Review

WOM Reviews – Monovoth / Heilung / Witch Blade / Crossing Rubicon

Monovoth – “Monovoth”

2022 – Trepanation

Projecto de Lucas Wyssbrod de doom/drone instrumental que tem um impacto máximo para quem gosta de se abastrair da vida enquanto ouve música e consequentemente se perde nela. Confesso que Monovoth não foi das audições mais fáceis. Posso dizer que normalmente as primeiras audições de um novo trabalho ditam logo o destino final (se aprecio ou não) e neste caso foi daqueles raros onde inicialmente houve um desconforto – o que nem sempre é garantia de uma apreciação menos positiva, apenas a constatação de que provavelmente não seria um trabalho para ouvir muitas vezes – e depois esse desconforto deu lugar a um vício que impede que nos consigamos soltar. E se o termo doom/droone poderá pensar-se que estamos perante uma proposta sem grandes dinâmicas, serve este testemunho que é precisamente o contrário. Aliás, até é mesmo um dos discos mais dinâmicos do género, com algumas soluções inesperadas mas que resultam de forma perfeita.

9/10
Fernando Ferreira


Heilung – “Drif”

2022 – Season Of Mist 

Esta é uma entidade que dispensa apresentações dentro do contexto do folk mais místico. E como tal, as expectativas para (mais) um grande trabalho estavam naturalmente altas. Sem problema em que as mesmas fosse abaladas, porque “Drif” é mais um pedaço de misticismo folk que nos transforma como que crianças perante a bela magia musical que invoca. O apelo vai bem mais para além daqueles que apreciam viking metal. Basta gostar da forma como o ritualismo ancestral consegue conquistar-nos sem grande esforço. Há neste trabalho alguma inovação. Se antes havia o conceito de apenas usar instrumentos rudimentares ou apenas a própria voz, agora vemos adicionados instrumentos electrónicos que, na minha opinião não mexem com a identidade do projecto. Sente-se sobretudo a sua presença nos ambientes criados e os mesmos são usados de forma bastante discreta, mas o seu resultado é inegável. Mais um grande álbum, talvez aquele que vá ficar connosco para lá de 2022 dentro do folk.

9/10
Fernando Ferreira


Witch Blade – “Månsken”

2022 – Dying Victims Productions

Heavy metal cantado é sueco não é daquelas coisas que se pense logo como “deve ser fantástico”, e isso unicamente pelo poder que tem a língua anglo-saxónica no imaginário da música pesada. A verdade é que estes Witch Blade têm aqui um excelente álbum de heavy metal que vai buscar aquele espírito primordial e difícil de capturar que nos faz pensar nos primórdios do estilo (quando tudo desde Aerosmith e AC/DC era heavy metal) assim como também na década de oitenta quando o mesmo se solidificou. É um álbum que soa clássico e que passa esse sentimento tanto através da forma (e sobretudo de uma produção que soa completamente analógica) como através do conteúdo com os temas a relembrar-nos uns Scorpions mais pesados. Curtinho à maneira antiga e com uma capacidade de nos fazer cantar em sueco (ou algo uma coisa foneticamente parecida)

8/10
Fernando Ferreira


Crossing Rubicon – “Perfect Storm”

2022 – Frontiers Music

Projecto da Frontiers Music que junta o vocalista John Bisaha (dos The Babys) ao músico Cenk Eroglu (ex-Winger) e que nos traz rock melódico bem FM ao estilo da década de oitenta. O comunicado de imprensa diz que apesar do estilo que o feeling geral da proposta é contemporânea. Não é algo que se sinta muito, tirando uma sequência de guitarra ou outra que aponta numa direcção mais progressiva. E isso nem é um problema, já que sabemos que continua a haver um mercado enorme para este tipo de propostas principalmente para os lados do Japão. Bons temas, boas melodias numa parceria que ainda não sabemos que será para durar mas que gostaríamos que evoluísse para além desta matriz.

6/10
Fernando Ferreira


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