Review

WOM Reviews – Kat / Holy Mother / Stormwind / Marco Garau’s Magic Opera / Blitzkrieg / Avaland / Cristiano Filippini’s Flames Of Heaven / Helstar

WOM Reviews – Kat / Holy Mother / Stormwind / Marco Garau’s Magic Opera / Blitzkrieg / Avaland / Cristiano Filippini’s Flames Of Heaven / Helstar

Kat – “The Last Convoy”

2020 – Pure Steel Records

Parabéns para a banda, pois 40 anos é muito tempo e acima de tudo fez-me sentir do tipo, os Kat já existem há mais de 40 anos? Como é possível uma banda destas ter passado tanto tempo despercebida?

Depois de muitas pesquisas, percebi a linha musical sonora seguida até então pela banda, mas neste momento deparo-me com algo diferente pois “The Last Convoy” é um puro álbum de metal com as melhores malhas a soarem fortemente pelos nossos ouvidos, onde podemos ouvir algumas covers muito interessantes e outras regravações.

A voz rude e os riffs rasgados são referência e quando vamos dar espaço às covers apresentadas, naturalmente que as escolhas foram arriscadas, mas seguindo o conceito deste processo, estão muito bem conseguidas, com o toque dos Kat bem sentido em cada uma delas, falo de “Blackout”, “Highway Star” e “You Shook Me All Night Long”.

O álbum começa com a forte batida intitulada “Satan’s Night”, começando com bateria e um riff arrepiante, antes que tudo aconteça, mantendo-se veloz até ao fim. Por último, mas sem que o seja necessariamente, fazer referência para a participação de Tim “Ripper” Owens nos vocais na faixa “Flying Fire 2020”, música brilhante, incluída no álbum “Without Looking Back” e também não podia de forma alguma deixar de destacar a acústica “Dark Hole – The Habitat Of Gods”, também ela repescada de 2014. Recomendo!

10/10
Miguel Correia

Holy Mother – “Face This Burn”

2021 – Massacre Records

É possível ser clássico sem ser propiamente clássico? Isto porque numa era em que a divulgação e o marketing são absolutamente essenciais, o facto de uma banda ter quase trinta anos de carreira deverá logo colocá-los no campo do clássico mas a verdade é que os norte-americanos Holy Mother nunca foram um nome forte do power metal vindo do outro lado do Atlântico. Isto em termos de popularidade porque em termos de qualidade, esse reconhecido faltou para fazer a devida justiça. “Face This Burn” é o álbum que marca o regresso da banda quase duas décadas depois – ao que tudo indica não houve propriamente um hiato, mas a banda esteve em silêncio editorial desde “Agoraphobia” de 2003. Estes regressos são sempre e incertos, mas posso dizer que “Face This Burn” não só é muito mais do que uma tentativa desesperada de se tornar relevante num mundo cão, como é mesmo um excelente álbum que contagiará todos os fãs de heavy metal que nunca os conheceram para além das capas dos seus álbuns. A mim deu-me vontade de conhecer a banda a fundo porque este é mesmo um excelente trabalho!

9/10
Fernando Ferreira

Stormwind – “Reflections”

2001 / 2021 Black Lodge Records

É graças a estas reedições que me vou apercebendo como já estou a ficar velho (e e todos os outros). Vinte anos passaram desde o penúltimo álbum dos suecos Stormwind que tinham uma sonoridade típica daquilo que estava em voga na altura: power metal neo-clássico. Todos sabemos que quando algo está a dar, normalmente vai tudo a correr, enquanto o filão esteve a dar e na altura o filão (ou um deles) era o power metal. Em defesa dos Stormwind e deste álbum e apesar dos lugares comuns, a qualidade abundava por aqui e eles também já não eram novatos – quinto álbum. Voltar a “Reflections” é um bom exercício de memória em como este trabalho tem mesmo muita qualidade. Temas que não se esgotam à primeira, instrumental de topo e uma grande voz. Lugares comuns e azeite? À pazada. Ou colherada. Mas quando admitimos isso e ainda assim lhes reconhecemos qualidade é porque ela existe mesmo. Remasterização que não põe em causa o original e ainda traz mais uma faixa bónus.

