Review

WOM Reviews – Lethvm / Kadavar / Karyn Crisis’ Gospel Of The Witches / Mars Red Sky / Mojo Jazz Mob / Mourner / Abest / Ramprasad

Lethvm – “Acedia”

2019 – Dunk!records / Denses Record / I For Us Records

Após um impressionante álbum de estreia, os belgas Lethvm estão de volta com um trabalho que supera, na nossa opinião, um impacto que já foi grande. “Acedia” é tão visceral quanto emocional. Nunca a melancolia nos surgiu como uma paulada na cabeça. Uma paulada na cabeça que funciona como um todo. Não podemos dizer que seja um trabalho unidimensional – pelo menos musicalmente é bastante rico em dinâmicas – embora se sinta que estas sete faixas não devam ser separadas umas das outras. Um daqueles álbuns adormecidos que definitivamente vão ser de culto. Neste caso, aqui na WOM já fizemos o atalho, já é vício.

Nota 9/10
Review por Fernando Ferreira


Kadavar – “For The Dead Travel Fast”

2019 – Nuclear Blast Records

Os Kadavar podem já não surpreender ninguém, mas em contrapartida continuam a entregar-nos precisamente o que queremos, rock retro de qualidade superior. No entanto, e dentro das expectativas, “For The Dead Travel Fast” acaba por ser um regresso às raízes da banda, com uma virage para o som mais próximo do psicadélico e do occult rock. Não é no entanto tão imediato, mas há um sentido de progressão para estas músicas, que poderão crescer muito mais em cima dos palcos como até interiormente em cada ouvinte. “Poison” é um dos temas que nos parece confirmar essa teoria. Por outro lado, essa exigência poderá fazer com que alguns dos fãs fiquem desiludidos. É questão de lhe dar a devida (merecida) hipótese.

Nota 8/10
Review por Fernando Ferreira


Karyn Crisis’ Gospel Of The Witches – “Covenant”

2019 – Aural Music

Após quatro anos de ausência em relação à estreia deste novo projecto, Karyn Crisis está de volta e também de volta ao peso mais orgânico. “Covenant” tem um ar ritualista mas mete de parte as influências electrónicas, estando muito mais perto de um occult rock (ou metal), mas não deixamos de ter alguns momentos que são mesmo para divagar de olhos fechados nalgum plano astral ao nosso alcance. Podemos dizer que os Gospel Of Witches atingiram a sua maioridade com um álbum que é das melhores coisas que lançaram até ao dia de hoje.

Nota 8.5/10
Review por Fernando Ferreira


Mars Red Sky – “The Task Eternal”

2019 – Listenable Records

Este álbum dos Mars Red Sky pode não vos chamar à atenção à primeira. No entanto, garanto que após uma audição, vão voltar a repetir. Com um stoner esóterico (podemos chamar-lhe isso, não podemos?) e com uma capacidade impressionante de nos fazer transcender, este álbum prova que os franceses estão cada vez melhores na sua arte. Tenho que confessar que o centro das atenções é mesmo a voz de Julien Pras, que é para lá de hipnótica. Um grande álbum, que nos mostra coisas diferentes a cada audição. É assim que gostamos.

Nota 8.5/10
Review por Fernando Ferreira


Mojo Jazz Mob – “- … from between the fields“

2019 – This Charming Records

Ora aqui está uma boa surpresa. O nome, tenho vergonha em admitir, levou-me para paragens mais experimentais e menos amigas do ouvido, as o que se tem aqui não poderia mais viciante. A banda já tem uns anitos e este poder apenas o terceiro álbum, mas a maneira como nos soa faz-nos pensar como é que não nos tinhamos cruzado com eles mais cedo. A referência ao stoner é correcta mas não se deixa de sentir que há por aqui muito mais do que este rótulo nos faz sentir. Rockão com umas guitarras que não estariam desfasadas num heavy metal, sempre com um groove que estabelece bem através das harmonias, que, com uma voz boa por cima, faz com que tenhamos aqui grandes malhas. “Phoenix” é uma das que recomendamos mais.

Nota 8.5/10
Review por Fernando Ferreira


Mourner – “Apogee Of Nihility”

2019 – Satanath Records

Estreia discográfica dos russos Mourner que trazem aquele estilo de doom/death metal old school mas que nos soa sempre actual – principalmente por não te chegado a ser uma moda que nos tenha saturado até à exaustão. Sem grandes fogos de artíficio e fazendo uso do belo peso, a banda russa consegue cativar qualquer fã de doom e até cativar os que gostam de death e não se importam com o ritmo compassado das suas composições. Peso é o que abunda por aqui ainda de termos os leads melancólicos – como o tema título que dá repentes dos primeiros trabalhos de My Dying Bride.

Nota 8/10
Review por Fernando Ferreira


Abest – “Bonds Of Euphoria”

2019 – Moment of Collapse Records / This Charming Man

E dá-lhe peso bruto. Conforme ainda passamos revista a alguns lançamentos de 2019 aos quais não conseguimos dar atenção em tempo útil ainda somos surpreendidos com algumas descargas impressionantes como é o caso deste “Bonds Of Euphoria” dos Abest ou Ab-est, como se designam estilisticamente. Este não é um álbum de fácil audição com o ambiente a ser colocado no mais profundo abismo da mente humana, claustrofóbico e intenso mas também construído de forma inteligente onde há um sentido para as coisas se sentirem dessa forma. Se o ouvinte é manipulado ou puxado até um certo sentimento de desesperança, tal acontece de forma bastante subtil, embora o impacto possa parece como uma bigorna na cabeça. É no entanto curto, demasiado curto. Tão curto que o silêncio surge de repente e incomoda como se nos tivessem arrancado um braço – é ilusão porque o braço foi arrancado durante a audição. Claro que podemos sempre voltar a ouvir mas… fica a sensação de uma obra incompleta.

Nota 7.5/10
Review por Fernando Ferreira


Ramprasad – “Tsuris”

2019 – Anima Recordings

Os Ramprasad são uma banda instrumental e poderão achar, aqueles que já nos conhecem bem, que isso é motivo suficiente para ficarmos automaticamente interessados. E têm razão ficámos, mas isso não quer dizer que tenhamos logo automaticamente rendidos. O espírito meio stoner, meio doom, meio sludge (e sim, dei conta que ficou um metade a mais ou então ficou a faltar algo, conforme a perspectiva) faz com que os riffs fluam com um groove fantástico mas neste caso ficamos com a ideia de que ficou algo a faltar. Não há propriamente uma progressão nos temas – que é aquilo que mais gostamos na música instrumental – apenas uma repetição de uma fórmula que depressa se esgota. Não querendo isto dizer que estamos perante um mau álbum… apenas não tem o impacto que poderia ter.

Nota 6/10
Review por Fernando Ferreira


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