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WOM Reviews – Grunt / Incarceration / Wrathrone / Sadistic Demise / Buckshot Facelift / Deconsecration / Re-Buried / Ominous Scriptures / Sepulchral Voice

WOM Reviews – Grunt / Incarceration / Wrathrone / Sadistic Demise / Buckshot Facelift / Deconsecration / Re-Buried / Ominous Scriptures / Sepulchral Voice

Grunt – “Discipline”

2021 – Larvae Records

Será cedo demais afirmar que este terceiro álbum dos Grunt é uma das grandes surpresas de 2021? Surpresas que acabam por não o ser completamente. Mais do que ser uma mudança radical de sonoridade, “Discipline” evidencia uma evolução em relação ao segundo álbum “Codex Bizarre”. O grindcore foi algo que teve um papel importante na génese da banda assim como as influências industriais e com este trabalho agora sente-se que a banda consegue surprender ao fazer a evolução que envolve coragem, sim, mas que também é perfeitamente natural. O grind dá lugar a um death metal industrial de grande qualidade, cuidado e complexo, onde um dos grandes destaques é o trabalho da guitarra solo. Outro é também a forma como há uma textura e uma profundidade nos temas que antes não era de todo possível de ter. Pegando no mito do terceiro álbum, este prova que os Grunt estão num nível elevadíssimo e dos quais só podemos esperar excelência.

9/10
Fernando Ferreira

Incarceration – “Empiricism”

2021 – Dawnbreed Records / Lycanthropic Chants

Ah que coisa maravilhosa. Este não é o primeiro trabalho dos brasileiros Incarceration, eles que inclusive já lançaram um álbum em 2016, mas como forma de apresentação é perfeito. Quatro temas brutos e impiedosos de death metal violento e old school. A parte que mais tem impacto é por terem temas que são simples (até a lembrar em muitas coisas black metal) mas que têm sempre pormenores que nos mostram que não são toscos nenhuns, pelo contrário. Se a intenção era fazer grandes malhas, bem, aqui estão mais quatro. O início com “Chtonic Puls”, um épico de quase oito minutos, deixa-nos no ponto em que recebemos de braços abertos o quer que seja que a banda tem para apresentar. Essa responsabilidade não é depositada em vão e este é mesmo um EP sólido de death metal.

9/10
Fernando Ferreira

Wrathrone – “Eve Of Infliction”

2021 – Great Dane Records

O termo death’n’roll poderá já estar um pouco em uso (tanto o termo como a música em si) mas continuamos a ter bandas que continuam a justificar o termo, ainda que de forma mais ou menos dissimulada. É o caso dos finlandeses Wrathrone, que juntam ao seu death metal cheio de groove pormenores fantásticos que se salientam sobretudo na guitarra solo. Grandes solos que dão um colorido a um death metal que nem precisava deles para se destacar. Atenção, não precisar não quer dizer que esteja a mais, porque é mesmo uma característica que lhe fica muito bem. Gostos não se discutem e existem aqueles que acham tal coisa blasfémia – talvez não tanto hoje em dia – mas o que se pode ouvir aqui não acredito que tenha defeitos que lhe possam ser imputados. Death metal orgânico e muito bom.

8.5/10
Fernando Ferreira

Sadistic Demise – “Your Chosen Way Of Sadistic”

2021 – Edição de Autor

A EP de estreia dos Sadistic Demise é convincente e memorável, mesmo que empregue grande parte dos lugares comuns do death metal mais brutal. Resulta pela forma como assumem isso desde o início. E também porque têm temas que são fortes e dinâmicos, apelando ao groove e brutalidade metálica em igual modo. Chega a ser até catchy no tema-título. Há aqui uma aura de Cannibal Corpse nos seus primórdios que é cativante. Uma banda a acompanhar por parte de todos os fãs de brutalidade.

8/10
Fernando Ferreira

Buckshot Facelift – “Ulcer Island”

2017 – Edição de Autor

É tão bom olhar para trás e neste caso específico, olhar para trás daquilo que não fomos capazes de analisar antes aqui na World Of Metal, e encontrar pequenas pérolas destas. Death metal, grindcore, hardcore e até doom, podemos dizer, tudo encaixa aqui de forma perfeita, mas não perfeita para descrever por completo. É um trabalho rico recomendado para aqueles que dizem que ntes tipo de coisas não há nada de interessante. Há e muito.

8/10
Fernando Ferreira

Deconsecration / Re-Buried – “Split”

2021 – Chaos Records

O underground funciona de forma diferente. O underground pode não ser imune às modas mas sem dúvida que reúne o melhor que a música extrema tem para oferecer independentemente da sua popularidade. Há espaço para tudo. Aqui concretamente, espaço para o death metal cavernoso e primitivo, vindo dos E.U.A.. Os Deconsecration trazem um som vintage e próprio de quem venera os primórdios do estilo numa vertente que até se parece mais com a europeia do que com a americana. Os Re-Buried são mais crus ainda mas com um som já não tão vintage, ou pelo menos que possamos identificar ou situar num período de tempo. Isso não implica que sejam menos interessantes, pelo contrário. Para os amantes do death metal, são duas propostas diferentes que se complementam, sendo que na minha opinião os Re-Buried são um pouco mais dinâmicos.

7.5/10 
Fernando Ferreira

Ominous Scriptures – “Incarnation Of The Unheavenly”

2015 / 2021 – Lethal Scissor Records

Reedição do primeiro álbum dos Ominous Scriptures, banda da Bielorrússia que tem capacidade para deitar abaixo um quarteirão com a sua música. Brutal death metal de cariz blasfemo e com consideráveis níveis técnicos. Neste tipo de coisa, o desafio é ter dinâmicas e não soar tudo igual. Devo dizer que este álbum apela à minha evolução enquanto apreciador já que o som da bateria (estilo lata de ananás) não é o mais favorável para ouvir em blast beats. No entanto, há versatilidade suficiente no baterista para que não seja um factor (muito) relevante. Musicalmente, já se sabe temos pé na chapa e brutalidade a rodos, com os ocasionais momentos slam que resultam bem ao vivo mas num disco, quando muito repetidos, enfadam. Estreia que era promissora, uma boa oportunidade para a apanharem, quem é aficionado do género.

7/10
Fernando Ferreira

Sepulchral Voice – “Evil Never Rests”

2020 – Dies Irae Records

A capa diz quase tudo não diz? Algo que nos indica de que estamos perante duas hipóteses: ou uma banda que não tem grande cuidado com o trabalho gráfico ou então que é fã das capas horríveis que surgiam de vez em quando na década de oitenta e noventa e que também eram representativas de uma certa inocência no underground – algo que depois também faz sentir expectativa em relação ao seu próprio som da banda. O álbum é curto e aponta mais na direcção da segunda hipótese. A produção – que parece oriunda da década de oitenta – é crua tal como o próprio som da banda, um death metal primitivo com alguns pontos de interesse mas que falha em conseguir impressionar. Isto porque por esta altura já todos ouvimos isto e de forma muito superior. Não quero dizer que não existe aqui talento que poderá ser transportado para algo melhor. Existe, temos bons riffs e boas indicações que tratadas de outra forma, definitvamente vão deixar boas indicações. Aguardemos.

5/10
Fernando Ferreira

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