Review

WOM Reviews – Déhà / Ominous Reflections / Grimtone / Gorguina

Déhà – “Decadanse”

2022 – Les Acteurs De L’Ombre Productions

Inacreditável o ritmo de trabalho de Déhà. O homem não só tem cento e quinhentas bandas (e fora os que já deixou para trás) e projectos como também a sua carreira a solo já tem mais de trinta lançamentos desde 2018, onde a grande maioria são álbuns. Aliás, conforme estou a escrever estas palavras, este não é o mais recente trabalho (essa honra pertence a “Averses”) e provavelmente quando estiverem a ler estas palavras provavelmente já haverão ainda mais trabalhos editados. Quando a oferta é muita, desconfia-se da qualidade mas ainda estou para encontrar um mau trabalho por parte deste talentoso músico belga. Temos uma abordagem industrial ao black metal num álbum composto por apenas dois temas longos de vinte minutos cada e aos quais faltam palavras para descrever. Demasiado? Sim, os temas são longos e impossíveis de memorizar no seu todo. Mas é igualmente impossível de não ouvir com prazer e admiração estes mais de quarenta minutos de música extrema. Imaginem uns Anaal Nathrakh épicos e mais dramáticos e é algo próximo do que podem encontrar nesta encarnação de Déhà.

9/10
Fernando Ferreira


Ominous Reflections – “Die Ewige Swart Lig”

2021/2022 – Morbid Ways to Die/ Rigor Mortis Productions

Sem grandes expectativas, esta one-man band de África do Sul surpreende e muito. Black metal frio, com um ambiente fantástico seria a última coisa que se esperaria de um país sem praticamente tradição no género mas o que é certo é que este EP reúne temas que falam ao coração da tradição escandinava do género. Claro que não apresenta nada de novo, nem é essa a questão. A questão é como soa tão bem e como qualquer fã de black metal vai ficar preso a estes temas.

8.5/10
Fernando Ferreira


Grimtone – “Polaris”

2022 – War Productions / Void Wanderer Productions

Regresso deste projecto sueco que não dá para perceber muito bem se é uma one-man band ou se uma banda no verdadeiro sentido do termo. “Polaris” é o regresso aos álbuns após de se terem concentrado em EPs e splits e aquilo que trás é aquilo que se espera e deseja. Black metal com excelente atmosfera e com o uso de melodias melancólicas nas guitarras que soam épicas como tudo neste contexto. Sim, é minimalista e sim, as dinâmicas não são o seu forte, mas resulta muito bem. Aliás, faz recuar até aos tempos em que se mergulhou no black metal mais primitivo e tradicional (de acordo com os pressuposts da segunda vaga) e por isso aquilo que se poderá pontar como defeito, é uma das suas maiores forças.

8/10
Fernando Ferreira


Gorguina – “Of Shrouds and Daggers”

2021 – Edição de Autor

Trabalho de estreia do duo catalão Gorguina. Nome estranho, é certo (confesso que das primeiras vezes li Georgina, o que seria ainda mais estranho), mas vamos tentar concentrar-nos na música. À partida fica logo claro de que estamos perante black metal, a dúvida era de que tipo. Dúvida que se acentua após a intro algo cheesy. Felizmente, o “queijo” ficou pela intro e aquilo que se tem é um black metal old school até na ingeuidade. Lugares comuns do costume mas alguma dinâmica na composição que evidencia um conjunto de temas bastante diverso entre si. Faltam no entanto é ganchos e elementos que torne o álbum como um todo memorável porque na maior parte das vezes sente-se que estamos perante algo que já ouvimos antes mas não sabemos onde. Primeiro trabalho, boas indicações para o futuro, agora é preciso subir a fasquia.

6/10
Fernando Ferreira


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