Review

WOM Reviews – Martin Rubashov / Road Trip / Visionoir / Royal Hunt

Martin Rubashov – “Members Of The Green Phlox”

2022 – Despotz

Confesso que o nome de Martin Rubashov era-me completamente desconhecido pelo que foi uma agradável surpresa conviver com este seu álbum “Members Of The Green Phlox” durante algum tempo. Maior surpresa ainda por verificar que é um dos interessantes nomes da cena de folk rock sueca e este álbum é pintado em tons de progressivo. Pelo menos é desta forma que soa. A riqueza dos arranjos contasta com a simplicidade das melodias. E até dos próprios arranjos. Um álbum muito fácil de ouvir e interiorizar mas que tem uma enorme vantagem para além do brilhantismo das próprias músicas: a voz de Martin. Um timbre que aponta log na direcção dos trabalhos mais clássicos de rock progressivo sem se prender a um que seja. E também que se dizer que apesar de não ser taxativamente folk, sente-se essa atmosfera ao longo de todos as cações. O tema da natureza acaba por estar muito presente ao longo destes temas, principalmente pela atmosfera rica que é outro dos pontos fortes deste álbum. Não o conhecia mas agora que foram feitas as devidas apresentações (da melhor maneira) fiquei fã.

8.5/10
Fernando Ferreira


Road Trip – “Merry Go Round”

2022 – Epictronic

A capa é folclórica, a fazer lembrar outros tempos, onde havia uma certa limitação tecnológica e nem sempre o bom gosto gráfico imperava. Algo que era, aliás, proporcionalmente inverso, por norma, à qualidade auditiva. É o mesmo com os Road Trip. Temos valores e padrões que parecem mais próprios da década de setenta, de bandas como Genesis ou Camel – as influências oficiais são Floyd, Hawkwind e Nick Drake – e um projecto a solo de Dave Hulatt que nota-se é a concretização de algo de longa data. Soa a clássico e não vou enganar ninguém, esse é mesmo a sua maior qualidade e também defeito. Num equilíbrio desajustado porque está tão bem feito que é mais sentido como qualidade e a questão da originalidade acaba por se desvanecer. “Merry Go Round” é assim um álbum que mostra como a música nunca envelhece assim como o poder que deixa naqueles que são influenciadas por ela.

8/10
Fernando Ferreira


Visionoir – “The Second Coming”

2021 – Revalve

Visionoir é uma one-man band italiana que tem um som bem característico. O Metal Archives diz que é Darkwave/Gothic Metal, mas a confiar nos nossos ouvidos, não tem nada a ver. Aliás, mais perto está da descrição que nos chegou no comunicado de imprensa onde fala em avant garde prog. Tendo começado precisamente por este “The Second Coming” que, tal como o nome indica, trata-se do segundo álbum, não sabemos se o género onde se enquadra agora é precisamente fruto de uma evolução de outra coisa qualquer. Seja como for, com alguns arranjos electrónicos bem subtis, temos um ambiente que se destaca pela peculiaridade, não sendo de fácil absorção. Como uma montanha russa onde somos levado algumas vezes para zonas de desconforto, estas canções surtem melhor efeito de serem melhor compreendidas quando ouvidas todas de seguida, e quando se entra num certo estado de espírito. O valor está mesmo na forma como o consegue fazer, podendo não ser totalmente eficaz se não se tiver os horizontes abertos.

7/10
Fernando Ferreira


Royal Hunt – “Land Of Broken Hearts”

1992/2021 – NorthPoint Productions

Incrível pensar nos anos que já passaram desde a estreia dos Royal Hunt e ainda mais verificar em como o seu som não mudou tanto assim desde então. Muito culpa/graças aos teclados de André Andersen que marcam e sempre marcaram o som da banda. Em 1992 o metal progressivo ainda não era uma “coisa” e o hard’n’heavy tradicional já estava a dar as últimas, sendo rapidamente substítuido pelos sons mais alternativos. A banda dinamarquesa sempre foi alheia a isso e o seu som desde sempre se encontrava aqui presente, o que não deixa de ser admirável. “Land Of Broken Hearts” é um bom álbum de heavy metal progressivo, sempre com aquela pitada de melodia tão típica do hard rock. A voz de Henrik Brockmann não é tão marcante como a de D.C. Cooper mas enquadra-se perfeitamente. Reeditado agora pela editora da própria banda, este é um álbum que os fãs da banda já certamente conhecem. Se não conhecerem, não há mais desculpas. Acresce ainda o chamariz de termos algumas faixas bónus acústicas.

7/10
Fernando Ferreira


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