WOM Reviews – Houkago Grind Time / Grog / Namek / Engulfed / Hanging Fortress / Sépulcre / Transcendence” / Recently Vacated Graves: True Zombie Metal / Werewolves / Voreus
WOM Reviews – Houkago Grind Time / Grog / Namek / Engulfed / Hanging Fortress / Sépulcre / Transcendence” / Recently Vacated Graves: True Zombie Metal / Werewolves / Voreus
Houkago Grind Time – “Bakyunsified (Moe To The Gore)”
2020 – Outrageous Weeb Power Productions / Grindfather Productions / Pyschocontrol
Este é daqueles discos cuja premissa tinha tudo para dar errado. One-man grind-band japonesa? Uma capa que não lembra ao Tom do Facebook em 2009? Só coisas boas, portanto. No entanto, o que temos é mesmo um festival de coisas boas em formato grindcore. Bem produzido, bem bruto e uma sucessão de bardoadas na tola, umas atrás das outras, que até dá dó. No melhor dos sentidos, claro. Intercalado com uns curtos samples do que suponho ser animes – são apenas curtos segundos porque isto fica despachado em 20 minutos, não há tempo a perder. Muitas vezes queixei-me de analisar álbuns que abaixo de meia hora, mas tendo em conta o vício que isto é – chegar ao fim, volta a dar mais uma volta e quando se dá conta já se passou uma hora num instante – não há mesmo por onde me queixar!
9/10
Fernando Ferreira
Grog / Namek – “Monsters”
2021 – 2021 – Helldprod Records / Vomit Your Shirt Records / Grindhead Records
Confesso que anos atrás, não era especialmente fã de splits e EPs. Porquê perder tempo com algo que iria passar num instante, quando se poderia ouvir num álbum? Esse sentimento mudou rapidamente e muito graças a bandas como Grog e Namek que tornam relevante tudo o que tocam. Um split entre as duas entidades é obviamente algo bastante apetecível. Produção trituradora que realça o poder de dois temas novos e três covers (Simbiose, Marginal e Napalm Death). Já os Namek põe fim a um longo hiato editorial que já durava desde 2010. Mais crus e mais caóticos mas com igual acutilância. Apresentam também dois temas novos mas apenas duas covers (Regurgitate e Cock And Ball Torture). Dos dois lados, confesso que foi o de Grog o que tee mais apelo mas o facto de termos estas duas entidades do grind juntas num split, é mais que motivo suficiente para ir buscar este vinil, de edição limitada.
8.5/10
Fernando Ferreira
Engulfed – “Vengeance Of The Fallen”
2020 – Me Saco Un Ojo Records / Dark Descent Records
Três anos depois do álbum de estreia, regresso dos turcos Engulfed. Um regresso em excelente forma com quatro temas que nos deixam com o paladar apurado e ávido de termos mais. Quando se tem um EP que se ouve de forma repetida, então é porque estamos algo muito especial. Mesmo que se tente racionalizar e dizer que a sua abordagem de death metal até nem é extraordinariamente diferente de outras – a voz é talvez o ponto mais comum – a verdade é que a sua eficácia fala mais alto que tudo o resto. E contra isso, batatas.
8.5/10
Fernando Ferreira
Hanging Fortress – “Darkness Devours”
2020 – Redefining Darkness Records
Os Hanging Fortress são um quinteto norte-americano jovem que tem uma paixão impressionante ao death metal. E digo impressionante porque foram buscar um feeling que julgamos ser impossível de capturar hoje em dia. Um feeling que, sim, soa datado mas que muitos tentam recriar, sem sucesso. E os Hanging Fortress fazem-nos regredir no tempo até à década de noventa, como quem vai ali ao café num instantinho antes de terminar a hora de recolher obrigatório, com uma facilidade impressionante. Fazem-no como se lhes estivesse no sangue. Aliás, essa será possivemente a única explicação possível, só lhes poderá estar mesmo no sangue. É representativo daquilo que valorizo na música. Não é o furar barreiras, não é trazer nada de revolucionário. É o simplesmente fazer boa música dentro do estilo que se inserem. Fazem-nos com mestria. Qualquer apreciador de death metal vai gostar disto.
8/10
Fernando Ferreira
Sépulcre – “Ascent Through Morbid Transcendence”
2020 – Invictus Productions
Inauguração oficial da discografia dos Sépulcre com uma demo que vai buscar aquele espírito do death metal old school, que consegue entusiasmar. Perante este novo sangue que surge, poderemos nos interrogar se será assim a continuidade do género. É uma questão aberta a destaque, aquilo que temos a contribuir para o memso é que apesar da forma como mantém esse espírito, não se colam propriamente a nenhuma entidade conhecida. É death metal old school, cru e bruto, mas com personalidade própria a garantir que não estamos perante algo desinteressante. Boa demo, espera-se um futuro com boa podridão.
8/10
Fernando Ferreira
Recently Vacated Graves: True Zombie Metal – “Devoured In Decay”
2020 – Edição de Autor
Parece que esta banda norte-americana já existe há quase duas décadas, mas esta é a primeira abordagem que tenho ao seu som. Uma abordagem positiva que conseguiu recuperar do impacto do nome, que é a definição perfeita para um dos piores nomes de banda de sempre – sinceramente não sabia se era o nome de banda ou do lançamento em si. Adiante. Felizmente o som é bem melhor do que esperava. Death metal, com pujança e boa sonoridade e grandes solos de guitarra e onde nem a bateria programada os faz causar má impressão. A banda regressa aqui após seis anos em silêncio. Regressa em grande, agora o nome é que…
8/10
Fernando Ferreira
Werewolves – “What a Time to Be Alive”
2021 – Prosthetic Records
Apesar de na sua génese o som do duo Aspidium seja bastante directo, consegue-se apanhar uns pormenores melódicos bem interessantes. Algo que não seria expectável numa proposta de black/death metal. Esse até é um pormenor que vamos interiorizando bem, já que faz bem no que à dinâmica diz respeito. A questão é que conforme o álbum vai avançando, essa dinâmica vai-se tornando progressivamente menos eficaz e instala-se uma certa tendência para o marasmo onde a repetição não é definitivamente benéfica.
7.5/10
Matias Melim
Voreus – “The Proclamation”
2018 / 2020 – Sentient Ruin Laboratories
Não me admira que a Sentient Ruin Laboratories tenha sentido o impulso de pegar nesta estreia de 2018 dos alemães Voreus que tinha sido lançado em 2018 apenas de forma digital. Nem admira que tenham decidido fazer disto um lançamento especial e de colecção, fazendo a edição em vinil e cassete. É um death metal cavernoso e bem blasfemo, que vem das profundezas dos infernos. “Trisagion” estabelece logo o ambiente forma solene, mas a brutalidade que se segue, com tanta sujidade que até parece que andamos a escorregar no chão, na lama. É uma aura que já antecipamosvinto de qualquer trabalho editado pela Sentient Ruin. Para coleccionadores da podridão com requinte.
7/10
Fernando Ferreira