Review

WOM Reviews – Lionheart / Freedom / Slegest / Deiquisitor

Lionheart – “Welcome To The West Coast III”

2023 – Arising Empire

Hardcore sem tretas. A capa tem um feeling clássico – e aquele autocolante do “Parental Advisory” por muito que esteja obsoleto, é sem dúvida algo que eleva ainda mais esse elemento clássico. A música também, som moderno, sem dúvida, mas com aquele feeling hardcore impiedoso que não dá espaço para nenhum descanso. E por muito que existam pessoas desiludidas por não haver novidades estilísticas, é precisamente por isso não existir que este álbum é tão bom. É o que se espera dele em termos de hardcore, e depois os temas em si são um convite aquelas batalhas campais que tanto apreciamos. Puxam e justificam isso e ainda trazem alguns repentes melódicos nas guitarras que soa mesmo bem. Convidados especiais na forma de Ice-T (Body Count), Alex Taylor (Malevolence) e Jamey Jasta (Hatebreed). O ano começa muito bem!

9/10
Fernando Ferreira


Freedom – “Freedom”

2023 – Freedom

Rock clássico. Quantas vezes estas duas palavras não se juntam para evidenciar algo que já foi e que se acredita que não volta a ser mais? Muitas, assim como tantas as vezes que mostramos que há muitas bandas e músicos que não querem saber o que está na moda, o que é ou não relevante. Que querem seguir a sua paixão mesmo que isso implique fazer algo que apenas um grupo reduzido de pessoas vai gostar. Neste caso o grupo reduzido de pessoas ainda é composto por uns bons milhares. Os Freedom chegam ao álbum de estreia com confiança, justificada por um conjunto sólido de temas que remetem para a tradição norte-americana, perdida, de fazer um bom rock suave mas sólido onde as canções são memoráveis e têm o que é preciso para durar o teste do tempo.

8/10
Fernando Ferreira


Slegest – “Avstand”

2023 – Dark Essence 

Confesso que a minha abordagem a este álbum dos Slegest não foi pacífica. Há por aqui uma apatia que confundiu. Apatia aparente, atenção. A banda traz uma espécie de black’n’roll que se aproxima até mais do punk do que propriamente do rock’n’roll (mesmo que ambos não sejam assim tão distantes para que seja algo escandaloso). Uma abordagem que evoca um espírito descomprometido que nem sempre o black metal está preparado para receber. Seja como for, é um disco que vai crescendo interiormente conforme o vamos perceber – mesmo sendo simples, é necessária alguma desconstrução para podermos simplificar aquilo que normalmente complicamos. “Avstand”, na sua simplicidade conquista-nos quando percebemos que a apatia aparente não é defeito, é mesmo virtude.

7.5/10
Fernando Ferreira


Deiquisitor – “Apotheosis”

2023 – Extremely Rotten Productions

Os dinamarqueses Deiquisitor a marcar bem o início de 2023 com o seu death metal old school que soa sempre bem. Ou pelo menos em teoria, porque na prática “Apotheosis” acaba por ter uma produção que se torna cansativa em pouco tempo. Talvez isso venha a ser algo que torne este trabalho culto, mas não nos parece que também tenha argumentos para isso. Serve na perfeição os desejos por death metal mais bruto, mas depois falha em torná-lo memorável, para além de cumprir (e muito bem) os requisitos que o tornam um bom trabalho. Os fanáticos vão adorar mas quem procura algo mais, poderá ficar desiludido.

6/10
Fernando Ferreira


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