8.5/10
Fernando Ferreira

Marco Garau’s Magic Opera – “The Golden Pentacle”

2021 – Edição de Autor

Estreia a solo de Marco Garau, teclista dos Derdian. O trabalho do músico italiano a solo não difere muito daquilo que os Derdian fazem, principalmente por incluir na sua formação os companheiros de banda Enrico Pistolese no baixo  e Salvatore Giordano na bateria. A principal diferença é por ter um teor mais melódico e sinfónico, com uma preponderância natural nos teclados a relembrar muito de música clássica – algo que não é preciso referir como encaixa bem com este estilo. Não sei se será uma banda nova ou se apenas um projecto paralelo, mas potencial há por aqui com fartura. Temos lugares comuns, é certo, mas fazendo as contas no final, saldo é bem positivo.

8/10
Fernando Ferreira

Blitzkrieg – “A Time Of Changes”

1985 / 2021 – High Roller Records

Reedição do clássico primeiro álbum dos britânicos Blitzkrieg, que vamos ser sinceros, tiveram um boost na carreira após terem sido coverizados pelos Metallica, ainda antes do lançamento do álbum naquele que é o seu tema mais reconhecível e memorável, o homónimo. Ainda assim e apesar de terem já chegado tarde à febre da NWOBHM – em 1985 o interesse do underground já se tinha voltado para emergente onda thrash – não deixaram de ter na estreia um álbum sólido de heavy metal, que sobrevive com graça aos dias de hoje e cheios de temas raçudos, apesar da marca do tempo lhes estar bem gravada em cima Para quem gosta de apreciar a história do heavy metal, esta reedição é de aproveitar.

7.5/10
Fernando Ferreira

Avaland – “Theater Of Sorcery”

2021 – Rockshots Records

Por esta altura já deveríamos ser todos imunes aos projectos erigidos no formato opera rock, não já? De certa forma, já somos, mas a música, essa, continua a ter a última palavra. Esta é trazida pelo prodígio de 22 anos apenas Adrien G. Gzagg que reuniu uma banda de seus amigos (Camille Souffron no baixo, Christophe Feutrier e Lucas Martinez nas guitarras e Léo Mouchonaye, sendo que Adrien fica encarregado dos teclados e das vozes da personagem principal, além dos coros), contando também com algumas vozes de peso como Zaher Zorgati (Myrath), Heli Andrea (Mobius/OLANE), Emmanuelson (Rising Steel/Ellipsis) Zak Stevens (Ex-Savatage/TSO/Archon Angel), Ralf Scheepers  e Madie (Nightmare/Faith In Agony) entre outros. Carácter sinfónico e mistura com o heavy/power metal que apesar de não ser uma fórmula nova pelo menos consegue cativar ao longo da sua duração. Boa produção, boa banda, bom som. De certo que vamos ouvir mais deles no futuro. A estreia é positiva.

7.5/10 
Fernando Ferreira

Cristiano Filippini’s Flames Of Heaven – “The Force Within”

2020 – Limb Music

Este nome não ajuda em nada – até porque é sempre um bocado pretensioso quando a pessoa em questão não é assim tão conhecida como um Ritchie Blackmore, não estando em causa o seu talento que é mais que muito, após uma análise superficial desta estreia discográfica. Um mergulhar mais aprofundado dá-nos a certeza disso mesmo mas também que há por aqui muitos lugares comuns do heavy/power metal melódico. Bem feito, sim, mas incapaz de chamar até si todos os que não sejam já fãs deste estilo de sonoridade. Há, todavia, aqui momentos capaz de chegar a quem simplesmente goste de música – como a belíssima “Always With You” que poderia ter sido retirada de um musical. No geral, é um bom álbum, mas que apenas que precisa de algo mais para o retirar do canto estílistico onde se instalou. O que não invalida que seja considerado um excelente trabalho para quem vive para esta sonoridade.

7.5/10
Fernando Ferreira

Helstar – “Clad In Black”

2021 – Masssacre Records

Esta é uma compilação estranha. Temos dois discos, o primeiro com pouco mais de meia hora onde apresenta dois temas novos, e um single já editado, com três covers (“Restless And Wild” dos Accept, “After All (The Dead” dos Black Sabbath e ainda “Sinner” dos Judas Priest) e depois o segundo disco apresenta o último álbum de originais, “Vampiro” de 2016, que não estando em causa a sua qualidade (até porque é um excelente álbum), não se percebe muito bem esta opção, a não ser que tenha sido com intenção de recuperar os direitos, já que pertence a uma outra editora. Seja como for, talvez interesse mais a versão em vinil que conta com os seis temas apenas do primeiro disco. OU para os coleccionadores que gostam de arrebanhar tudo.

7/10
Fernando Ferreira

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.