WOM Reviews – Melancholic Seasons / Aktarum / Battlelore / Devil Master
Melancholic Seasons – “The Crypt Of Time”
2022 – Edição de Autor
É possível termos uma banda existir há quase trinta anos e a mesma aparecer-nos como se fosse nova? Sim, é totalmente possível, pelo menos foi o que aconteceu com os Melancholic Seasons que antes deste álbum (o seu quinto) nos tinham passado completamente ao lado. Dá-nos ideia que este trabalho é também aquele que vai permitir a banda dar um salto na popularidade. Novo vocalista na figura de Kevin Kiesecker, produção sólida e uma capa fantástica (o que é um destaque em relação às capas dos álbuns anteriores que sofrem de falta de imaginação crónica) num álbum que sem querer ser assumidamente retro, acaba por o ser assim como também consegue ser refrescante. A duração é algo exagerada mas não enjoa em momento nenhum – e também a duração longa deve-se a termos duas faixas regravadas do “antigamente”.
9/10
Fernando Ferreira
Aktarum – “Trollvengers”
2022 – Art Gates
Brilhante a paródia da capa deste terceiro álbum dos Aktarum. Brilhante e corajosa porque uma paródia por parte de uma banda que toca folk metal é logo em si uma paródia – afinal o tom festivo de grande parte da música que compõe o género impede que sejam vistos dessa forma sabendo que há enormes e honrosas excepções. E sim, a sonoridade da banda encaixa no lado mais festivo do folk metal e até algo sinfónico, o que é um pouco surpreendente. Mas é mau? Não, nada disso, convida ao pé de dança e se for tocado ao vivo sabemos que o impacto é ainda maior – aquela “The Trolls And The Dwarves” deverá ser uma autêntica batalha campal. Tanto não é mau, como é bom na medida em que cumpre todas as expectativas que temos de uma banda de folk metal. Imediato nas melodias, peso associado à música extrema (ainda que parcialmente) e um álbum que se ouve bem em qualquer altura. Não queremos mais.
8.5/10
Fernando Ferreira
Battlelore – “The Return Of The Shadow”
2022 – Napalm
Regresso dos Battlelore, uma banda que, tenho que confessar, não sentia propriamente falta. A banda acabou em 2011 e voltou em 2016 – não estiveram muito tempo ausentes, é verdade – e só agora sai então o álbum de originais que é já o seu sétimo trabalho. E devo dizer que é uma boa surpresa. Não é que eu não gostasse daquilo que eles faziam, mas a sua imagem sempre me sugeriu uma sonoridade mais impactante e tal nunca aconteceu. Aqui no seu regresso, não podemos dizer que estejam mais bombásticos mas estão sem dúvida mais sólidos. Bons temas, boa dinâmica entre as duas vozes e no geral um álbum ao qual vamos voltar certamente. Tem ainda um EP que deve ter sido gravado logo quando voltaram à actividade e que também tem três bons temas.
7.5/10
Fernando Ferreira
Devil Master – “Ecstasies Of Never Ending Night”
2022 – Relapse
Segundo álbum dos Devil Master, uma banda que pertence a um lote restrito de bandas que apesar de ter uma sonoridade fácil de descrever, não é fácil de descrever o seu som. Isto é, sabemos que temos algo próximo do heavy metal, temos conceito próprio do black metal e assim umas ambiências meio pós-punk. De certa forma, o que apresentam é parecido com o que fazem actualmente uns Tribulation mas, não sabendo porquê, parece que nunca fica bem dizer que a sua música é uma simples mistura de black metal com pós-punk. O trabalho cumpre a sua função em nos fascinar mas não é definitivamente indicado para o público do black metal que, de uma forma geral, têm uma ideia bastante definida e restrita daquilo que o estilo deve estar associado. Não sendo easy-listening consegue fazer uma boa mistura de mundo e no resultado apresentar um trabalho sólido.
7/10
Fernando Ferreira
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