Review

WOM Reviews – Kavyk / Abythic / Hongo / Cabaret Aberrante / Upon The Altar / Tenebro

WOM Reviews – Kavyk / Abythic / Hongo / Cabaret Aberrante / Upon The Altar / Tenebro

Kavyk – “Radiant Abyss”

2020 – Caustic Hollow

Death metal blasfemo por esta altura já não é novidade. Bem, já não o é há bastante tempo mas isto para dizer que com um álbum de estreia, e tendo em conta o género e a quantidade de bandas (novas e menos novas) lançam álbuns, é difícil surpreender e encontrar forma de se realçar perante a multidão. Na minha opinião, os norte-americanos conseguem fazer isso sem grandes dificuldades. O black metal dá aqui a perninha em alguma da estética interessante mas também o doom metal, com a melodia a abrasividade e a melancolia a juntarem-se de forma dinâmica. Lançado de forma independente em formato digital em cassete pela Caustic Hollow, este é um álbum que merece ser espalhado pelos fãs de música extrema. Não é imediato (até porque não é só o facto de ter temas longos, é a forma como os mesmos exigem do leitor) mas esse é só um dos seus muitos atractivos – nem todas as coisas boas da vida são para despachar e esquecer em três minutos.

9/10
Fernando Ferreira

Abythic – “Dominion Of The Wicked”

2021 – Iron Bonehead Productions

Os Abythic é um dos bons nomes do underground alemão que tem causado boa impressão desde que surgiram no horizonte meros cinco/seis anos atrás. O que faz com que se tenham boas expectativas que são cumpridas e até superadas. “Dominion Of The Wicked” é um álbum de death/doom metal, com melodias macabras e melancólicas a conjugarem-se como um só elemento que é sem dúvida memorável. Sendo um espectro onde as influências são óbvias e quase sempre incontornáveis, não deixa de ser surpreendente ver como os alemães conseguem evitar as mesmas, ainda que assumindo mais que nunca o doom com parte integrante do seu som. Sabe a pouco, por isso é daqueles que facilmente se avança para uma segunda volta.

8.5/10
Fernando Ferreira

Hongo – “Live To Ruin”

2020 – Edição de Autor

Não conhecia esta banda espanhola mas fiquei com vontade de ouvir mais. Como já disse, é bom começar as apresentações através de uma prestação ao vivo. Nem sempre a mesma é representativa do verdadeiro potencial da banda (todos temos bons e maus dias) ou sequer da forma como as músicas ficaram imortalizadas em estúdio, mas invariavelmente resulta. “Live To Ruin” foi registado no Festival Noroeste Estrella Galicia e tem um som cru mas explora as potencialidades (enormes) da sonoridade que anda entre o doom metal e o sludge, mas com versatilidade para entrar nos domínios (ocasionais) do pós-rock/metal. A capa não transparece o nível melancólico e épico destes temas mas a vida é assim, feita de boas surpresas. Boa introdução aos nuestros hermanos e boa forma de quebrar o jejum de lançamentos que já durava há quase seis anos.

8.5/10
Fernando Ferreira

Cabaret Aberrante – “Sadismo Post Porno”

2016 – Edição de Autor

Os Cabaret Aberrante não facilitam. Quando pensam qiue já vimos de tudo, eles arranjam mais uma forma de chocar. Esta caba é um bom exemplo. Musicalmente, acabam por surpreender ainda mais. Depois de seguir uma orientação mais brutal death/gore, aqui conseguem trazer algo realmente interessante – ou pelo menos não tão óbvio como o anterior. Conseguem juntar ocasionais arranjos orquestrais que conseguem acrescentar um ambiente ainda mais mórbido, e além disso, apresentam riffs mesmo cativantes e memoráveis. Definitivamente que este é um passo enorme no que à criatividade diz respeito. Não é o mesmo que dizer que estão mais acessíveis e menos doentios. Apenas estão mais… peculiares. E sem dúvida, interessantes.

8/10
Fernando Ferreira

Upon The Altar – “Absid Ab Ordine Luminis”

2021 – Putrid Cult

Ainda agora estamos em Fevereiro e já me passaram umas quantas estreias pelas mãos. Boas estreias. Os polacos Upon The Altar juntam-se ao grupo de estreias em 2021 e fazem-no com um álbum sujo de death/black metal bem blasfemo. A capa usa muito o negro e é apenas essa cor que vemos ou sentimos  ao longo destes trinta e seis minutos. Unidimensional, por isso, mas também com algumas surpresas que visam a aumentar a ambiência já de si densa dos temas, “Absid Ab Ordine Luminis” é um ensaio à surdez – literalmente quando acaba, fica-se com os ouvidos a zumbir. É eficaz mas apenas para quem vive e respira este tipo de violência auditiva. Os outros poderão não encontrar as nuances dinâmicas que contém.

7.5/10
Fernando Ferreira

Cabaret Aberrante – “Matadero De Zorras”

2013 – Edição de Autor

Os doentios Cabaret Aberrante voltaram à carga e desta vez um p«ouco sem surpresas, aliás, como a capa deixa logo indicação. Se na estreia tivemos alguns devaneios melódicos e estilísticos (ainda que em número reduzido), “Matadero de Zorras” mergulha de cabeça para o brutal death/gore e com alguns pormenores nas guitarras bem interessantes. Nota-se uma evolução e um refinar, maior foco naquilo que pelos vistos fazem muito bem. Para os aficionados gore, este é um bom álbum a conhecer.

7/10 
Fernando Ferreira

Cabaret Aberrante – “Death Metal Show”

2010 – Edição de Autor

Primeiro álbum dos espanhóis Cabaret Aberrante, que têm um nome mais que apropriado para o imaginário e conceito dos seus temas – os vídeos são… bastante sugestivos, para dizer no mínimo! Musicalmente a coisa não é assim tão fora do normal, dentro do espectro do death metal mais gore, sem grandes exibições técnicas mas mantendo um nível que vai para além do básico. As músicas em si também têm tendência a serem dinâmicas e distintas entre si, com algumas boas surpresas melódicas. Não temos, infelizmente, muitas dessas surpresas mas ainda assim é um trabalho que o consegue fazer no geral.

6/10
Fernando Ferreira

Tenebro – “Liberaci Dal Male”

2020 / 2021 – Xtreem Music

Mortician, sois vós? É a pergunta que surge de imediato ao primeiro contacto com o EP “Liberaci Dal Mal” dos italianos Tenebro. As afinações ultra graves, o andamento letárgico que se esforça para andar no mid tempo (deixando de parte as explosões que a banda norte-americana tinha) e a voz gutural. Ah, e claro, os samples dos filmes, em menor quantidade mas também presentes. Esta reedição da Xtreem Music traz também as três músicas da demo de 2019 – que curiosamente me soam bem melhores. Para os fãs de Mortician é um boa aposta. Para quem não achava piada aos originais, não são os Tenebro que vão conquistar.

5/10
Fernando Ferreira

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.