Review

WOM Reviews – Caedeous / Infected Rain / Netherlands / Brackwasser Knipp

Caedeous – “Malum Supplicium”

2023 – Black Sunset/MDD

Terceiro álbum de originais para os Caedeous, uma banda que nasceu em Portugal com Paulo Mendes, mas que conheceu uma nova vida quando se expandiu/voltou para o exterior. Com uma formação renovada que começou a formar-se em “Obscurus Perpetua” lançado em 2022 – e um dos destaques do Metal Sinfónico nesse mesmo ano – “Malum Supplicium” segue a mesma fórmula, mas revela-se uma fera totalmente diferente. Com um sentido de dissonância que surpreende pela forma como torna a música mais interessante e inacessível – quando seria expectável que seguisse a tendência contrárias – e com um novo nível de extremismo que faz com que esta seja uma viagem que vai ganhando força a cada nova viagem. A voz de DM é uma excelente mais valia, assim como também a de Rosmerta que não surge tantas vezes quanto seria desejável. Surpreendente como passa ao lado das tendências mais comerciais do género sinfónico e como soa mais extremo que nunca. Não sendo fácil de ter esta viagem, é uma que soa a mais poderosa da sua carreira até ao momento.

8.5/10
Fernando Ferreira


Infected Rain – “The Devil’s Dozen”

2023 – Napalm

Algumas considerações que apesar de não serem relevantes, não deixam de surgir quando nos propomos a ouvir este trabalho “ao vivo” dos moldavos Infected Rain. Primeiro, é bom ver o crescimento da Napalm Records que lhes permite apostar em lançamentos em DVD/Blu Ray, quando os formatos em si estão praticamente extintos neste mundo de streams. Talvez seja a música pesada a conseguir manter o formato vivo tal como fez com o vinil e as cassetes durante tantos anos. Segundo, e como repararam perante as aspas usadas atrás, este é um álbum que foi gravado ao vivo, mas sem público. Algo que considerávamos já uma realidade distante neste mundo pós-pandémico, no entanto, este formato de álbum não só pode constituir um produto diferenciado – eventos em stream – como também podem depois serem lançados de forma a perpetuar o evento na casa de cada fã. Musicalmente a banda apresenta-se no seu melhor, com o equilíbrio entre o metal moderno e o melódico onde a voz de Lena Scissorhands é o óbvio trunfo maior. Em termos de filmagem, é mesmo um produto superior que apetece guardar para a posteridade. Claro que se sente a falta da energia do público, mas mesmo num mundo pós-pandémico, este novo tipo de produto não só faz sentido como também se revela interessante, sobretudo quando temos aqui tanto a celebração do novo álbum (na altura) “Ecdysis“, como também, como a celebração da carreira da banda, já com mais de quinze anos, com um alinhamento generoso. Em suma, para os fãs, uma excelente prenda. Para quem quer ficar a conhecer melhor a banda – este CD/DVD/Blu Ray é a melhor forma de começar.

8/10
Fernando Ferreira


Netherlands – “Severance”

2023 – Svart

Os Netherlands são um duo vindos dos E.U.A., mais concretamente Nova York, e têm uma sonoridade bem forte e desconcertante. Bateria e guitarra, sendo que a guitarra soa muitas vezes a baixo com uma afinação bem grave. A dinâmica também na voz faz com que tenhamos um espectro bem alargado que poderá ter especial efeito tanto entre os fãs de Sludge como nos de Noise Rock. É um álbum que não é fácil de interiorizar e que tem um fio condutor estranho, ainda que faça todo o sentido no contexto de uma viagem onde nos sentimos em movimento e sempre a avançar em direcção a um destino surpreendente. A recta final do álbum prova este argumento. “Severance” é um álbum recomendado mais que não seja pela capacidade que tem de causar desconforto. Desconforto é algo bastante útil hoje em dia se quisermos evoluir.

7/10
Fernando Ferreira


Brackwasser Knipp – “Blutrunst Mob”

2023 – Edição de Autor

Novo álbum dos Brackwasser Knipp que trazem aquela sujidade que já lhes é característica enquanto têm os pés bem assentes no Noise Rock, muito graças à dissonância da guitarra. O baixo e a bateria acabam por ser a estrutura das músicas com uma forte presença, o que permite com a guitarra fique mais livre e todo o ambiente que marca o álbum seja estabelecido. Esse mesmo ambiente é aquilo que marca este trabalho e também o ponto que dificulta a sua interiorização. E se no anterior álbum, toda esta soma resultava num álbum que nos hipnotizava ao ponto de querer repetir a dose várias vezes, aqui ficamos um pouco aquém desse resultado, sendo que o processo descobre-se mais esgotante que o esperado.

6/10
Fernando Ferreira


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