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WOM Reviews – Marius Danielsen / Enforcer / Ritual / On Atlas’ Shoulders / Ice War / Fortunato / Van Canto / Giotopia

WOM Reviews – Marius Danielsen / Enforcer / Ritual / On Atlas’ Shoulders / Ice War / Fortunato / Van Canto / Giotopia

Marius Danielsen – “Legend Of Valley Doom Part 3”

2021 – Crime Records

Criado por Marius Danielsen, “Legend of Valley Doom” é um projecto norueguês de power metal sinfónico, que relata a história de um reino encantado – Valley Doom – e das suas batalhas com o reino vizinho, Eunomia. “Legend of Valley Doom Part 3” é a conclusão da saga de fantasia épica criada por Marius Danielsen e que nasceu em 2015, com o lançamento de “Legend of Valley Doom Part 1”.

Se a história do reino encantado de Valley Doom, habitado por personagens como elfos, sábios, guerreiros e princesas, já é em si, um projecto imenso, maior se torna, quando Marius decide reunir para a sua concretização, grandes nomes da música internacional. E encontramos assim, nesta Parte 3 nomes como Ralf Scheepers (Primal Fear, Gamma Ray), Tim Ripper Owens (Judas Priest, Iced Earth), Richard Fortus (Guns N Roses, The Dead Daisies), Tommy Johansson (Sabaton, Majestica, ReinXeed) ou Derek Sherinian (Sons of Apollo, Dream Theater, Kiss, Alice Cooper).

O tema de abertura dá o mote para tudo o que se segue, com o seu chamamento poderoso com ritmo guerreiro, de bateria de bombo duplo. Vozes harmoniosas, teclados melódicos, acordes de guitarra fortes e linhas de baixo poderosas, levam-nos num misto de emoções e sensações durante todo o álbum, oscilando entre a alegria do reencontro e o dramatismo da partida, entre melodias suaves e ritmos em crescendo, culminando num clímax musical que quando chega ao fim nos deixa numa embriaguez de sensações da qual demoramos um pouco a sair.

Por tudo isto e muito mais, que só se apreende com a escuta do álbum (e de toda a obra), Marius Danielsen é um nome que tem de ser conhecido de todos os amantes de power metal sinfónico, pela sua genialidade criativa, produtiva e vocal.

10/10
Rosa Soares

Enforcer – “Live By Fire II”

2021 – Nuclear Blast

Segundo álbum ao vivo dos Enforcer, uma banda que tanto entusiasmo como desilusão traz em cima do palco. Por um lado temos o entusiasmo quase juvenil do heavy metal que é impossível de conter, por outro temos por norma um som péssimo. Obviamente que este álbum ao vivo não nos traz essa experiência mas uma coisa é igual à última vez que os vimos ao vivo – no Moita Metal Fest em 2019 – a “Die For The Devil” é a pior música possível para abrir um concerto apesar de ser um excelente tema de heavy metal. E a partir daqui é sempre a subir. Um luxo termos a banda num alinhamento mais alargado do que aquele que os estamos habituados a ouvir com quase oitenta minutos de metal puro e clássico. E para esse efeito, a escolha para o México foi excelente por aquilo que se pode ouvir do público – acreditando que é real e que não há efeitos especiais adicionados no pós-produção. Independentemente de tudo isto é um álbum mais que recomendado, uma celebração da música de um dos maiores símbolos da nova vaga de heavy metal tradicional.

9/10
Fernando Ferreira

Ritual – “Valley Of The Kings”

1993/2021 – High Roller Records

Gosto de ouvir antes de ler. Por vezes é assim que temos as maiores surpresas. Neste caso a minha surpresa foi ver que esta banda da N.W.O.B.M. lançou este álbum em 1993 e não em 1983 (ou até mesmo antes) já que a sua sonoridade é mesmo clássica, hard’n’heavy clássico. Sim, soa completamente datado, aliás, já soava em 1993 quando foi lançado originalmente (com uma capa horrível, diga-se de passagem, abençoada High Roller Records por colocar uma artee diferente como capa) mas tem uma honetidade e feeling que não são fáceis de encontrar. É o  segundo álbum da banda, que infelizmente já acabou, mas é um trabalho que merece mesmo a reedição. Recomendado!

9/10
Fernando Ferreira

On Atlas’ Shoulders – “Hyperion”

2021 – Edição de Autor

Os Atlas Shoulders demonstram não ter tempo a perder. Começaram em 2018, o ano passado lançaram a estreia “Invictus” (onde a voz de Marius foi complicada de absorver) e estão de volta menos de um ano depois. “Hyperion” apresenta um grande desafio para quem não é grande fã de power metal: a voz operática de Marius Bönisch que requer alguma habituação, confesso. No entanto o lado musical, tem poder e força mais que suficiente para nos aguentar enquanto esse processo não está finalizado. Bons riffs, excelentes solos e as músicas cativam mesmo. É um segundo álbum que fará a banda chegar mais longe entre os apreciadores das sonoridades mais tradicionais.

