Review

WOM Reviews – Ecstatic Vision / Redemption / Ciconia / Bræ

Ecstatic Vision – “Live At Duna Jam”

2023 – Heavy Psych Sounds

Acabamos aqui a saga de álbuns ao vivo lançados de uma vez só pela Heavy Psych Sounds e acabamos em grande. Esta capa diz tudo, não é verdade? Registado no mítico Duna Jam na Itália, temos este registo de uma actuação magistral dos Ecstatic Vision, que são uma das mais interessantes bandas a surgir no espectro da música psicadélica na década passada. Com a mistura de várias influências e a lembrar os Hawkwind caso estes se dedicassem mais ao rock do que a algo mais experimental, são sete temas hipnóticos onde não temos outra opção a não ser viajar e é daquelas viagens movidas a guitarra, baixo, bateria, voz e saxofone que se tornam memoráveis. O que só torna o registo ainda mais precioso. É também uma excelente porta de entrada para o som desta banda. Obrigatório.

9/10
Fernando Ferreira


Redemption – “I Am The Storm”

2023 – AFM

Estreia dos Redemption na AFM Records depois de uma longa temporada na Metal Blade Records e se a mudança de casa editorial normalmente não representa grande mudança a nível musical, é sempre um factor importante na avaliação do presente momento da banda. “I Am The Storm” também coloca fim a cinco anos de espera por um novo trabalho, que também é o segundo álbum com o carismático Tom Englund (dos Evergrey) na voz. E aqui sente-se que temos a banda mais confortável na sua fase e mais inspirada tanto para revelar a sua face mais tradicional como também ter ambição para dar mais uns passos na sua evolução. É este equilíbrio muito fino que é aquilo que mais se salienta logo ao longo destes mais de setenta minutos (embora parte deste tempo também seja usado com covers de Peter Gabriel e Genesis e um remix de Vikram, o teclista, do tema “The Emotional Depiction Of Light): a banda não tem a tentação para embarcar no comboio das novas tendências do progressivo assim como também não está unicamente a olhar para o passado. O que faz com que “I Am The Storm” consiga manter tanto os fãs antigos da banda bem presos como também ir buscar alguns que possam estar desencantados com os mais recentes trabalhos dos Dream Theater, por exemplo.

9/10
Fernando Ferreira


Ciconia – “Animal Chapters”

2023 – Art Gates

Banda espanhola muito interessante que não conhecíamos e foi-nos apresentada com este “Animal Chapters” que é já o seu quarto álbum. Com uma sonoridade moderna, o que podemos ouvir aqui encaixa-se entre o progressivo e o shredd, com toda a previsibilidade que se pode antever da junção destes dois géneros. Algo que até poderá prejudicar nalguns temas que poderão soar menos interessantes (“Lobisome” mas que também consegue fazer com que outros sejam inesquecíveis (como “Whales”). Claro que vai tudo depender de onde se posiciona o ouvinte. Para quem gosta daquela sonoridade djent, será mais fácil mergulhar em muito do que se pode ouvir, mas quem gostar de coisas mais tradicionais, haverá um pouco mais de dificuldade. No geral, é um bom álbum que deverá interessar sobretudo a quem gosta de música instrumental e não se importa com demonstrações de virtuosismo.

8/10
Fernando Ferreira


Bræ – “Av Vålnader Bortom Allt”

2023 – Amor Fati Productions

Mesmo sem saber que Bræ é mais um projecto (entre centenas) do multi-instrumentista Déhà em conjunto com Swartadauþuz na voz (que também tem uma porrada de projectos) e que este é o seu segundo álbum, só o conceito de ter uma banda que mistura Black metal com ambient e traz-nos dois temas, cada um com vinte minutos é vencedor. O facto de sermos também fãs de Déhà e de tudo em que ele participa também era indicador de que este seria um álbum que nos deixaria completamente fascinados, ainda que sem conhecer o primeiro que foi lançado em 2021 e que deveria andar mais ou menos pela mesma onda daquilo que temos aqui. Pois, curiosamente, não foi o caso. Com uma base mais no Black metal cru e com o uso de uma estética que remete para o underground da cena décadas atrás, conjugando com um feeling ambient que é ameaçador, mas nem sempre de uma forma a manter o interesse do ouvinte, este trabalho é provavelmente o mais desafiante que ouvimos por parte de Déhà e embora nos tenha deixado curiosidade para ouvir a estreia. Desagradável e uma experiência à qual pensamos duas vezes antes de nos submeter a ela mas que acabamos por ter vontade para o fazer na mesma. Não é para todos, nem mesmo para os fãs de Black metal.

6/10
Fernando Ferreira


Agora na Google Play Store

Support World Of Metal
Become a Patron!

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.