WOM Reviews – Cruz de Ferro / Orden Ogan / RivetSkull / Badge / Aria / Verde Lauro / Hjelvik / Forsaken Age
WOM Reviews – Cruz de Ferro, Orden Ogan, RivetSkull, Badge, Aria, Verde Lauro, Hjelvik, Forsaken Age
Cruz de Ferro – “Leão dos Mares”
2021 – Rastilho Records
Os Cruz de Ferro estão de volta mas ainda não é com um novo álbum de originais. Não faz mal que este “Leão dos Mares” têm um impacto tão forte como tal. A história do nosso país continua a estar no centro das atenções, mas é o heavy metal épico e poderoso que continua a encantar-nos facilmente. Temos aqui alguns dos melhores temas da banda que apesar de serem só cinco são bem variados – só para aqueles que acham que heavy metal soa todo ao mesmo se silenciarem com as suas alarvidades. Um EP praticamente perfeito onde todos os temas batem com uma força descomunal e cantado em português, nunca é demais referir.
9/10
Fernando Ferreira
Orden Ogan – “Final Days”
2021 – AFM Records
Quatro anos depois do arrebatador “Gunmen” eis que surge o quinto e poderoso trabalho dos germânicos Orden Ogan. Apesar de sentir falta daqueles riffs pesados, “Final Day” ainda tem muito daquilo que é o caminho trilhado pelos OO, mostrando que a banda está neste momento entre os melhores do heavy metal. Há por aqui uma combinação de riffs poderosos, inteligentes, com arranjos magistrais e a coisa é arrasadora sem cansar. “Final Days” encontra seu momento épico na última faixa, “It Is Over”. Um tema épico que descreve o fim do mundo (causado por impacto de um asteroide) e culmina numa “última transmissão de rádio da humanidade”, apresentada em todos os idiomas do mundo. É um álbum extremamente emocionante da mais alta qualidade e é daqueles que nos faz descobrir sempre algo novo a cada audição.
10/10
Miguel Correia
RivetSkull – “Trail Of Souls”
2020 – Edição de Autor
Os Rivetskull são uma banda de Heavy Metal de Seattle composta por músicos de longa data, o que logo nos daria a entender o que esperar deste “Trail Of Souls”, mas na realidade aquilo que ouvi foi algo muito direcionado para uma marcante influência de Ronnie James Dio ou mesmo dos Rainbow com R.J.D. na voz.
Ao longo de 40 minutos senti muito a presença que RJD tem naquilo que Chad McMurray é enquanto músico e compositor. Por momento, fechando os olhos ao som de temas como “Another Way To Heaven” só para citar um, parecia estar a ouvir um tema de Dio, com toda a sua energia e poder vocal.
A cover de “Gates of Babylon” é perfeita, no entanto, vem dar força à minha opinião de que este trabalho não sendo inovador ou até mesmo muito original é algo a ter em conta pela qualidade e forma como senti ser uma briosa homenagem Heavy Metal a um estilo e a um músico que inspirou de uma forma ou de outra muito do que se faz na cena.
9/10
Miguel Correia
Badge – “Supernova”
2020 – Badge Records UK
Mais um nome que vai beber às raízes da NWOBHM e é incrível ver que a sonoridade clássica do Metal está viva e bem e tocada por bandas tão talentosas.“Supernova” é daqueles discos em que no final não é fácil destacar uma ou outra música, pois faixas como “Valkyrie”, “Rock Chics”, “Cry In The Night” e “Black Heart Soul” são temas fortes, muito old school, compostos com muita identidade e a seguir as linhas de heavy metal clássico com toques modernos.
9/10
Miguel Correia
Aria – “Baptism By Fire”
2003 / 2021 – Edição de Autor
A primeira coisa que pensei foi “wow, isto em 2003, com este som?! Como é que isto me passou ao lado?!” Pois, apesar da minha arrogância de pensar que estou atento a tudo o que se faz, fez e vai fazer no reino da música pesada ser absurda, a verdade é que este trabalho dos russos Aria apesar de ter sido editado originalmente em 2003, foi agora regravado quando a banda se viu a braços com a pandemia (a par do “Armageddon” que passará por aqui brevemente também). As regravações são sempre pouco unânimes mas neste caso e não conhecendo o trabalho original, posso dizer que está muito boa e acaba por ser uma boa forma de celebrar o 35º aniversário que a banda vai celebrar em breve. Heavy metal poderoso e orelhudo – mesmo cantado em russo – e um álbum que é fácil perceber que é um clássico. As músicas falam por si, falam num heavy/power fantástico. O facto de terem sido álbuns que nunca foram lançados ou promovidos fora da Rússia, é também mais um chamariz que espero que resulte.
9/10
Fernando Ferreira
Verde Lauro – “6 Aprile”
2017/2020 – Elevate Records
A disponibilização nas lojas digitais deste segundo álbum dos Verde Lauro é uma desculpa tão boa como qualquer outra para que fossemos conferir o ainda último trabalho de originais deste projecto pelo vocalista suiço Fabrizio Sassi. Já tinhamos ficado a conhecer o álbum de estreia que apesar de boas indicações não se revelou um álbum capaz de cativar aqueles fora do espectro do power metal, isso em cima do facto de ser cantado em italiano. Aqui continuamos a encontrar os mesmos problemas mas confesso que estes temas são muito mais fortes e eficazes. Para isso sacrificou-se um pouco do elemento sinfónico mas o resultado é um trabalho que entra logo à primeira. A todos os fãs de power metal, claro. Bom álbum de um interessante projecto.
7/10
Fernando Ferreira
Hjelvik – “Welcome To Hel”
2020 – Nuclear Blast
Esta é uma banda que não havia grandes expectativas mas até poderá constituir uma boa surpresa. Se reconhecem o nome de algum lado é porque este é a nova banda de Erik Hjelvik, ex-vocalista dos Djevel e dos Kvelertak, sendo estes últimos os mais conhecidos, obviamente. Aquilo que destacou os Kvelertak do resto foi a sua junção do hard’n’heavy com o black metal. É algo que não acontece muito aqui, já que o foco parece ser mesmo o heavy metal mais épico, apesar das vocalizações a apelar ao mais extremo por parte de Erik. O resultado poderá até ir ao encontro das expectativas dos que gostam da sua ex-banda (e daí talvez não) mas sem dúvida que esta é uma nova entidade que deve ser encarada como tal. Bons temas, boa aura tradicional mas com a sensação de que falta qualquer coisa. Como se diz na minha terra, o primeiro é para os pardais. Vamos ver o que vem de seguida.
7/10
Fernando Ferreira
Forsaken Age – “Heavy Metal Nightmare”
2020 – Pure Steel Records
Heavy metal nightmare diz logo tudo, não é verdade? Os Forsaken Age chegam da Nova Zelândia e vêm com sede de heavy metal tal, sede que faz com que queiram partilhar connosco também. O entusiasmo é algo contagiante mas nem sempre chega para que a música seja eficaz. O segundo álbum dos Forsaken Age demorou oito anos a sair cá para fora e vê-se que é uma banda que luta contra as adversividades – ter uma banda na Terra Média não é para qualquer um – mas este álbum não consegue colocar mais entusiasmo do que aquele que gostaríamos. A voz de Chrissy Scarfe é algo que espelha. Apesar de não ser uma má voz, também não tem aqueles elementos que cativam à primeira e assim é a música. Não há aqui nada de mau a acontecer, muito pelo contrário. Não há também momentos memoráveis. Ainda assim, o balanço é positivo e o potencial está cá.
6.5/10
Fernando Ferreira