8/10
Fernando Ferreira

Ice War – “Sacred Land”

2021 – Fighter Records

Já não é a primeira vez que digo que sou fã de one-man bands e que digo, indirectamente, que apesar de alguns defeitos, os mesmos são desvalorizados em favor do feeling verdadeiro que emana de um trabalho. Ice War, a one-man band canadiana é um exemplo perfeito que junta os dois casos. A qualidade sonora é orgânica como cai bem no heavy metal tradicional e até chega a ser um bocado tosca mas aqui temos excelentes temas, provavelmente a melhor selecção de temas que tivemos por parte de Ice War até ao momento (quinto álbum desde 2017). Agora os defeitos, ou pelo menos, o principal defeito, é a voz. É o ponto frágil desta equação que não chega para prejudicar (pelo menos ao ponto da apreciação ser negativa) a audição mas nota-se essa limitação mas até esse ponto acaba por ser uma mais valia, porque em muitos momentos assemelha-se aos limites vocais de um certo Quorthon quando ele resolveu começar a cantar com voz limpa. Toda essa era nota-se ser uma inspiração mas também temos muito de Candlemass, Cirith Ungol e Manilla Road. Enfim, coisas boas para a saúde e que de uma forma diferente têm a sua perpetuação. Por todos esses motivos, este é um trabalho cujo poder cresce cada vez que convivemos com ele.

8/10
Fernando Ferreira

Fortunato – “Insurgency”

2021 – Rock City Music Label

Terceiro álbum dos franceses Fortunato, que teremos que admitir que é um nome atractivo… para uma agência funerária ou de contabilidade – não havendo ligação entre as duas actividades. Temos um heavy metal de teor neoclássico que faz lembrar em vários momentos Royal Hunt. Pelas linhas de voz (e não pelo seu timbre), pelos arranjos de teclado e na forma como estes se sobrepõem em muitas vezes como líder das melodias em relação às guitarras. É um álbum interessante que para os fãs desta sonoridade mais melódica e levemente progressiva, vão gostar de conhecer. Principalmente por ser o regresso após de seis anos de silêncio editorial.

7/10 
Fernando Ferreira

Van Canto – “To The Power Of Eight”

2021 – Napalm

Oito álbuns? Para muitos seria como tentar esticar uma piada que funciona apenas uma vez. Sendo apreciador de covers, tenho de confessar que foi um projecto que me cativou exclusivamente por isso, sendo que os temas originais acabaram por nunca ficar. Afinal foi com o som das guitarras que entrei neste mundo e sem isso parece que a coisa perde toda o sentido. Claro que se estivermos numa reunião de amigos e faltar a luz, terá que se puxar dos “rakkatakkas” para curtir uma metalada mas quando a luz vem, porque continuar nesse formato? Bem, “To The Power Of Eight” tem os seus méritos para além das covers da praxe (que não surpreendem muito nas escolhas – “Run To The Hills” de Maiden, “Thunderstruck” de AC/DC, sendo que apenas “Raise Your Horns” dos Amon Amarth e  “I Want It All” dos Queen as verdadeiras surpresas) mas infelizmente não resiste a muitas audições. Continua a ser uma curiosidade e um nicho muito pequeno no reino do metal.

6/10
Fernando Ferreira

Giotopia – “Trinity Of Evil”

2021 – Edição de Autor

Como já disse algumas vezes, tenho especial admiração por propostas de one-man bands, mesmo que muitas dessas propostas sejam limitadas por esse facto, de ser apenas uma pessoa a tratar de tudo. Mesmo nestes projectos, que já se começam a tornar comuns, onde temos uma pessoa que faz tudo e depois temos uma vasta panóplia de vocalistas convidados, que também se incluem guitarristas. O problema até começa logo na parte instrumental, com a bateria e guitarras a soarem muito artificiais. Nitidamente fruto da condição caseira da produção. É uma nuvem que pairou em cima de mim em cada audição. Temas são algo genéricos na sua base e com alguns arranjos ainda ficam mais dessa forma – sei que é power metal sinfónico mas os teclados não são valor acrescentado. Lembram-se das bandas underground que tinham de usar teclados na década de noventa apenas porque sim? É ao que soa infelizmente. Talento há, a começar em Gio, o master mind, e a acabar nas vozes convidadas, é pena é que o resultado não seja memorável.

5/10
Fernando Ferreira

One thought on “WOM Reviews – Marius Danielsen / Enforcer / Ritual / On Atlas’ Shoulders / Ice War / Fortunato / Van Canto / Giotopia

  • Hey folks at World of Metal magazine!
    I am writing to you to let you know that my heavy metal project,
    Thomas Carlsen’s Transmission, is releasing its debut EP on August 20.
    The music is rooted in 80s style heavy metal such as Iron Maiden and Judas Priest.
    The lead single, “Redemption”, is already streaming everywhere.
    I’d love for you to consider reviewing my music.

    I’m sending you a Dropbox link that includes the entire EP, a press release and photos.
    https://www.dropbox.com/s/1zy3pkxmbyxunae/Thomas%20Carlsen%27s%20Transmission%20Press%20Kit.zip?dl=0

    Thank you so much!

    Heavy regards,
    Thomas

    Reply

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