WOM Reviews – Indignu / Hell Theater / 23 And Beyond The Infinite / Ring Of Fire
Indignu – “Adeus”
2022 – Dunk!records / A Thousand Arms Music
Regresso de um dos grandes nomes do post rock nacional, os Indignu. A sua música sempre teve uma forte capacidade emocional mas agora parece que essa capacidade inata é extrapolada até níveis que não se julgava serem possíveis de ser atingidos. São cinco temas – cinco peças – onde tanto somos embalados como que puxados bruscamente, embora tenha-se que se admitir que é brusco apenas de forma emocional e nunca de uma forma rude. Há sempre uma beleza envolvida uma beleza melancólica e até muitas vezes trágica, que acompanha sempre estes cinco temas onde temos que destacar os épicos como aqueles que nos falam directamente ao coração, tal como a sequência final “Urge Decifrar O Céu” e “Sempre Que A Partida Vier”. Sabemos que o post rock é sempre dado a algumas linhas orientadoras que costumam ser imovíveis ao género mas este é um dos poucos trabalho onde não se sente de nenhuma forma esse peso. “Adeus” é sem dúvida um dos melhores discos do género em 2022.
9.5/10
Fernando Ferreira
Hell Theater – “S’Accabadora”
2022 – WormHoleDeath
Proposta bastante original que nos chega de Itália e pelas mãos da WormHoleDeath. Hell Theater é uma banda de heavy/speed/thrash metal longe de ser banal. Para já, existe todo um ambiente peculiar e bem distorcido que acompanha o disco do início ao fim. E apesar do timbre de Victor “Death” Solinas tradicional (para o speed metal), o mesmo consegue oferecer algumas variações muito interessantes que nos cativam e fazem pensar tão depressa num momento em bandas como Exciter como noutro nos faz lembrar King Diamong e Agent Steel. Musicalmente variado e a arriscar para lá do terreno seguro das fórmulas vencedoras do heavy speed metal, este é um álbum que mesmo com estranheza consegue cativar-nos muito bem. Boa sr
9/10
Fernando Ferreira
23 And Beyond The Infinite – “Lumen Del Mundo”
2022 – Dirty Beach / Stand Alone Complex
Sendo o post punk uma sonoridade que marca de forma tão vincada um período temporal que apesar de ter tido uma importância fundamental – principalmente no que ao gótico diz respeito – acaba por não oferecer grandes surpresas. E é aqui que os 23 And Beyond The Infinite, indo bem para além da nostalgia do período atrás enquadrado e mergulhando no psicadélico que nos vão buscar memórias mais vastas. Isto tudo com músicas que nos hipnotizam – a forma mais perfeita de mostrar isto é com uma versão muito própria da “Not To Touch The Earth” dos The Doors. Uma boa surpresa.
8/10
Fernando Ferreira
Ring Of Fire – “Gravity”
2022 – Frontiers Music
Oito anos de ausência para aquela que já fui uma das coqueluches do prog/power metal. E o regresso mostra uma banda consideravelmente diferente, mantendo-se apenas Vitalij Kuprij que se mantem como principal força criativa e, claro, a voz inconfundível de Mark Boals. As aquisições de Stefano Scola (baixo), Alfonso Mocerino (bateria) e Aldo Lonobile (guitarras) não altera em nada a identidade da banda que continua a trazer classe em cada um dos temas, independentemente de estarem bem longe da procura que havia por esta sonoridade em relação a umas décadas atrás. Isso não impede que a sobriedade e até uniformidade destas canções se sobressaiam. Talvez o principal problema seja mesmo não haver muitos ganchos com capacidade suficiente para nos chamar a atenção (como “Storm Of The Pawns”) mas eles também nunca funcionaram através disso e sempre foram uma banda para apreciar sem a preocupação de ser catchy.
7/10
Fernando Ferreira
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