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WOM Reviews – Code / Dust Mice / VHF / Devin Townsend / Gentle Giant / It Bites / Keith McCoy / Oznor

WOM Reviews – Code / Dust Mice / VHF / Devin Townsend / Gentle Giant / It Bites / Keith McCoy / Oznor

Code – “Flyblown Prince”

2021 – Dark Essence

Regresso dos britânicos <Code> após seis anos sem lançar um álbum. Esta banda sempre foi peculiar na forma como tratou o black metal e apesar de ter vindo a reduzir aos poucos as doses e os elementos das artes negras mas não é aqui que os mesmos desaparecem. Os valores de produção continuam bem ríspidos e agrestes, tal como é esperado num típico álbum de black metal mas este trabalho é tudo menos típico. “From The Next Room” é o exemplo perfeito para ilustrar como a vertente mais progressiva e experimental se coaduna de forma perfeita com a identidade black metal que persiste e insiste em persistir. Regresso que não desilude e entusiasma e uma forma bastante peculiar. Uma forma diferente de pós-black metal

9/10
Fernando Ferreira

Dust Mice – “Earth III”

2021 – Edição De Autor

Que som da griza! Os norte-americanos Dustmice têm um som bastante característico, e logo ao primeiro álbum conseguem deixar qualquer um fascinado. Qualquer um que tenha amor ao space rock com vontade de ser psicadélico. Também podemos dizer que são ligeiramente progressivos assim como também podemos dizer que são bastante viscerais. Não é a típica banda que nos mete com uma dose de psicotrópicos na cabeça que nos deixa a babar durante vinte e cinco minutos. É uma banda que coloca-nos nesse estado mas depois diz que temos que ir fazer parkour, com um entusiasmo tal que não temos outra alternativa a não ser ir mesmo. A sua grande arma é mesmo o saxofone de Nate Henry que assume um importante (e merecido) papel de destaque. Estreia entusiasmante e recomendada para os fãs de música psicadélca com o espírito aberto.

8.5/10
Fernando Ferreira

VHF – “Very High Frequency”

2014/2021 – Golden Robot Records

VHF não é, neste contexto, a representação clássica de bandas que era uma opção quando se tinha que se sintonizar a televisão e sim a soma do trio que surge aqui nesta estreia agora reeditada pela Golden Robot Records. Flamos de (Todd) Vinciguerra (na bateria), (Joel) Hoekstra (de bandas como Whitesnake, Nightrage, Trans-Siberian Orchestra entre outros, na guitarra) e (Tony) Franklin (dos The Firm, Blue Murder e da banda de Kenny Wayne Shepherd no baixo). Tudo junto dá lugar a uma banda que vai para além dos supergrupos do género que encontramos – onde a guitarra é normalmente o centro das atenções. E não é que Hoekstra não dê vazão ao seu enorme talento, mas este é um sítio onde todos os elementos brilham precisamente por trazer músicas que têm um som distinto e quase psicadélico. Essa toada psicadélica é bem refrescante – “Whispers Of The Soul” é obrigatória, mas se formos a ver, todos os temas o são. Para quem passou ao lado disto em 2014, tem agora uma nova oportunidade.

8.5/10
Fernando Ferreira

Devin Townsend – “Devolution Series 2 – Galactic Empire”

2021 – InsideOut Music

Não vou repetir tudo o que tenho dito sobre os concertos ao vivo, concertos em stream e pandemia. Vamos antes de falar que apesar da previsibilidade de tudo isto, só mesmo um mestre genial como Devin Townsend poderia fazer. Pegando nos músicos que iriam fazer a digressão Empath Vol.2, Townsend teve as suas prestações registadas noutras partes do globo e onde ele depois, em directo, colocou o seu input. Mais do mesmo mas diferente. E para mostrar que também há validade para isto, não só é uma indicação daquilo que poderia ter sido, como também é imperdível para todos os fãs de Strapping Young Lad já que temos aqui muitos dos clássicos da banda a encontrarem espaço – algo que não é tão comum como isso na carreira do músico. E a excelência musical é obviamente enorme, mas tal já seria expectável. Poderá ser visto como “apenas mais um” (e para os planos de Devin, existem mais para lançar) mas para quem o acompanha sabe que existem muitos motivos para adquirir mais esta peça.

8.5/10
Fernando Ferreira

Gentle Giant – “Free Hand”

1975/2021 – Alucard Music/Soulfood

Steven Wilson tem feito um trabalho notável nas remisturas de álbuns clássicos do rock progressivo. E o valor não é apenas do trabalho em si, como o facto do seu nome trazer atenção para uma série de clássicos que de outra forma poderiam ficar esquecidos. Bem, para quem é amante do estilo e pelas suas origens e clássicos, isso não iria acontecer, mas estamos a falar apenas dos curiosos. “Free Hand” foi o sétimo álbum dos britânicos e um que ficou notável por apresentar um lado mais acessível da banda mas sem que isso desvirtuasse a sua identidade musical. Ouvido hoje em dia continua a ser aventureiro o suficiente para satisfazer o lado mais exigente dos fãs do rock progressivo.

8/10
Fernando Ferreira

It Bites – “The Tall Ships”

2008/2021 – InsideOut Music

O regresso dos britânicos aos discos depois do seu segundo (e até ao momento último) hiato é admirável. Uma classe que tanto nos relembra a década de oitenta e a sua característica forma de fazer rock progressivo – com os temas a serem mais descomplicados do que era habitual na década anterior – como também os coloca de pés bem assentes no novo milénio. Há até um certo espírito de rock FM que soa refrescante neste contexto. Temos o álbum remasterizado asism como também dois temas bónus, totalizando praticamente oitenta minutos de música. Destaque para a mais tradicional e arrojada, “This Is England”, um épico de mais de treze minutos que é um dos pontos altos.

8/10 
Fernando Ferreira

Keith McCoy – “Deadmaker”

2021 – Edição de Autor

Cada vez mais encontramos one-man bands como forma de expressão musical. Seja por músicos que preferem caminhar sozinhos no caminho da música seja por aqueles que sem terem hipótese de se dedicarem a ter um projecto sério e prioritário em relação às outras coisas da vida, acabam por optar por fazer tudo sozinhos. A capa é simples e aponta para esses limites que às vezes os projectos solitários são vítimas. Felizmente, em termos musicais, as coisas já são diferentes, já que estamos perante três temas de boa qualidade. Instrumentais, apontando por caminhos progressivos (mas com bastante peso e foco nas guitarras) e a lembrar por vezes os Dream Theater. Tendo em conta que terá sido tudo gravado em cada, a qualidade é acima da média e ficando apenas em questão o facto dos sintetizadores serem algo exagerados, sendo que algo mais sóbrio seria mais vantajoso.

7/10
Fernando Ferreira

Oznor – “Something Different…”

2021 – Edição de Autor

Terceiro álbum do músico eslovaco Norbert Ozogany e o segundo editado agora em 2021. A capa promete logo à partida e até promete algo que a música não cumpre. Temos a estrutura de uma proposta shred simples que consiste em arranjar para cada música uma melodia que depois serve para solar por cima. A produção também não disfarça o factor caseiro – ao contrário do que é costume nestes casos, a capa costuma ser representativa. Apesar do talento inegável do amigo Norbert, falta aqui alguma orientação sobre a forma como o mesmo deveria ser representado.

5/10
Fernando Ferreira

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