WOM Reviews – Necronautical / Tableau Mort / Keys Of Orthanc
Necronautical – “Apotheosis”
2019 – Candlelight Records
Em miúdos, aquando da minha introdução às franjas mais extremas do Heavy Metal, tudo o que fosse Sinfónico, ou de algum modo tocasse na esfera deste… era de arriscar! De Dimmu Borgir a Emperor, tido me remetia para aquele imaginário fantástico, ainda que a banda sonora desse universo fosse áspera e acutilante. Acabei por me afastar dessa linha sonora e marchar para reinos mais envoltos em sombras e trevas. “Apotheosis”, de Necronautical, vem de certo modo preencher esse espaço deixado vago por Emperor e, na minha opinião, menos bem ocupado por Dimmu Borgir. A veia sinfónica, assente em teclados, é aqui menos presente, sendo que estes funcionam mais como atmosphere makers que condutores da músicas, propriamente. Não deixa de ser um trabalho como uma produção soberba! Claro que, apostando neste som, a banda teria que oferecer algo cristalino e imensamente perceptível. “Nihil Sub Sole Novum” será talvez a malha que mais me agarrou, deste trabalho, especialmente no jogo vocal grunho/clean… os segmentos sinfónicos são enormes, gigantes! Elevam a música a um patamar elevadíssimo!
Sou sincero: hoje em dia esta produção diz-me muitíssimo pouco. Já não procuro este tipo de som, este tipo de melodia limpa, mas concordo – e exigo, se me for permitido – que esta sonoridade assim nos seja apresentada. A quem poderá este trabalho, e respectiva banda, agradar? A todos aqueles que nos 90 se apaixonaram por Emperor, por exemplo – calma, a genialidade destes não é, aqui, sequer tocada – que consideram que os Dimmu Borgir são mais que válidos – dicutível, eu sei – que gosta que o seu Symphonic Metal seja dotado de um groove diferente – “Lure of the Abyss”, quiçá? – ou que vêem os Carach Angren como a nova coqueluche do SBM – again, discutível.
Em jeito de conclusão: o que a banda apresenta, neste “Apotheosis”, é um álbum imensamente bem concebido, com uma produção que “enche a sala” e, acima de tudo, com real qualidade. Não pretendem – digo eu – criar algo novo, mas dentro de uma linha sonora, criam lago muito bom e muitíssimo bem gerado. “Here Begins the Fall” e a sua cavalgada incial, em modo despedida.
8/10
Daniel Pinheiro
Tableau Mort – “Veil Of Stigma Book I: Mark Of Delusion”
2019 – Loud Rage Music
Estreia nos álbuns dos britânicos Tableau Mort que nos trazem um black metal agreste mas sem deixar de perder a melodia já característica do que nos chega de Inglaterra. Há por aqui alguns lugares comuns à espreita mas não é nada que nos choque o desanime. E os ambientes criados são, de certa forma algo únicos – a haver uma associação é com os ambientes Septic Flesh (quando ainda não tinham juntado o nome) mas é uma coisa bastante distante. Interessante estreia que nos deixa nas expectativa em relação a futuros trabalhos.
Nota 8/10
Fernando Ferreira
Keys Of Orthanc – “A Battle in the Dark Lands of the Eye…”
2019 – Naturmacht Productions
Já tínhamos saudades de falar de bandas/projectos canadianos. E já tínhamos também saudades de falar de lançamentos da Naturmacht Productions. Este é um dois em um, com um grande álbum, o segundo do projecto dos Keys Of Orthanc – para quem não sabe ou não se recorda, Orthanc é o nome da Torre Negra do Saruman no Senhor dos Anéis e essa associação fica mais clara após se atentar na capa. Em termos sonoros, temos o black metal épico que facilmente nos cativa, graças a uma musicalidade muito bem conseguida e a uma produção que serve o resultado final. Mesmo sem ser original, não deixa de ter um bom impacto principalmente para quem gosta deste género de black metal.
Nota 9/10
Fernando Ferreira
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