WOM Reviews – Gateway To Selfdestruction / From The Vastland / 1914 / …And Oceans / Universal Disorder / Ascendency / Tristwood / Mortuary Drape
WOM Reviews – Cursed Be Thy Flesh / Gateway To Selfdestruction / From The Vastland / 1914 / …And Oceans / Universal Disorder / Ascendency / Tristwood / Mortuary Drape
Cursed Be Thy Flesh – “The Ritual Album”
2020 – Northern Silence Productions
O black metal depressivo pode ser bastante aborrecido. Há essa potencialidade, ainda mais quando estamos a ouvir outra coisa que não os Gateway To Selfdestruction. Segundo álbum (finalmente) que nos traz além do desespero do black metal, também tem bastante de doom em si. E não de uma forma aborrecida – meus amigos, não deveria dizer isto, mas não basta tirar o pé do acelerador para que seja automaticamente (bom) doom. A conjugação das dinâmicas estão realmente executadas de forma perfeita e no final fica-se com um grande álbum de metal extremo. Melancólico mas extremo.
9/10
Fernando Ferreira
From The Vastland – “The Haft Khan”
2020 – Satanath Records
From The Vastland é aquele tipo de projecto que traz boa fama às one-man bands. Isto porque não há nenhum ponto fraco. Da voz ao instrumental, da produção à composição, tudo soa de topo, pujante como tudo. Para alguns este não é um nome desconhecido, sendo que também não será todos dias que nos surge metal extremo do Irão (mesmo que agora Sina, o mastermind por trás disto tudo, já esteja situado na Noruega há alguns anos) e a carreira de From The Vastland tem se revelado cada vez mais sólida. Este é apenas mais um passo seguro.
8.5/10
Fernando Ferreira
1914 – “The Blind Leading The Blind”
2018 / 2019 – Napalm Records
Não deixamos de ficar impressionados com a evolução dos ucranianos 1914. O primeiro álbum tinha algumas limitações, é certo, mas já evidenciava poderíamos ter algo muito especial. Algo que “The Blind Leading The Blind” confirma em pleno. O black, death e doom fundem-se de forma excepcional e mostra que a banda tinha mesmo um diamante em bruto dentro de si. O conteúdo lírico continua a ser a Primeira Guerra Mundial mas até nesse ponto acabam por ser mais eficazes, na forma como conseguem passar o conceito para o ouvinte. Um dos grandes álbuns de 2018.
9/10
Fernando Ferreira
…And Oceans – “Cosmic World Mother”
2020 – Season Of Mist
Os Finlandeses And Oceans estão de volta quase duas décadas depois com o seu novo álbum ‘Cosmic World Mother’. Depois de um início de carreira pautado pelo Symphonic Black Metal a par com bandas como Dimmu Borgir ou Emperor, os And Oceans viriam a transfigurar-se para uma banda que dominava como poucas a inimaginável fusão entre o Electrónico e o Black Metal e talvez só comparável a destreza dos The Kovenant ou dos Samael, culminando na altura com o seu quarto álbum de originais de seu nome Cypher (2002), precisamente o seu último álbum até agora com e excepção de ‘HI.V+’ registado no nome de Havoc Unit, um condensado de arrebatador, delinquente e lunático Industrial. Com ‘Cosmic World Mother’ os And Oceans fazem um inequívoco regresso às origens deixando cair praticamente toda a parafernália Electrónica de então para apostar em força no Symphonic Black Metal característico dos anos 90, numa espécie de revivalismo. Se em termos de estrutura musical ‘Cosmic World Mother’ está à partida isento de defeitos, faixas bem delineadas, rápidas e com um amplo destaque para os teclados alinhadas por uma intencional produção “low standard”. O grande “pecado” de ‘Cosmic World Mother’ é a sua notória e transparente falta de originalidade, onde facilmente se podem identificar demasiadas e óbvias similaridades com uma específica fase dos Noruegueses Dimmu Borgir, espelhando assim a precária criatividade que os And Oceans apresentam neste seu regresso, traindo assim de algum modo o valor intrínseco do álbum.
7.5/10
Jorge Pereira
Universal Disorder – “Act II – “Existential Glimpses Of Chaos And Order In A Cosmic Womb”
2020 – Edição de Autor
Depois da primeira parte editada no ano passado, o duo escandinavo (finlandês e sueco, para ser mais exacto) regressa com a segunda parte e com o seu black metal compassado e melancólico. Não se pense que é algo pós-qualquer coisa. As artes negras encontram-se efectivamente puras, isto para quem considera que o elemento doom (aqui presente) não é um desvio. Na nossa opinião, tanto não é como resulta bem, trazendo uma faceta sempre interessante a um género onde por vezes se sente que já se fez e ouviu tudo. Dois temas longos que causam um bom impacto. Recomendado.
8/10
Fernando Ferreira
Ascendency – “Birth Of An Eternal Empire”
2020 – Iron Bonehead Productions
Os dinamarqueses Ascendency chegam cum este primeiro EP que parece que foi arrancado às dentadas das entranhas do inferno. Um black metal sujo (javardo mesmo) que chega com a finesse de uma marreta nas fuças mas também com uma ambiência muito própria que o mantém refém nos domínios do tinhoso em vez de o deixar afastar para o reino da senhora morte – fedor que tresanda por aqui. Acaba e deixa um vazio, como se ficassemos em estado vegetativo. São os malefícios do formato em si, felizmente que o inferno é a repetição…
8/10
Fernando Ferreira
Tristwood – “Blackcrowned Majesty”
2020 – Edição de Autor
Não seria expectável que tivessemos já este ano um novo trabalho dos Tristwood. A banda austríaca lançou o ano passado o quarto álbum após uma ausência de nove anos. “Blackcrowned Majesty” é tudo o que se esperava, uma proposta bruta e crua de metal extremo industrial. A parte do industrial surge quase sobre a forma de noise, fazendo com que a abrasividade deste álbum seja multiplicada por mil,. Apesar de ser rudimentar em muitos aspectos (quer na parte do metal, quer no industrial mas sobretudo na mistura com a voz a assumir demasiado destaque em termos de volume) há um certo encanto inexplicável neste conjunto de temas, algo que temos a certeza que não vai agradar a todos mas pelo menos a aqueles que procuram sempre novas formas de agressão.
7.5/10
Fernando Ferreira
Mortuary Drape – “Necromantic Doom Returns”
2018 – Iron Tyrant
Compilação que vai buscar as demos “Necromancy” de 1987, “Doom Return” de 1988 e ainda traz-nos temas registados ao vivo mais ou menos da mesma altura. A qualidade sonora é o que se adivinha, péssima. O nível das composições também não é propriamente brilhante mas tendo em conta o país e o período, não deixa de ser impressionante de qualquer forma, principalmente pela aproximação ao black metal. Interessante de um ponto de vista histórico mas só mesmo para quem gosta da brutalidade primitiva.
6/10
Fernando Ferreira