem duas versões, uma que contem apenas a música e outra chamada de Story Mode, que é aquela que tem aquele detalhe ali na capa no canto inferior direito. Se por vezes ter interlúdios entre as faixas quebra o ritmo dos álbuns, neste caso, até é serve para quebrar um certo marasmo que se instala pela falta de dinâmica que as oito músicas têm entre elas. É pena é que a dita história seja um bocado, e sem querer ofender, parva. O que dá todo o sentido à capa. Como podem verificar, há por aqui uma série de sentimentos contraditórios. Algo que posteriores audições não resolvem. Musicalmente bons, conceptualmente a esforçarem-se demasiado para serem engraçados e no geral, ligeiramente (muito ligeiramente) acima da média.

7/10
Fernando Ferreira

Reawacan – “Reawacan”

2019 – Edição de Autor

Estreia de uma banda que apesar de ser formada recentemente, é composta por amigos que já tocam juntos à bastante tempo. E curiosamente ou não, o som que apresentam é bem clássico, dentro dos meandros do death metal. Soa vintage e quase que nos convence que é mesmo vintage, com melodias a lembrar aquelas propostas que estavam longe de serem consideraradas death metal melódico – o termo ainda nem era algo usado de forma comum. Apesar de ter os seus pontos de interesse, esta estreia acaba por começar a cansar conforme se aproxima a meio. Fica a curiosidade para ver até onde poderão evoluir.

6/10 
Fernando Ferreira

Bishop Of Hexen – “The Death Masquerade”

2020 – Dusktone

Com a passagem do tempo é normal nós romantizarmos o que ficou para trás. No caso da música, aquilo que nos enjoou no passado pode voltar a parecer apetecível num futuro mais ou menos próximo. Caso concreto, o black metal sinfónico/melódico. O grande problema era a forma genérica como as músicas e as bandas se copiavam umas às outras. Até mesmo as referências que foram descambando ou começaram a deixar de nos impressionar. Os isrealitas Bishop Of Hexen não chegaram a ser uma dessas referências e o seu ritmo editorial também não chegou a ser daqueles que tentava a todo o custo mamar na teta da moda (estreia em 1997 e segundo álbum em 2006), mas este terceiro álbum, que surge já quando o estilo (como atractivo comercial) está completamente moribundo, mostra exactamente o porquê deste estado de coisas. Sem ter propriamente uma má música, também não tem nenhuma que se sobressaia. Seja naquilo que já fizeram, seja naquilo que toda a gente já fez, seja no próprio álbum. É tudo uniformizado e demasiado genérico. Os temas longos também não ajudam e um certo aborrecimento se instala mais cedo do que se desejaria conforme vamos ouvindo. Recomendado unicamente para os fãs do black metal melódico e sinfónico.

6/10
Fernando Ferreira

Winterblade – “Greatest Saga”

2020 – Edição de Autor

Segundo álbum da one-man band Winterblade, meses apenas depois da estreia ter sido lançada (em Janeiro). Talvez seja um bocado cedo demais, podendo ser revelador de uma de duas situações: ou os temas aqui poderiam ter passado um pouco mais a serem trabalhados ou estamos perante um génio que deita cá para fora hinos de viking metal como quem vai à casa de banho fazer as suas necessidades fisiológicas. Bem, tendo em conta que o álbum de estreia não teve grande impacto em nós, este também tinha a expectativa de ir pelo mesmo caminho. As músicas, apesar de razoavelmente produzidas para uma produção caseira, não são propriamente contagiantes. Não sendo mau, “Greatest Saga” é modesto para não dizer fraquinho.

5/10
Fernando Ferreira

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