Review

WOM Reviews – Obituary / Phoebus The Knight / Telomyras / Azaghal

Obituary – “Dying Of Everything”

2023 – Relapse

Regresso em grande. Todas as bandas têm os seus momentos menos bons, os momentos em que por algum motivo ou outro decidem expandir, sair da zona de conforto ou simplesmente a inspiração não é a mesma. No entanto devo dizer que mesmo esses momentos menos sonantes da carreira dos Obituary nunca os colocou um patamar abaixo no panteão dos grandes do death metal norte-americano. Uma forma muito própria de fazer riffs (que depois mas tarde até serviu para inspiração para a criação dos Six Feet Under), uma voz inconfundível e temas que marcaram o death metal quando o mesmo estava no auge. Tendo um legado destes, é natural que tivéssemos grandes expectativas que não saem defraudadas. “Dying Of Everything” é um álbum clássico de Obituary, que traz todas as melhores características da sua identidade musical, algo que se salienta muito bem em temas “Barely Alive” e “Without A Conscience”. Sólido, sem querer ser mais do que e a conseguir arrasar por isso mesmo. Dando-nos que pensar que a música evolui e deve evoluir, mas que certas coisas que marcaram uma era e gerações continuam a ser tão eficazes agora como o eram antes. Se não mais, quando tratado pelas mãos experientes de bandas como esta. Obituary clássico.

9/10
Fernando Ferreira


Phoebus The Knight – “Ferrum Fero Ferro Ferror”

2023 – Edição de Autor

Trabalho de estreia dos franceses Phoebus The Knight, que já tinham deixado boas indicações com o seu EP “The Last Guardian”. Na altura ficámos com a sensação de proximidade em relação ao que os Therion fizeram com o seu metal sinfónico, com uma abordagem mais powermetal a partir do “Vovin”. Aqui essa sensação desaparece e dá lugar a algo mais tradicionalmente power metal e uma aproximação a Rhapsody. A voz de Phoebus acaba por ser o grande destaque, maior que tudo à boa maneira dos musicais de Hollywood (sobretudo os vilões nos filmes da Disney). Este destaque pode ser positivo ou negativo, conforme os vossos gostos. O impacto é forte e requer habituação, por isso será mesmo uma questão de apreciação pessoal já que musicalmente o bom gosto impera e cativa.

8/10
Fernando Ferreira


Telomyras – “Telomyras”

2023 – Edição de Autor  

Dos E.U.A., os Telomyras, a provar que ainda se pensa em heavy metal – ainda que a um nível muito underground – do lado de lá do Atlântico. Não temos muitas informações acerca da banda e isso é bom. E adequado, afinal estamos a falar de heavy metal e mesmo que não seja uma proposta proiamente retro, não deixa de ser apropriado que não se tenha já todas as informações disponíveis acerca da banda, não havendo distracções em relação ao que interessa mesmo, que neste caso é mesmo a música. “Telomyras” é um EP com cinco temas de heavy metal sem grandes invenções e em relação ao qual nos rendemos. Um talento óbvio e que se reflecte ao longo desta quase meia hora. Boa revelação

8/10
Fernando Ferreira


Azaghal – “Alttarimmeon Luista Tehty”

2023 – Immortal Frost Productions

Os Azaghal fazem parte daquele rol de bandas que existem – quase – desde sempre, da qual ouvimos falar imensas vezes, mas à qual nunca demos demasiada atenção. Na verdade não sabemos a razão para tal, simplesmente é assim que as coisas são. Um pouco como os Inferno, os Besatt, ou os Acherontas… Originários da Finlândia, o trio composto por Nargath, Lima, e o mais recente membro Thirteen, edita este ano o 12.º álbum “Alttarimmeon Luista Tehty”. Um tanto ou quanto diferente da linha de Black Metal que associamos a este país, os Azaghal são bastante mais velozes e agressivos que muitos dos seus conterrâneos, não tendo aquelas nuances que tornam a música tão cativante. Pessoalmente, este tipo de Black Metal pouco me diz. Longe vãos os anos em que procurávamos brutalidade e velocidade em detrimento de atmosferas e melodias. Mas atenção, que este trabalho tem momentos interessantes. “Paholaisen Musta Kieli” tem umas transições deveras interessantes, uma “fuga” da brutalidade e velocidade, para melodias mais suaves e delicadas – se é que estes termos são aceitáveis neste contexto. Temos riffs muito agradáveis, cativantes, e que nos embalam nas músicas, mas de forma geral a velocidade e brutalidade, essencialmente imprimida pela bateria, acabam por abafar um pouco os mesmos. O Black Metal finlandês que a mim me agrada mais, vive numa esfera mais melódica que outra coisa; os Azaghal vivem numa zona do espectro em que há uma raiva não contida que se expressa desta forma. Ainda que tenhamos detalhes distintos, overall temos um álbum bastante veloz e com uma pujança habitual nestes. Aqui não há intenção de proporcionar ao ouvinte “passeios sonoros”, mas sim “porrada até mais não”. Pessoalmente não encontro grande variação de tema para tema, acabando tudo por soar, de certa forma, ao mesmo. Será cativante para aqueles que desejam uma descarga constante de força, mas para aqueles que procuram outra linha de Black Metal, os Azaghal poderão não ser o mais indicado.

6/10
Daniel Pinheiro


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